quinta-feira, 25 de setembro de 2014

OPUS DEI – UMA SS (Seita Sinistra)

Por Pedro Manuel Pereira

Um movimento católico relativamente conhecido tem ao longo das últimas décadas entreaberto silenciosamente as portas do poder nos cinco continentes: o Opus Dei (Sociedade Sacerdotal Santa Cruz e Opus Dei), também conhecido como «a Obra», que tenta recrear uma aliança entre o mundo espiritual e o mundo secular. A última vez que tentou – no Renascimento – os resultados foram catastróficos. Portanto, para que não restem dúvidas quanto ao teor deste artigo, devemos desde já alertar o leitor de que nele vamos falar de uma seita1 fundamentalista católica.
Por toda a Europa do Sul (Espanha, Portugal, Itália…), outras regiões e outros continentes, o Opus Dei encontra-se incrustado nos quadros do poder político, do poder económico, em órgãos de comunicação social, no ensino dos vários níveis, nas magistraturas e outros, pese embora os seus membros proclamem que a organização tem como único objetivo o bem-estar espiritual dos seus membros.
A natureza sectária desta seita faz com que esta Prelatura pessoal – a única existente no seio da Igreja católica – detenha um incomensurável e sinistro poder. Muitos dos seus críticos comparam-na a uma «Máfia de luvas brancas».
Nos países em que é forte a sua presença, como em Portugal e Espanha, por exemplo, o Opus trabalha com tenacidade em silêncio, na tentativa de associar a política dos governos à do Vaticano em geral e dos seus interesses em particular, com resultados, por vezes, contraditórios.
Devido ao facto de constituírem um grupo fechado que trabalha em segredo guiado por uma ideologia autoritária, os seus estrategas conseguiram grandes êxitos na Santa Sé nas últimas décadas. Com João Paulo II, esta seita converteu-se numa força dominante no seio da Curia Romana, com um corpo de 2500 prelados e muitos mais seculares de confiança.
A ascensão, a influência e a fortuna do Opus Dei devem-se aos laços estreitos e ativa colaboração que manteve com a ditadura do caudilho espanhol Francisco Franco.
Nas longas décadas que leva de atuação nos bastidores do poder, o Opus Dei acumulou uma enorme fortuna usada para levar adiante os seus projetos retrógrados. O dinheiro e património contaram com a ajuda de ditadores e das máquinas da administração pública.
Esta seita infiltrou-se – parasitando – particularmente no aparelho do Estado espanhol, onde de há muito que os seus membros vêm ocupando cargos públicos chave construindo, assim, um vasto império económico. Como importante contributo para a acumulação de riquezas, conta-se a doação obrigatória das heranças dos numerários e do dízimo dos supranumerários e simpatizantes infiltrados em governos e corporações empresariais.
O Opus saca dinheiro às suas vítimas através de mentiras, como por exemplo, fazendo-lhes crer que são «eleitas de Deus», induzindo-as a entregar o seu dinheiro e os seus bens, para que quando dão por si não terão mais a possibilidade de recuperar o património doado ao longo dos anos em que foram membros da seita.
Referem ainda os seus detratores a suspeita do uso de bancos espanhóis - e de outras nacionalidades - na lavagem de dinheiro do narcotráfico e da «máfia» russa. Estima-se por baixo o património do Opus em 2,8 mil milhões de dólares.
A forma como atua é exemplarmente descrita no extrato de um artigo traduzido da revista francesa Golias-éditions:
«José Maria Ruiz Mateos era fundador e dirigente da grande holding privada RUMASA. Quando há trinta anos o Opus Dei começou a interessar-se por ela, Ruiz Mateos já se havia dado a conhecer pelas suas extraordinárias qualidades como empresário, em especial como produtor de vinho de Jerez (marca Dry Sack). Em 1963 Ruiz Mateos entrou no Opus como supranumerário (…) entrou em contacto com membros importantes da Obra: o Presidente do Banco Popular espanhol, Luis Valls Taberner e o ministro da indústria, Gregório López Bravo. Mais tarde uniram-se-lhes o presidente da associação de bancos privados de Espanha, Rafael Termes Carrero e o presidente das Caixas de Crédito, Sancho Dronda. Três importantes banqueiros no seio do Opus. Estas amizades permitiram a Jose Maria Ruiz Mateos passar de produtor de vinho e álcool a patrão de uma grande holding: através de um grande número de compras de sociedades, ergueu um conglomerado multinacional gigantesco com cerca de 600 empresas e 20 bancos, que empregava 60 000 trabalhadores. Desta forma se criaram empresas fantasma e se auferiram benefícios ilícitos, dos quais o Opus Dei se aproveitou amplamente (…) através de doações que sacava da sua holding. Por ordem das autoridades financeiras espanholas a holding foi submetida a um importante controlo fiscal. Em 1983 Ruiz Mateos (…) Foi expropriado pelo Estado espanhol para evitar males maiores e salvar milhares de empregos. Com efeito foi descoberto que o industrial havia endividado a RUMASA em 2 mil milhões de dólares». Foi detido e no decorrer da prisão deu-se conta que só ele figurava como acusado. De facto, para “salvar os tarecos”, os seus amigos tramaram uma conspiração que o transformou em bode expiatório». Face a isto, Mateos «Afirmou que os três membros dirigentes do Opus Dei de Espanha, Alexandre Cantero, Juan Francisco Matuenga e Salvador Nacher, não só haviam pedido dinheiro para o Opus em várias ocasiões, como lhe haviam dado os números de contas onde tinha de fazer os depósitos (…) Pela voz de um Vigário Geral, o Opus desmentiu energicamente estas afirmações», sublinhando que «Além do mais a Obra não é responsável pelas atividades livres dos seus membros».
