quinta-feira, 25 de setembro de 2014

OPUS DEI – UMA SS (Seita Sinistra)

Por Pedro Manuel Pereira

Um movimento católico relativamente conhecido tem ao longo das últimas décadas entreaberto silenciosamente as portas do poder nos cinco continentes: o Opus Dei (Sociedade Sacerdotal Santa Cruz e Opus Dei), também conhecido como «a Obra», que tenta recrear uma aliança entre o mundo espiritual e o mundo secular. A última vez que tentou – no Renascimento – os resultados foram catastróficos. Portanto, para que não restem dúvidas quanto ao teor deste artigo, devemos desde já alertar o leitor de que nele vamos falar de uma seita1 fundamentalista católica.
Por toda a Europa do Sul (Espanha, Portugal, Itália…), outras regiões e outros continentes, o Opus Dei encontra-se incrustado nos quadros do poder político, do poder económico, em órgãos de comunicação social, no ensino dos vários níveis, nas magistraturas e outros, pese embora os seus membros proclamem que a organização tem como único objetivo o bem-estar espiritual dos seus membros.
A natureza sectária desta seita faz com que esta Prelatura pessoal – a única existente no seio da Igreja católica – detenha um incomensurável e sinistro poder. Muitos dos seus críticos comparam-na a uma «Máfia de luvas brancas».
Nos países em que é forte a sua presença, como em Portugal e Espanha, por exemplo, o Opus trabalha com tenacidade em silêncio, na tentativa de associar a política dos governos à do Vaticano em geral e dos seus interesses em particular, com resultados, por vezes, contraditórios.
Devido ao facto de constituírem um grupo fechado que trabalha em segredo guiado por uma ideologia autoritária, os seus estrategas conseguiram grandes êxitos na Santa Sé nas últimas décadas. Com João Paulo II, esta seita converteu-se numa força dominante no seio da Curia Romana, com um corpo de 2500 prelados e muitos mais seculares de confiança.
A ascensão, a influência e a fortuna do Opus Dei devem-se aos laços estreitos e ativa colaboração que manteve com a ditadura do caudilho espanhol Francisco Franco.
Nas longas décadas que leva de atuação nos bastidores do poder, o Opus Dei acumulou uma enorme fortuna usada para levar adiante os seus projetos retrógrados. O dinheiro e património contaram com a ajuda de ditadores e das máquinas da administração pública.
Esta seita infiltrou-se – parasitando – particularmente no aparelho do Estado espanhol, onde de há muito que os seus membros vêm ocupando cargos públicos chave construindo, assim, um vasto império económico. Como importante contributo para a acumulação de riquezas, conta-se a doação obrigatória das heranças dos numerários e do dízimo dos supranumerários e simpatizantes infiltrados em governos e corporações empresariais.
O Opus saca dinheiro às suas vítimas através de mentiras, como por exemplo, fazendo-lhes crer que são «eleitas de Deus», induzindo-as a entregar o seu dinheiro e os seus bens, para que quando dão por si não terão mais a possibilidade de recuperar o património doado ao longo dos anos em que foram membros da seita.
Referem ainda os seus detratores a suspeita do uso de bancos espanhóis - e de outras nacionalidades - na lavagem de dinheiro do narcotráfico e da «máfia» russa. Estima-se por baixo o património do Opus em 2,8 mil milhões de dólares.
A forma como atua é exemplarmente descrita no extrato de um artigo traduzido da revista francesa Golias-éditions:
«José Maria Ruiz Mateos era fundador e dirigente da grande holding privada RUMASA. Quando há trinta anos o Opus Dei começou a interessar-se por ela, Ruiz Mateos já se havia dado a conhecer pelas suas extraordinárias qualidades como empresário, em especial como produtor de vinho de Jerez (marca Dry Sack). Em 1963 Ruiz Mateos entrou no Opus como supranumerário (…) entrou em contacto com membros importantes da Obra: o Presidente do Banco Popular espanhol, Luis Valls Taberner e o ministro da indústria, Gregório López Bravo. Mais tarde uniram-se-lhes o presidente da associação de bancos privados de Espanha, Rafael Termes Carrero e o presidente das Caixas de Crédito, Sancho Dronda. Três importantes banqueiros no seio do Opus. Estas amizades permitiram a Jose Maria Ruiz Mateos passar de produtor de vinho e álcool a patrão de uma grande holding: através de um grande número de compras de sociedades, ergueu um conglomerado multinacional gigantesco com cerca de 600 empresas e 20 bancos, que empregava 60 000 trabalhadores. Desta forma se criaram empresas fantasma e se auferiram benefícios ilícitos, dos quais o Opus Dei se aproveitou amplamente (…) através de doações que sacava da sua holding. Por ordem das autoridades financeiras espanholas a holding foi submetida a um importante controlo fiscal. Em 1983 Ruiz Mateos (…) Foi expropriado pelo Estado espanhol para evitar males maiores e salvar milhares de empregos. Com efeito foi descoberto que o industrial havia endividado a RUMASA em 2 mil milhões de dólares». Foi detido e no decorrer da prisão deu-se conta que só ele figurava como acusado. De facto, para “salvar os tarecos”, os seus amigos tramaram uma conspiração que o transformou em bode expiatório». Face a isto, Mateos «Afirmou que os três membros dirigentes do Opus Dei de Espanha, Alexandre Cantero, Juan Francisco Matuenga e Salvador Nacher, não só haviam pedido dinheiro para o Opus em várias ocasiões, como lhe haviam dado os números de contas onde tinha de fazer os depósitos (…) Pela voz de um Vigário Geral, o Opus desmentiu energicamente estas afirmações», sublinhando que «Além do mais a Obra não é responsável pelas atividades livres dos seus membros».
