domingo, 3 de maio de 2009

TESTAMENTO

Se algum título tivesse que dar a estas linhas que te deixo chamar-lhe-ia: - E o Pantera Morreu!… Não que tenha a ver com o poeta, mas talvez com a vida e a morte de um personagem, assim chamado, não por ele, mas por ti, nas chacotas, que cheguei a pensar serem, ao menos…, carinho! O Pantera Morreu, mas amou, amou sem ser amado, acusado de egoísmo, por quem por detrás das agruras físicas com que a vida o dotou, nada mais demonstrou que egoísmo! O Pantera morreu, sem dinheiro talvez, para manter a responsabilidade social, das vaidades que não podes manter, no entanto com essa obrigação, e dessa obrigação não se livrou! O Pantera morreu, incompetente nos seus afazeres profissionais, como assim me classificaste sempre, responsável, por uma ferida que nunca viu nascer, por um rim que teima em não funcionar, para sua mágoa, responsável por uma máquina defeituosa, morreu enfim acusado de assassino! O Pantera Morreu, com affaires, em carros por Tavira encafésados, enquanto tu te lembravas de dele dispor, mesmo sabendo que incompetentemente, tentava ajudar alguém, incompetentemente… O Pantera Morreu, não sem antes agredir quem nunca agrediu, qual diabo cornudo, Filho da P…, talvez dito em horas de exaltação! O Pantera Morreu, incompetentemente incompetente, na satisfação de uma sexualidade nunca satisfeita à altura de uma esposa que continuava a sonhar com um modelo das Caraíbas! O Pantera Morreu, não sem antes tentar, tentar…, partilhar, algo não partilhável, quando alguém não o quer partilhar, embora acusado de mentir, por quem, na maioria dos casos mentiu!… O Pantera Morreu, mas amou, amou, sem ser amado, mas sim traído, nos mais íntimos pormenores de quem num fim de tarde te encontrou, na porta de um defunto bar, cheia de alegria, aparentemente disponível, mesmo que me acuses de ter prometido. AM

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