Estas “atividades livres”, levadas a cabo pelos membros da organização são praticamente impenetráveis, e como os membros do Opus são geralmente desconhecidos da opinião pública, as relações entre estas instituições e a Obra, ficam na maior parte dos casos por descobrir.
Esta organização sectária é recém-chegada às estruturas do poder do Vaticano. Foi fundada em 2 de outubro de 1928 em Madrid, por Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), um obscuro sacerdote - filho de um comerciante aragonês arruinado – que encontrou poder e fama na carreira eclesiástica.
Inicialmente as mulheres não tinham entrada no Opus, porém, em 14 de fevereiro de 1930, uma «inspiração divina» acometeu Escrivá, fazendo-lhe ver que também elas podiam participar da «santificação». Foi então constituída uma secção feminina separada da masculina.
Como forma de coesionar e dar corpo à «doutrina» por si criada, Escrivá de Balaguer, entre outras obras escreveu em 1934 um livro que intitulou de Camino (em português: Caminho), peça fundamental que consigna uma doutrina e filosofia pessoal que constitui o guia orientador da seita. É composto por 999 ensinamentos divididos em 46 capítulos, obra dirigida fundamentalmente aos jovens do sexo masculino com o objetivo de lhes moldar a personalidade conforme os fins da organização. Trata-se de um genuíno manual de lavagem ao cérebro onde podemos apresentar como exemplo algumas «pérolas» como as que se seguem:
«A guerra tem uma finalidade sobrenatural (…) Mas temos, no final, de amá-la, como o religioso deve amar as suas disciplinas» (Caminho 311). Na máxima 367, é afirmado que os seus fiéis «são belos e inteligentes» e devem olhar as demais pessoas como «inferiores e animais». A meta da organização «é ocupar cargos e ser um movimento de domínio mundial» (Caminho 643); «Chefes!... Viriliza a tua vontade, para que Deus te torne chefe. Não vês como procedem as malditas sociedades secretas? (…) Nos seus antros formam uns tantos homens-demónios (…)» (Caminho 833).
A partir de 1946 o Opus Dei deu início a uma nova etapa da sua vida, expandido a ação para diversos países do Mundo, sendo que Portugal foi precisamente o primeiro deles a ser «beneficiando» com a «bondade» desta iniciativa. Nesse ano aqui arribaram vários membros que fixaram residência em Coimbra, e em seguida no Porto e Lisboa.
Dado o imbróglio jurídico (face ao Direito Canónico) criado pela seita no seio da Igreja, só em 1947 é que esta organização encontrou um primeiro estatuto jurídico, com a criação dos Institutos Seculares, através da Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia. A aprovação definitiva do Opus Dei pelo Vaticano só se verificou em 16 de junho de 1950, com o decreto Primum Inter do papa Pio XII.
A solução jurídica definida para o Opus foi encontrada com a criação de Prelaturas Pessoais ou Apostólicas, pelo decreto Presbyterorum Ordinis em 7 de dezembro de 1965, e pelo motu próprio de Paulo VI, Ecclesiae Sanctae, em 6 de agosto de 1966. Não obstante, esta organização só foi erigida em Prelatura Pessoal em 28 de novembro de 1982, pela Constituição Apostólica Ut Sit. Note-se que as prelaturas pessoais são estruturas jurídicas de caráter meramente pessoal que não se circunscrevem, portanto, a um espaço territorial como as dioceses. O Opus encontra-se dotado de Estatutos próprios e depende da Sagrada Congregação para os Bispos.