Estas “atividades livres”, levadas a cabo pelos membros da organização são praticamente impenetráveis, e como os membros do Opus são geralmente desconhecidos da opinião pública, as relações entre estas instituições e a Obra, ficam na maior parte dos casos por descobrir.
Esta organização sectária é recém-chegada às estruturas do poder do Vaticano. Foi fundada em 2 de outubro de 1928 em Madrid, por Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), um obscuro sacerdote - filho de um comerciante aragonês arruinado – que encontrou poder e fama na carreira eclesiástica.
Inicialmente as mulheres não tinham entrada no Opus, porém, em 14 de fevereiro de 1930, uma «inspiração divina» acometeu Escrivá, fazendo-lhe ver que também elas podiam participar da «santificação». Foi então constituída uma secção feminina separada da masculina.
Como forma de coesionar e dar corpo à «doutrina» por si criada, Escrivá de Balaguer, entre outras obras escreveu em 1934 um livro que intitulou de Camino (em português: Caminho), peça fundamental que consigna uma doutrina e filosofia pessoal que constitui o guia orientador da seita. É composto por 999 ensinamentos divididos em 46 capítulos, obra dirigida fundamentalmente aos jovens do sexo masculino com o objetivo de lhes moldar a personalidade conforme os fins da organização. Trata-se de um genuíno manual de lavagem ao cérebro onde podemos apresentar como exemplo algumas «pérolas» como as que se seguem:
«A guerra tem uma finalidade sobrenatural (…) Mas temos, no final, de amá-la, como o religioso deve amar as suas disciplinas» (Caminho 311). Na máxima 367, é afirmado que os seus fiéis «são belos e inteligentes» e devem olhar as demais pessoas como «inferiores e animais». A meta da organização «é ocupar cargos e ser um movimento de domínio mundial» (Caminho 643); «Chefes!... Viriliza a tua vontade, para que Deus te torne chefe. Não vês como procedem as malditas sociedades secretas? (…) Nos seus antros formam uns tantos homens-demónios (…)» (Caminho 833).
A partir de 1946 o Opus Dei deu início a uma nova etapa da sua vida, expandido a ação para diversos países do Mundo, sendo que Portugal foi precisamente o primeiro deles a ser «beneficiando» com a «bondade» desta iniciativa. Nesse ano aqui arribaram vários membros que fixaram residência em Coimbra, e em seguida no Porto e Lisboa.
Dado o imbróglio jurídico (face ao Direito Canónico) criado pela seita no seio da Igreja, só em 1947 é que esta organização encontrou um primeiro estatuto jurídico, com a criação dos Institutos Seculares, através da Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia. A aprovação definitiva do Opus Dei pelo Vaticano só se verificou em 16 de junho de 1950, com o decreto Primum Inter do papa Pio XII.
A solução jurídica definida para o Opus foi encontrada com a criação de Prelaturas Pessoais ou Apostólicas, pelo decreto Presbyterorum Ordinis em 7 de dezembro de 1965, e pelo motu próprio de Paulo VI, Ecclesiae Sanctae, em 6 de agosto de 1966. Não obstante, esta organização só foi erigida em Prelatura Pessoal em 28 de novembro de 1982, pela Constituição Apostólica Ut Sit. Note-se que as prelaturas pessoais são estruturas jurídicas de caráter meramente pessoal que não se circunscrevem, portanto, a um espaço territorial como as dioceses. O Opus encontra-se dotado de Estatutos próprios e depende da Sagrada Congregação para os Bispos.
Pouco antes de morrer, Josemaría Escrivá realizou uma peregrinação pela América Latina. Considerava esse continente fundamental para a sua seita e para os negócios espanhóis. Nessa região o Opus apoiou abertamente várias ditaduras. Por exemplo: no Chile, participou no regime de terror de Augusto Pinochet. O principal ideólogo do ditador, Jaime Guzmá, era um ativo membro da seita, bem assim como centenas de quadros civis e militares; na Argentina da ditadura, diversos numerários foram nomeados ministros; no Perú, a seita apoiou o corrupto e quase ditador Alberto Fujimori; no México, ajudou a eleger como presidente, Miguel de la Madrid, que extinguiu a secular separação entre o Estado e a Igreja católica, e assim por diante.
Escrivá foi canonizado por João Paulo II em 2002 (o 465º santo canonizado pelo falecido papa), no final de um processo elaborado em tempo recorde (21 anos) relativamente a quaisquer outras canonizações do Vaticano.
O processo de beatificação teve início em 12 maio de 1981 e apesar da oposição do cardeal Giovani Benelli, que havia sido o principal conselheiro de Paulo VI, em novembro de 1982 o papa elevou o Opus à posição de única prelatura pessoal. Curiosamente (?) o cardeal Beneli faleceu de um fulminante ataque cardíaco no mês anterior a este sucesso.     
Face a este processo, variados católicos proeminentes protestaram, alegando que a canonização debilitava a credibilidade da Igreja. O teólogo espanhol Juan Maria Martín Velasco afirmou «que não se pode dar como exemplo de vida cristã alguém que serviu o poder do Estado e que usou esse poder para catapultar a sua obra, que foi dirigida com critérios obscuros, não aceitando o magistério papal sempre que não coincidia com a sua forma de pensar». Não obstante, estas tomadas de posição não demoveram o papa da sua decisão.
