quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ONDA DE MORTE MATADA ATACA O PAÍS QUE NÃO EXISTE

A Comissão Liquidatária da Nação só pode ser uma rapaziada felizarda: - Continuam tranquilamente a desmantelar o país num autêntico «passeio dos alegres», porque cada vez há menos gente para protestar nas ruas ou onde quer que seja.
Aceitando o seu conselho, como de boa mente, milhares de cidadãos fogem (eufemisticamente falando: emigram) todos as semanas do cú da Europa para bem longe, enquanto nas últimas semanas a parca atacou ferozmente outros tantos milhar de pessoas à razão de 400 por dia, em média (3000 só na última semana) entre os mais idosos (menos despesas para a Nação) e os da faixa etária dos 40 aos 60 anos. Estes, talvez devido a alguma onda de bruxedo ou mau-olhado, que voga por aí.
Dizem que é do frio e da gripe. Se calhar é da vacina contra a famosa gripe A, que no ano passado foi impingida à população como uma panaceia maravilhosa, enquanto reputados especialistas mundiais alertavam as pessoas para não deixarem que lhes fosse administrada, uma vez que conduziria à morte.
Este ano, parte da mesma entrou na composição de outra vacina sazonal. O grupo de risco e muita outra gente tomou-a. Foram milhares.
Assim sendo, pois, a Comissão Liquidatária da Nação pode continuar à rédea solta a cometer todo o tipo de despautérios e atentados contra o povo. Impunemente, porque o país está cada vez mais engelhado, por mor de ver a sua população minguar de forma drástica, progressivamente.


Pedro Manuel Pereira

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

OS PRESUMÍVEIS

Num País onde os assassinos confessos são considerados «presumíveis assassinos»; onde os ladrões, os assaltantes apanhados em flagrante delito são «presumíveis larápios»; onde os políticos e outros indivíduos, provadamente corruptos são emoldurados num pacote chamado de «presumível corrupção», logo, estamos perante um PRESUMÍVEL PAÍS.
Assim, como viver no seio da PRESUNÇÃO, que é sinónimo de PRESUNTIVO, PROVÁVEL e PUTATIVO, logo, todo o cidadão decente e honesto deve ponderar seriamente em viajar para bem longe deste arremedo de país, aceitando como uma atitude de boa-fé e desejo de bem-querer dos seus concidadãos, o conselho avisado do chefe da Comissão Liquidatária da Nação: - EMIGREM. Diria mais: Emigremos.

Pedro Manuel Pereira

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A DECADÊNCIA MISERÁVEL DO POVO PORTUGUÊS

«Atualmente a sociedade portuguesa oferece aspetos graves de desmoralização, de corrupção e de decadência. Estes aspetos refletem-se em todas as classes sociais, como em todas as corporações e agrupamentos, como particularmente nos indivíduos. O estado mórbido da sociedade portuguesa é, evidentemente, influenciado pela decadência das sociedades contemporâneas; mas por causas morais e psicológicas, falência da mentalidade, ausência de valores sociais e intelectuais, tornam possível que a sociedade portuguesa seja das mais degenerescentes.
A República constituiu-se sob as fórmulas da democracia; o governo provisório, saído da revolução de 1910, promulgou várias medidas de largo alcance social, político e religioso; porém, estas medidas são, ainda hoje, apenas princípios enunciados numa legislação farta mas incompleta. Depois deste governo, nenhum outro promulgou tais princípios. A mentalidade dos homens do Estado republicano decaiu; surgiram as rivalidades políticas, as lutas violentas e homicidas entre as fações dissidentes, que atualmente persistem e trazem o país agitado.
Pouco a pouco, quase insensivelmente o Estado republicano e todas as suas instituições caíram no domínio da reação; e este domínio é tão completo que os reacionários já não pensam em fazer o retrocesso das formas de governo: procuram unicamente reprimir brutalmente qualquer princípio de liberdade e de justiça. Portugal é o país que mais leis de exceção conta; os códigos penais e administrativos encontram-se tão deficientes e tão mal-organizados que as autoridades, sejam as da nação, sejam as de uma aldeia, permitem-se exercer o arbítrio sem que os lesados possam recorrer. Não há uma única lei de responsabilidade política.
Senhores de um estado tão desconjuntado, possuidores de todas as armas ofensivas, os reacionários realizam a sua obra liberticida e anti-humana, sua necessidade de travar grandes lutas para se imporem, dado que nenhuma força os contesta. Os grandes financeiros e os grandes industriais que são todos monárquicos ou católicos, predominam economicamente; impedem a reforma social mais insignificante. Preocupam-se mais com os jogos da bolsa do que com o progresso industrial. E com esta sua ação indigna, semeiam a miséria e o mal-estar por todas as classes, não excluindo a classe média.»


Edgar Rodrigues, in HISTÓRIA DO MOVIMENTO ANARQUISTA EM PORTUGAL

O texto que aqui se reproduz, escrito há mais de cinquenta anos, ilustra o leitor para um facto insofismável: - Infelizmente a História portuguesa repete-se, por ciclos, em todos os séculos, desde que Portugal é um Estado-Nação. Torna-se enfadonha de ler e – neste caso – de vivê-la, como é o caso de todos nós portugueses, no país de hoje. A comissão liquidatária da nação vem-se encarregando com esmero e eficiência - como serventuários bem pagos que são, das corporações bancárias internacionais - de desmantelar o tecido produtivo do país, incentivando os seus compatriotas a emigrarem, promovendo a fome e a miséria, porque a finalidade última dos seus patrões (ou donos?) é a de transformar Portugal num exemplo a seguir para a restante Europa comunitária. Cabe ao povo português abrir os olhos e usar de uma das prorrogativas que a Constituição da República Portuguesa – ainda – consigna no Artigo 21.º - Direito de Resistência: Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.

Pedro Manuel Pereira