Pouco antes de morrer, Josemaría Escrivá realizou uma peregrinação pela América Latina. Considerava esse continente fundamental para a sua seita e para os negócios espanhóis. Nessa região o Opus apoiou abertamente várias ditaduras. Por exemplo: no Chile, participou no regime de terror de Augusto Pinochet. O principal ideólogo do ditador, Jaime Guzmá, era um ativo membro da seita, bem assim como centenas de quadros civis e militares; na Argentina da ditadura, diversos numerários foram nomeados ministros; no Perú, a seita apoiou o corrupto e quase ditador Alberto Fujimori; no México, ajudou a eleger como presidente, Miguel de la Madrid, que extinguiu a secular separação entre o Estado e a Igreja católica, e assim por diante.
Escrivá foi canonizado por João Paulo II em 2002 (o 465º santo canonizado pelo falecido papa), no final de um processo elaborado em tempo recorde (21 anos) relativamente a quaisquer outras canonizações do Vaticano.
O processo de beatificação teve início em 12 maio de 1981 e apesar da oposição do cardeal Giovani Benelli, que havia sido o principal conselheiro de Paulo VI, em novembro de 1982 o papa elevou o Opus à posição de única prelatura pessoal. Curiosamente (?) o cardeal Beneli faleceu de um fulminante ataque cardíaco no mês anterior a este sucesso.     
Face a este processo, variados católicos proeminentes protestaram, alegando que a canonização debilitava a credibilidade da Igreja. O teólogo espanhol Juan Maria Martín Velasco afirmou «que não se pode dar como exemplo de vida cristã alguém que serviu o poder do Estado e que usou esse poder para catapultar a sua obra, que foi dirigida com critérios obscuros, não aceitando o magistério papal sempre que não coincidia com a sua forma de pensar». Não obstante, estas tomadas de posição não demoveram o papa da sua decisão.
Em 1978, poucos dias antes do Conclave que se realizou após a misteriosa morte do papa João Paulo I, o futuro papa (João Paulo II) visitou a sede do Opus na Villa Tevere e rezou no túmulo de monsenhor Escrivá de Balaguer.
Após a morte do sucessor deste, o bispo Álvaro del Portillo, em 1994, João Paulo II voltou à Prelatura e ajoelhou-se em frente ao caixão no funeral do Prelado geral. Esta rutura do protocolo – o papa só se ajoelha perante os restos mortais de um cardeal – foi considerada por muitos como um símbolo de fidelidade à organização que não regateou esforços para o alcandorar ao trono de S. Pedro.
O Opus conta atualmente com mais de 85 mil membros em todo o mundo. Destes, 83 mil são leigos e 55% mulheres.
É governada por um Prelado geral eleito vitaliciamente por um congresso convocado para esse efeito. Tem de possuir como requisitos fundamentais: exercer o sacerdócio há, pelo menos, cinco anos e ser confirmado pelo papa.
Este Prelado é normalmente auxiliado por um Vigário Geral por si nomeado e respetivos órgãos de consulta, constituídos por um Conselho Geral que o auxilia na direção da seção masculina e que é composto pelo Vigário Auxiliar, pelo Vigário Secretário-Geral, pelo Vigário para a seção feminina, por três vice-Secretários, por um delegado de cada região, pelo Administrador Geral; na direção feminina é auxiliado pelo Vigário Auxiliar, pelo Vigário Secretário-Geral, pelo Vigário Secretário Central pela Assembleia Central. Excetuando o Vigário Auxiliar, os demais dignitários são nomeados por oito anos. As relações com o Vaticano são asseguradas por um sacerdote nomeado Procurador.
A direção espiritual de todos os membros da seita é coordenada por um Diretor Espiritual Central, sob a direção do Prelado e dos Conselhos.
Muito embora se diga que é mais rico que muitos Estados, a verdade é que o Opus não torna publica informações sobre as suas finanças nem as listas dos seus membros, e só apresenta contas ao Papa de cinco em cinco anos.
Pese embora possua o seu quartel-general no rico distrito Parioli, em Roma, o Opus Dei proclama-se de «pobre» e afirma não possuir meios para levar avante uma agenda política. Ainda segundo esta seita, a sua única preocupação é o bem-estar espiritual dos seus membros, afirmação por demais capciosa quanto é conhecida a sua natureza elitista e secreta.
Não obstante e apesar de não aparentar ser uma organização sinistra, o Opus apresenta muitas das características de uma seita perigosa. Assim:
A admissão é feita por cooptação, ou seja, os membros são escolhidos pela organização que seleciona os indivíduos mais «promissores e interessantes», sobretudo entre os intelectuais, professores universitários e estudantes universitários, que têm de possuir como requisitos fundamentais:
- Idade mínima de 18 anos, não havendo limite de idade acima;
- Ser fisicamente bem-apessoado(a);
- As mulheres que decidam pelo celibato devem preencher - entre outros - os seguintes requisitos: ser virgem e não fumar. Sendo casadas, não terem sido submetidas a esterilização artificial;
- A entrada é formalizada após um contrato celebrado entre a Prelatura e o leigo, em que este assume o compromisso de permanecer sob a jurisdição do Prelado e dos altos dignitários da Prelatura, para além de se comprometer a procurar a santidade e a fazer apostolado.