Em 1978, poucos dias antes do Conclave que se realizou após a misteriosa morte do papa João Paulo I, o futuro papa (João Paulo II) visitou a sede do Opus na Villa Tevere e rezou no túmulo de monsenhor Escrivá de Balaguer.
Após a morte do sucessor deste, o bispo Álvaro del Portillo, em 1994, João Paulo II voltou à Prelatura e ajoelhou-se em frente ao caixão no funeral do Prelado geral. Esta rutura do protocolo – o papa só se ajoelha perante os restos mortais de um cardeal – foi considerada por muitos como um símbolo de fidelidade à organização que não regateou esforços para o alcandorar ao trono de S. Pedro.
O Opus conta atualmente com mais de 85 mil membros em todo o mundo. Destes, 83 mil são leigos e 55% mulheres.
É governada por um Prelado geral eleito vitaliciamente por um congresso convocado para esse efeito. Tem de possuir como requisitos fundamentais: exercer o sacerdócio há, pelo menos, cinco anos e ser confirmado pelo papa.
Este Prelado é normalmente auxiliado por um Vigário Geral por si nomeado e respetivos órgãos de consulta, constituídos por um Conselho Geral que o auxilia na direção da seção masculina e que é composto pelo Vigário Auxiliar, pelo Vigário Secretário-Geral, pelo Vigário para a seção feminina, por três vice-Secretários, por um delegado de cada região, pelo Administrador Geral; na direção feminina é auxiliado pelo Vigário Auxiliar, pelo Vigário Secretário-Geral, pelo Vigário Secretário Central pela Assembleia Central. Excetuando o Vigário Auxiliar, os demais dignitários são nomeados por oito anos. As relações com o Vaticano são asseguradas por um sacerdote nomeado Procurador.
A direção espiritual de todos os membros da seita é coordenada por um Diretor Espiritual Central, sob a direção do Prelado e dos Conselhos.
Muito embora se diga que é mais rico que muitos Estados, a verdade é que o Opus não torna publica informações sobre as suas finanças nem as listas dos seus membros, e só apresenta contas ao Papa de cinco em cinco anos.
Pese embora possua o seu quartel-general no rico distrito Parioli, em Roma, o Opus Dei proclama-se de «pobre» e afirma não possuir meios para levar avante uma agenda política. Ainda segundo esta seita, a sua única preocupação é o bem-estar espiritual dos seus membros, afirmação por demais capciosa quanto é conhecida a sua natureza elitista e secreta.
Não obstante e apesar de não aparentar ser uma organização sinistra, o Opus apresenta muitas das características de uma seita perigosa. Assim:
A admissão é feita por cooptação, ou seja, os membros são escolhidos pela organização que seleciona os indivíduos mais «promissores e interessantes», sobretudo entre os intelectuais, professores universitários e estudantes universitários, que têm de possuir como requisitos fundamentais:
- Idade mínima de 18 anos, não havendo limite de idade acima;
- Ser fisicamente bem-apessoado(a);
- As mulheres que decidam pelo celibato devem preencher - entre outros - os seguintes requisitos: ser virgem e não fumar. Sendo casadas, não terem sido submetidas a esterilização artificial;
- A entrada é formalizada após um contrato celebrado entre a Prelatura e o leigo, em que este assume o compromisso de permanecer sob a jurisdição do Prelado e dos altos dignitários da Prelatura, para além de se comprometer a procurar a santidade e a fazer apostolado.
Anote-se que o Opus Dei combate a família, usando a «lavagem cerebral» dos seus membros como uma estratégia de controlo. Fora do alcance das famílias, os seus membros – sobretudo os mais jovens – tornam-se criaturas submissas aos programas fundamentalistas desta seita católica.
O Opus é constituído por sacerdotes e leigos. Os sacerdotes incluem o clero de Prelatura, composto por leigos, que além de possuírem uma formação académica superior tirada fora da estrutura, seguem estudos eclesiásticos dentro da Prelatura.
Os leigos dividem-se em «numerários», «agregados», «supranumerários» e «cooperadores».
Os «numerários» são considerados a espinha dorsal do Opus. Colaboram nas tarefas apostólicas da Obra. Incumbe-lhes a formação dos fiéis e a direção das atividades apostólicas.
Os «agregados» são leigos, celibatários, que residem no seio das suas famílias naturais. É-lhes exigida uma total dedicação ao Opus Dei.
Os «supranumerários» são leigos solteiros ou casados, que apenas participam nas atividades da organização na medida em que as suas atividades pessoais e familiares o permitam.
Os «cooperadores» são aqueles que não sendo membros da Obra, colaboram nas suas tarefas com a «a esmola e mesmo o seu trabalho», podendo não ser católicos e mesmo cristãos, pertencentes a diferentes confissões e religiões, nomeadamente judeus, protestantes, muçulmanos, budistas, agnósticos e até… ateus.
Para serem admitidos são sujeitos a um ritual de iniciação onde, no final do qual, juram obediência ao superior geral e a «outras pessoas da hierarquia da Prelatura». Uma vez admitidos devem de submeter-se às chamadas «normas formativas», que não são mais do que uma estratégia e prática de lavagem ao cérebro, que inclui a obrigação de informar todas as semanas um «diretor espiritual» que «sabe o que Deus quer» e que tem por função e direito supervisionar todas as suas atividades pessoais e profissionais. Trata-se de uma sessão de 45 minutos de conversa, onde o «numerário» revela ao superior a sua intimidade. Segundo Escrivá: «Diretor. Precisas dele. Para te entregares, para te dares (…) e nunca o contradigas diante dos que lhe estão sujeitos, mesmo que não tenha razão». «Não te esqueças de que és… o depósito do lixo (…) Humilha-te; não sabes que és o caixote do lixo?» (Caminho, 592).
O membro da seita deve-se confessar uma vez por semana a um sacerdote prescrito pelo Opus. Tem o dever de frequentar diariamente a missa, rezar o terço e cumprir três horas diárias com deveres espirituais.
Não deve de comprar livros ou periódicos sem a aprovação dos diretores. A este propósito refira-se que a Igreja católica possui um índex, ou seja, uma «lista negra» permanentemente atualizada de livros proibidos - com uma graduação de seis níveis de gravidade - que se contam atualmente por dezenas de milhar, onde se incluem autores como Gabriel Garcia Márquez, Jean-Paul Sartre, Ernest Hemingway, Albert Camus e outros, alguns deles Prémios Nobel, sendo que no caso de José Saramago, 12 das suas obras constam dessa famigerada lista, para além de Eça de Queirós, Lídia Jorge e outros autores portugueses, num total de 79 obras.
Os membros solteiros devem ser regularmente portadores de cilícios, que não são mais do que cintos metálicos com picos, apertados normalmente numa perna, semelhantes aos que eram de uso corrente na Idade Média, e que se destinam à autoflagelação dos fiéis mais fanáticos.
Os membros casados são estimulados para que os seus filhos frequentem as escolas do Opus Dei, tendo em atenção que as mesmas são centros de recrutamento.
Esta organização navega contra a corrente da moderna Igreja católica, fazendo uso de práticas verdadeiramente condenáveis e inaceitáveis como a censura de músicas, livros e periódicos, a «santificação» das mulheres através do trabalho doméstico e outras.
Os membros da seita pregam a cristianização universal e a procura pessoal da santidade.
Já deixar esta organização é bem mais complicado. Assim, não é difícil encontrar testemunhos que confirmam que o Opus utiliza a mentira para destruir a imagem de quem os incomoda, quem os desmascara.
Ao longo dos anos tem sido acusado de ser uma «igreja» dentro da Igreja. Possui a sua própria doutrina que se arroga de inspiração divina. Além disso, é a única organização católica – para além da Igreja – que afirma ter sido criada por Deus.
O Opus usa – e abusa – da manipulação e influência que detém nos altos escalões políticos e governamentais, profissionais, empresariais e religiosos para atingir os seus objetivos.
Magistrados, jornalistas, empresários profissionais das mais variadas atividades, professores, alunos universitários, empresários, militares e outros, ligados ao Opus, favorecem os seus membros em detrimento dos demais indivíduos que compõem a sociedade. Destaca-se a sua influência no sector financeiro, político e no âmbito da comunicação social, incluindo no ciberespaço.
Quanto à área política, é notória e reconhecida a sua infiltração nos partidos de direita e até da chamada esquerda como o PS, onde existe gente autodenominada de «socialistas católicos», afirmação suspeita, porquanto o socialismo é por definição incompatível com o catolicismo, logo, essas criaturas não deveriam ser militantes desse partido.
Quanto ao ciberespaço, basta digitar a palavra «Opus Dei» num motor de busca para observarmos como os seus «acólitos» inundam a internet desmentindo as evidências que existem contra eles, não obstante serem por vezes apresentadas provas testemunhais e documentais da sua vida de «apostolado». Desta forma, caluniam as suas vítimas ao chamar de mentirosos os denunciantes, a quem os seus «ativistas» infiltrados em foros e grupos da internet procuram ridicularizar, deixando a vítima com o apodo de desequilibrada e que, portanto, que não merece a mínima credibilidade.
Em Portugal a seita possui um património de mais de cem milhões de euros e três mil «adeptos», entre os quais se contam, por exemplo, reconhecidas figuras como: Ramalho Eanes, Mota Amaral, Carlos Câmara Pestana, Bagão Félix, Manuela Eanes, Francisco Oliveira Dias, Narana Coissoró, Carvalho Cardoso, Silvério Martins, João Bosco Mota Amaral, Jardim Gonçalves e várias outras.
De entre as instituições quer lhes são afetas, citamos a título de exemplo as seguintes: Associação Criança e Vida; Associação Gaivotas da Torre; Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas; Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Rural; Associação Quantum Satis; Atlas (uma ONG); Centro de Actividades Culturais (Campo Grande-Lisboa); Clube Vega; Clube Xénon; Colégio Cedros (Porto); Colégio Horizonte (Porto); Colégio Mira Rio (Lisboa); Colégio Planalto (Lisboa); Colégio Universitário da Boavista e Clube Veja (Porto); Colégio Universitário Montes Claros (Lisboa); Cooperativa de Fomento de Iniciativas Culturais (COFIC); Cooperativa Fomento; Emergência Social; Escola Profissional Vale do Rio (Oeiras); Escola Superior de Negócios (Lisboa); Fundação Maria Antónia Barreiro; Hotel 3 Pastorinhos (Fátima) Imobiliária IN TIME (participações); NAVES (sociedade de capitais de risco); Residência de Estudantes da Beira; Várzea da Rainha Impressores e Editora Althêia (dirigidas por Zita Seabra) …
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1. O termo seita  deriva do latim secta que significa: seguidor. Este termo é utilizado para designar um numeroso grupo de uma determinada corrente religiosa, filosófica ou política que se destaca da doutrina principal. Sectário é um termo que designa o indivíduo que faz parte de uma seita. Uma seita pode, também, ser considerada uma divisão, partido ou fação.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

CLUBE DOS TREZENTOS versus CLUBE DE ROMA


     
Por Pedro Manuel Pereira

Considerandos

De acordo com o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, «Sociedade secreta é um grupo de pessoas que vive numa dada faixa de tempo e de espaço, seguindo normas comuns, unidas pelo sentimento de grupo, que se submetem a um regulamento a fim de exercerem uma atividade em conjunto ou defender interesses comuns, unidas pelo sentimento de grupo, sem que se conheça o que se passa no seu interior, para além dos seus membros».
A vida em sociedade gera, naturalmente, as mais variadas organizações quer ao nível da atividade económica, como as sociedades comerciais, bancos, indústria farmacêutica… quer no que reporta a outras campos da atividade humana como são as fundações, os partidos políticos, as associações de culto religiosas ou as de gestão dos clubes de futebol (SAD’s) entre outras, sem que tais instituições, empresas ou organizações sejam oficialmente classificadas de secretas, muito embora o comum dos mortais não saiba o que se passa nas suas reuniões à porta fechada.
Ele é o caso das reuniões das cúpulas das várias confissões religiosas, incluindo os Concílios do Vaticano, as reuniões das equipas técnicas ou de gestão dos clubes de futebol, as reuniões dos conselhos de administração das empresas, da banca, do conselho de ministros, dos secretariados políticos, dos gestores das multinacionais, dos sócios das empresas, dos grémios, das associações, das empresas, dos sindicatos, das federações, das confederações, das corporações e por aí adiante. Nelas impera o secretismo ao nível do discutido e do fundamental das decisões das elites dirigentes.

O Poder Invisível

Os cidadãos mais bem informados, todos aqueles que estão mais atentos às movimentações políticas, económicas e militares a nível mundial, decerto já terão entendido que existe uma conjura internacional - que eufemisticamente denominam de «confusa» -, que aqueles que manejam os fios desta trama não são os que dão a cara (governantes, políticos…) mas antes, os patrões desses, personagens que na sombra tomam as decisões que gerem o planeta, sendo que a humanidade vive nas trevas relativamente ao seu destino coletivo.
Os povos das várias nações interrogam-se frequentemente, como é possível que sejam cometidas nos seus países as maiores barbaridades pelos órgãos do poder político, pelos banqueiros… Impunemente. Os serventuários, conhecidos como governantes, aumentam os impostos, reduzem os benefícios sociais dos idosos e dos mais desfavorecidos, encerram escolas, unidades de saúde… Os banqueiros delapidam os bancos mancomunados com apaniguados de mau porte, e os cidadãos são obrigados a tapar esses buracos sem fundo com o dinheiro dos seus bolsos, sofrendo e empobrecendo cada vez mais.
Quem está por detrás destas criaturas são personagens invisíveis que escapam ao nosso controlo, difusos até ao desespero quando queremos saber quem são, sem que se possa identificar os seus rostos. Esta é uma situação que se vem mantendo desde há poucas décadas.

O Clube dos 300

Esta «associação» é atualmente das mais secretas do mundo. Integram-na – até onde nos é dado saber – uma classe dirigente intocável à qual pertence a rainha de Inglaterra, a rainha dos Países Baixos, a rainha da Dinamarca e demais famílias reais europeias, para além de criaturas de topo financeiro e político.
Quando da morte da rainha Vitória de Inglaterra, diversos aristocratas chegaram à conclusão de que a única forma de se tornarem senhores do mundo era associarem-se a poderosos magnatas da indústria internacional não pertencentes à sua linhagem. Desta forma conquistaram acesso ao poder máximo todos aqueles a que a nobreza chama de plebeus.
Esta gente é denominada «os magos». Joseph Stalin chamava-as de «forças tenebrosas».
O Clube dos 300 aspira conseguir gerar convulsões sociais à escala planetária, seguidas de depressões, pois vê nelas um meio de aplainar o terreno para sucessos de maior transcendência, um meio para ocasionar que ingentes massas de seres humanos de todo o planeta se convertam em futuros dependentes do seu sistema de «benefícios sociais».

Os membros do Clube dos 300

Os cidadãos mais atentos ao mundo que os rodeia, já se aperceberam que existe uma conspiração mundial – e não uma “teoria da conspiração” - que se vislumbra em organizações disfarçados com as denominações de Illuminati, Opus Dei, Távola Redonda, Conselho de Relações Exteriores, Grupo Bilderberg, etc.. Não obstante resulta extremamente difícil encontrar informação credível sobre as atividades daqueles que integram o governo mundial, que se manifestam através de acontecimentos incognoscíveis.
Antes de mais é necessário entender claramente as razões pelas quais a energia nuclear é tão detestada pela maioria dos países, e o porquê de ter sido ordenado a falsos movimentos ambientalistas – criados e financiados pelo Clube de Roma – que declarassem guerra a essa fonte energética.
Subjacente a essa ordem está o facto de que gerando força elétrica barata e abundante a partir de reatores nucleares, os países em vias de desenvolvimento a médio prazo tornar-se-iam independentes da ajuda externa de países terceiros, nomeadamente dos Estados Unidos ou da Rússia, por exemplo, podendo, assim, consolidar a sua soberania.
A eletricidade produzida a partir da energia atómica é a chave para que os países atrasados saiam do subdesenvolvimento a que foram votados pelo Clube dos 300. Prescindindo da ajuda externa, menor seria o controlo dos recursos naturais dos diversos países relativamente ao Fundo Monetário Internacional.
Neste cenário se entende que a oposição à energia nuclear tem sido utilizada com êxito para bloquear o progresso, em conformidade com os planos do Clube quanto a crescimento zero na era pós-industrial.
Pelo facto de terem de depender da ajuda externa procedente dos EUA e da Rússia - entre meia dúzia de outros - esses países, de facto, encontram-se submetidos à «escravatura» relativamente ao Conselho de Relações Exteriores.
Aos povos das nações beneficiárias chega-lhes uma ínfima parte do dinheiro que geralmente termina nos cofres dos dirigentes governamentais, que lhes permitem que o FMI despoje brutalmente os países dos seus recursos naturais e bens produzidos.
No Zimbabué, o ditador Robert Mugabe, é um claro exemplo extremo, de até que ponto se podem manipular os recursos naturais de um país, neste caso a extração e comercialização de um valioso mineral de nome cromo. LONRHO, o gigantesco conglomerado de empresas presidido por Angus Ogilvie – membro importante do Clube dos 300 - em nome da sua prima, a rainha Isabel II, é atualmente dono e senhor deste milionário negócio. No entanto, o povo do Zimbabué afunda-se cada vez mais na miséria, apesar de receber ajuda económica dos EUA.
Presentemente LONRHO tem o monopólio da produção nacional de cromo, e cobre – obviamente - preços arbitrários, o que não era permitido durante o anterior governo de Ian Smith.
Entretanto Mugabe, com a ajuda dos EUA (na ordem dos 300 milhões de dólares anuais) construiu três mansões na Costa Azul, Cabo Ferrat e Montecarlo, enquanto os cidadãos do seu país lutam contra a doença, a desnutrição e o desemprego, sem falar de uma ditadura feroz que não admite protestos.
Em contraste com este panorama, o governo de Smith jamais pediu ou recebeu ajuda dos EUA.
Torna-se assim evidente que a ajuda externa é um meio eficaz de subjugar países como o Zimbabué, mas também como a Grécia, Irlanda e Portugal, entre outros.

O Clube de Roma 

A entidade que financia o Clube dos 300 é a Fundação Alemã Marshall, e estas duas associações realizam as suas atividades sob os auspícios da NATO. Na sua maior parte os executivos que integram o Clube de Roma procedem da NATO. Foi o Clube de Roma quem formulou os princípios que esta última organização reivindica como seus, a qual, por intermédio de Lord Carrington, seu destacado sócio, dividiu a NATO em duas fações: um grupo de pressão política e a aliança militar originária.
O Clube de Roma continua sendo um dos braços mais importantes do Clube dos 300 no que se refe à política exterior; o outro é o Grupo Bilderberg.
O Clube de Roma formou-se em 1968 a partir de membros incondicionais do grupo original fundado por Henry Morgenthau, tendo por base uma chamada telefónica do falecido Aurélio Peccei instando a lançar com urgência uma nova campanha com o objetivo de acelerar a planificação do Governo Internacional Único, atualmente conhecido como Nova Ordem Mundial.
A chamada telefónica de Peccei foi respondida pelos mais subservientes e subversivos planificadores do futuro que se puderam selecionar nos EUA, Suécia, Suíça, França, Grã-Bretanha e Japão.
Entre 1968 e 1972 o Clube de Roma transformou-se numa entidade coesa integrada por neocientistas, globalistas, planificadores do futuro e internacionalistas de várias sensibilidades.
O programa do Clube de Roma consistiu em criar e difundir ideias pós-industriais nos EUA, juntamente com os movimentos de contracultura como aqueles que estavam empenhados na difusão da droga, da revolução sexual, do hedonismo, do satanismo, da bruxaria e do ambientalismo. O Instituto Tavistock, o Instituto de Investigações de Stanford, o Instituto de Relações Sociais e de facto todo este amplo espectro dos centros de investigação de psiquiatria social aplicada, ou contavam com delegados da junta diretiva do Clube de Roma ou desempenhavam uma missão orientadora na tentativa da NATO levar a cabo o que denominavam de «conspiração aquariana».
O Clube de Roma é uma organização coordenadora, uma espécie de casamento entre anglo-americanos e famílias que integram a ancestral Nobreza Negra europeia, em particular a nobreza de Londres, dos Países Baixos, da Dinamarca, de Veneza e de Génova. A chave para o domínio do mundo com êxito, encontra-se na sua capacidade em criar e dirigir atrozes recessões económicas e futuras depressões financeiras.
Possui a sua própria central de inteligência, além ter ao seu serviço agentes da INTERPOL e outras agências policiais. Todos os organismos de espionagem dos EUA cooperam de forma especial com ele, bem assim como a KGB e a Mossad.
Os integrantes desta minoria seleta e secreta apelidam-se de «os olímpicos», uma vez que estão convencidos de igualar o poder dos lendários deuses da mitologia grega. Estão crentes que por direito divino lhes foi encomendado a consecução das seguintes metas:
1. Estabelecimento de um governo global único, ou Nova Ordem Mundial, com uma Igreja unificada e um sistema monetário comum sob a sua direção;
2.   A destruição irremediável de toda a identidade e orgulho nacional dos Estados debaixo da sua esfera de influência;
3.   O aniquilamento da religião, em particular da religião católica;
4. O domínio de cada habitante do planeta mediante técnicas de condicionamento psicológico, com o qual se criariam robots humanos;
5. O fim de toda a indústria e da produção de energia elétrica gerada a partir da energia nuclear, num programa a que chamam «sociedade pós-industrial de crescimento zero». Só serão autorizadas as indústrias de computação e serviços. No caso das empresas norte-americanas - por exemplo - que sobrarem, serão transferidas para países como o México, onde a mão-de-obra – quase escrava - é abundante;
6.   Legalização da droga e da prostituição;
7. Despovoamento das grandes cidades, em conformidade com o ensaio levado a cabo pelo regime de Pol Pot no Cambodja. Neste aspeto recorde-se que o plano genocida do ditador asiático foi formulado nos EUA por uma das fundações de investigação financiadas pelo Clube de Roma;
8. Eliminação de todo o avanço científico salvo os que sejam considerados proveitosos para o Clube dos 300. A produção de energia atómica com fins pacíficos é um dos que devem de ser eliminados. As experiências de fusão a frio que se continua a levar a cabo será objeto de campanhas de sabotagem e difamação por parte do Clube e dos seus associados da comunicação social;
9.   Por meio de guerras de limitado alcance nos países desenvolvidos e da aniquilação de parte da população mediante a fome e as doenças nos países do Terceiro Mundo, pretendem reduzir até ao ano de 2050 a população mundial em menos 3000 milhões de seres humanos, que este Clube qualifica de «inúteis consumidores de alimentos»;
10. Debilitar a fibra moral das nações e desmoralizar a classe operária mediante a generalização maciça do desemprego. Quando diminuam significativamente os postos de trabalho, em virtude das normas introduzidas pelo Clube de Roma com vista ao crescimento zero pós-industrial, os operários, desalentados e desesperados, procurarão refúgio no álcool e nas drogas. A família soçobrará como instituição social. Com esta finalidade, o Instituto Tavistock assinou há poucos anos um plano mestre sob a direção do professor Willis Harmon;

11. Evitar que os povos de qualquer país do mundo possam decidir do seu destino. Para tanto, serão criadas sucessivas económicas de forma a poderem manejá-las e conformá-las aos seus objetivos. As situações criadas confundirão e desmoralizarão as populações que ante a abundância de opções ficarão apáticas. No caso dos EUA existe um organismo que tem como finalidade gerir as crises. Trata-se da FEMA (Federal Emergency Management Agency) com existência há mais de trinta anos, que em português se pode traduzir por Secretaria Federal de Gestão de Emergências;

12. Promover os fundamentalistas cristãos, dos quais se servirão para fortalecer o Estado sionista de Israel, colando aos judeus o mito do «povo escolhido por Deus» e contribuindo como elevadas quantias, que os referidos fundamentalistas erroneamente consideram uma causa religiosa que favorece o cristianismo;
13.  Exportar para todo o mundo o ideário da liberdade religiosa com o objetivo de minar toda a religião existente, em particular a cristã. Este facto começou com a teoria da libertação, de origem jesuíta;
14. Provocar o colapso total da economia à escala mundial, despoletando o caos político absoluto;
15.   Assumir o controlo total de toda a política interna e externa de todos os países que sejam potências económicas e militares;
16.   Outorgar o máximo apoio a instituições supranacionais como a ONU, o FMI, o Tribunal Internacional de Justiça, diminuindo assim a eficácia das instituições nacionais, eliminando-as gradualmente ou submetendo-as à autoridade da ONU;
17.  Infiltrar-se em todos os governos e fomentar a subversão no seu seio, corroendo internamente a integridade das nações que representam;
18. Organizar um aparelho terrorista de alcance internacional e negociar com os seus agentes cada vez que estes levem a cabo ações violentas;
19. Tomar o controlo das rédeas do ensino com o fim de levá-lo à ruína mais completa.
Muitos destes objetivos encontram-se já em avançado estado de execução.
O Clube dos 300 conseguiu atingir o seu objetivo de dividir as confissões cristãs. Reuniram um exército de carismáticos, fundamentalistas e evangélicos que apoiam encarecidamente o Estado sionista de Israel.

O Futuro Global

Alegadamente as aspirações do Clube dos 300 consistem fundamentalmente nos seguintes cenários:
O estabelecimento de um governo mundial e um sistema monetário comum sob a tutela de uma oligarquia permanente, hereditária e não eleita, cujos membros serão escolhidos entre si mediante um sistema feudal aparentado ao que vigorou na Idade Média. Esta entidade universal de governo deverá encetar formas de controlo de natalidade, mediante à limitação de número de filhos por família como já hoje sucede na India, por exemplo. Promoverá fomes, epidemias e guerras, até que a população mundial estabilize nos 5500 milhões de seres humanos, distribuídos por zonas geográficas rígidas, claramente definidas.
A classe média desaparecerá em prol de duas grandes classes: - Uma minoria dirigente e a restante humanidade ao serviço «do bem comum», perfeitamente controlada. As leis serão uniformizadas por meio de uma rede internacional de tribunais que se regerão por um mesmo Código, apoiados por um organismo universal de polícia e um exército supranacionais que imponha o cumprimento da lei no território daqueles que em tempo foram países, que a partir de então, não estarão mais limitados por fronteiras.
Este sistema será baseado no «estado benfeitor»: aqueles que obedeçam ao governo internacional único e se subordinem ao mesmo, serão retribuídos com os meios de subsistência necessários para viverem; os que se revoltem perecerão pela fome ou serão proscritos.
Será proibida a posse de armas de fogo ou qualquer outra arma que constitua perigo mortal.
Só será permitida a prática de uma religião, a da Igreja do Governo Universal. Não existirão mais colégios particulares nem religiosos. Em tempos do governo internacional, o cristianismo terá passado à história.
Todas as pessoas serão doutrinadas na crença de que são criaturas do Governo Universal. Com este fim serão marcados com um número (microchip, código de barras…) que facilite a sua identificação, número esse que figurará nos arquivos centrais de um computador da NATO ou em Bruxelas, por exemplo.
O impressionante segredo que envolve o Clube dos 300 faz com que muita gente ponha em causa a sua existência. Na verdade até hoje, algum órgão de informação referiu a hierarquia desta estrutura, não obstante… ele existe.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PORTUGAL E A SUA CATÁSTROFE ECONÓMICA


Por Pedro Manuel Pereira

Cada família é ou não infeliz à sua maneira, sendo que no caso de Portugal a infelicidade é maior que a felicidade no cenário familiar.
Economias problemáticas como as de Portugal, Espanha, Grécia, Chipre, Itália… possuem em comum o euro, que se assume neste momento como uma moeda problemática.
A Grécia é um corpo com graves problemas estruturais, a Espanha e a Irlanda sofrem de bolhas imobiliárias e a Itália nem sequer tem bolha, antes, sofre de anemia de crescimento.
Portugal é ator e vítima de uma das maiores e mais silenciosas catástrofes da memória económica europeia de que há memória. Está afundado nela. Não obstante, as razões não são totalmente claras.
Em 2001, Portugal aparentava estar corajosamente pronto para embarcar num novo futuro económico. No último quarto de século anterior (séc. XX) tinha assistido à mudança da ditadura mais antiga da Europa para um regime democrático e, aparentemente, os resultados eram positivos. Pese embora as assimetrias em alguns setores e as bolsas de pobreza que se observavam (bairros insalubres, por exemplo) essa pobreza relativa prometia poder desaparecer da história da nação.
Com o advento do euro em 1999, a adoção da moeda comum tinha passado a significar uma maior integração e agilização nas transações de Portugal com os principais parceiros comerciais, e menores custos nos empréstimos, sendo que ambos eram passíveis de augurarem algo de bom e promissor. Porém, não foi assim que os acontecimentos se sucederam.
Entre 2000 e 2012, a economia de Portugal cresceu menos do que a dos EUA durante a Grande Depressão ou o Japão durante a década perdida. O crescimento económico não foi relevante. Não obstante e incrivelmente, Portugal aparentou ser um país mais rico nesses 12 anos.
Com base neste factos, estamos perante um romance policial económico de mistério sem – aparentemente - culpados.
Portugal sofre de problemas estruturais reais mais graves do que a Espanha e a Grécia. Por sua parte, o sector financeiro de Portugal é em boa parte culpado; nestes anos, a maior fatia dos empréstimos concedidos pela banca, não foi nem mais nem menos do que um gigantesco desperdício de dinheiro em projetos e empresas (sobretudo no âmbito da cultura da pequena empresa) que à partida eram de duvidoso futuro, tanto assim que a maioria dos beneficiários nunca tiveram chance de pagar os empréstimos.        
Atente-se que a economia do país de há muitos anos para cá que tem assentado na pequena e média empresa.
Os bancos portugueses fizeram assim más apostas que se saldam hoje na ordem de milhares de milhões de euros «a fundo perdido».  
Acresce que parte dos países do sul da Europa, Portugal incluído, sofre de forma «endémica» ancestral de muita corrupção e desregulação.
Em 2013, numa pesquisa internacional, a Gallup classificou Portugal como um dos países mais corruptos do mundo, com base nas perceções dos portugueses. Dos 129 países pesquisados​​, Portugal estava em 1º lugar. Esta «honrosa» posição é sobretudo constrangedora, numa altura em que a corrupção mais ativa se encontra relacionada com os negócios Portugal/Angola, este, reconhecido pela ONU como um dos países mais corruptos do mundo.
Um dos fatores que contribuem para a agilização da corrupção resulta do facto de não existir uma comunicação social verdadeiramente livre e sem censores, de acordo com a Transparência Internacional. Quanto maior a liberdade de imprensa, menor corrupção há, pelo facto de que existe precisamente maior transparência nas relações políticas e económicas. É fácil de constatar esta realidade nos países nórdicos, na Alemanha, na Suíça e outros.
Entretanto, em Portugal as empresas optam por ficar pequenas, porque tem sentido lidar apenas com pessoas em que se confia pessoalmente quando não se pode apelar de forma confiável às autoridades judiciais e do Estado em geral.
As empresas normalmente ficam pequenas e não se desenvolvem, porque as leis desreguladas tornam-no difícil e inibem o seu crescimento. A chamada «baixa-produtividade» deverá ser analisada neste contexto.
Desde 2008 que este panorama tem piorado, não apenas no setor das pequenas e médias empresas (PME’s), que tem desempenhado um papel descomunal na economia do país. Porém, nesta altura Portugal assiste ao grosso dessas empresas a baterem em retirada (falências, deslocalização para outros países ou pura e simplesmente a encerrarem as portas). Por um lado, a austeridade com a desproporcionada carga fiscal sobre as empresas e sobre os cidadãos, para além do assalto perpetrado pelo governo às pensões e reformas, esmagou os seus clientes; por outro, as PME’s estão a enfrentar uma crise de crédito como não há registo.
Não é um problema particularmente português, mas é singularmente danoso em - e para – Portugal e os portugueses.
É evidente que nesta etapa da estória o país necessita da ajuda do resto da Europa para, finalmente, poder voltar a crescer. Isso significa a continuação de mais austeridade em termos salariais e de direitos laborais. O Banco Central Europeu (BCE) já descartou a possibilidade de um grande programa de empréstimos às PME’s, fundamental para Portugal se reequilibrar, na certeza de que a continuar a presente restrição ao crédito, dificilmente o país poderá ultrapassar a crise em que se atascou.
Esta é assim a modos que a estória da «pescadinha com o rabo na boca».
Na verdade, o BCE nesta altura já deveria estar a tomar medidas para reavivar a moribunda economia do euro. Não é por acaso que na zona do euro as exportações de Portugal estagnaram; em parte porque se encontram por resolver os seus graves problemas estruturais e por falta de crédito bancário.
Afinal de contas, a estagnação de Portugal entre 2000 e 2008 mostra que a demanda adequada não tem sido suficiente face aos seus profundos problemas. É por isso que a Europa tem de parar de insistir na punição como o caminho para a prosperidade. Se o não fizer, a ideia de sair do euro pode ganhar corpo e consistência, culminando a breve prazo em facto consumado. A acontecer, tal poderá constituir a plataforma para a constituição de um partido popular português de grande abrangência popular.