Anote-se que o Opus Dei combate a família, usando a «lavagem cerebral» dos seus membros como uma estratégia de controlo. Fora do alcance das famílias, os seus membros – sobretudo os mais jovens – tornam-se criaturas submissas aos programas fundamentalistas desta seita católica.
O Opus é constituído por sacerdotes e leigos. Os sacerdotes incluem o clero de Prelatura, composto por leigos, que além de possuírem uma formação académica superior tirada fora da estrutura, seguem estudos eclesiásticos dentro da Prelatura.
Os leigos dividem-se em «numerários», «agregados», «supranumerários» e «cooperadores».
Os «numerários» são considerados a espinha dorsal do Opus. Colaboram nas tarefas apostólicas da Obra. Incumbe-lhes a formação dos fiéis e a direção das atividades apostólicas.
Os «agregados» são leigos, celibatários, que residem no seio das suas famílias naturais. É-lhes exigida uma total dedicação ao Opus Dei.
Os «supranumerários» são leigos solteiros ou casados, que apenas participam nas atividades da organização na medida em que as suas atividades pessoais e familiares o permitam.
Os «cooperadores» são aqueles que não sendo membros da Obra, colaboram nas suas tarefas com a «a esmola e mesmo o seu trabalho», podendo não ser católicos e mesmo cristãos, pertencentes a diferentes confissões e religiões, nomeadamente judeus, protestantes, muçulmanos, budistas, agnósticos e até… ateus.
Para serem admitidos são sujeitos a um ritual de iniciação onde, no final do qual, juram obediência ao superior geral e a «outras pessoas da hierarquia da Prelatura». Uma vez admitidos devem de submeter-se às chamadas «normas formativas», que não são mais do que uma estratégia e prática de lavagem ao cérebro, que inclui a obrigação de informar todas as semanas um «diretor espiritual» que «sabe o que Deus quer» e que tem por função e direito supervisionar todas as suas atividades pessoais e profissionais. Trata-se de uma sessão de 45 minutos de conversa, onde o «numerário» revela ao superior a sua intimidade. Segundo Escrivá: «Diretor. Precisas dele. Para te entregares, para te dares (…) e nunca o contradigas diante dos que lhe estão sujeitos, mesmo que não tenha razão». «Não te esqueças de que és… o depósito do lixo (…) Humilha-te; não sabes que és o caixote do lixo?» (Caminho, 592).
O membro da seita deve-se confessar uma vez por semana a um sacerdote prescrito pelo Opus. Tem o dever de frequentar diariamente a missa, rezar o terço e cumprir três horas diárias com deveres espirituais.
Não deve de comprar livros ou periódicos sem a aprovação dos diretores. A este propósito refira-se que a Igreja católica possui um índex, ou seja, uma «lista negra» permanentemente atualizada de livros proibidos - com uma graduação de seis níveis de gravidade - que se contam atualmente por dezenas de milhar, onde se incluem autores como Gabriel Garcia Márquez, Jean-Paul Sartre, Ernest Hemingway, Albert Camus e outros, alguns deles Prémios Nobel, sendo que no caso de José Saramago, 12 das suas obras constam dessa famigerada lista, para além de Eça de Queirós, Lídia Jorge e outros autores portugueses, num total de 79 obras.
Os membros solteiros devem ser regularmente portadores de cilícios, que não são mais do que cintos metálicos com picos, apertados normalmente numa perna, semelhantes aos que eram de uso corrente na Idade Média, e que se destinam à autoflagelação dos fiéis mais fanáticos.
Os membros casados são estimulados para que os seus filhos frequentem as escolas do Opus Dei, tendo em atenção que as mesmas são centros de recrutamento.
Esta organização navega contra a corrente da moderna Igreja católica, fazendo uso de práticas verdadeiramente condenáveis e inaceitáveis como a censura de músicas, livros e periódicos, a «santificação» das mulheres através do trabalho doméstico e outras.
Os membros da seita pregam a cristianização universal e a procura pessoal da santidade.
Já deixar esta organização é bem mais complicado. Assim, não é difícil encontrar testemunhos que confirmam que o Opus utiliza a mentira para destruir a imagem de quem os incomoda, quem os desmascara.
Ao longo dos anos tem sido acusado de ser uma «igreja» dentro da Igreja. Possui a sua própria doutrina que se arroga de inspiração divina. Além disso, é a única organização católica – para além da Igreja – que afirma ter sido criada por Deus.
O Opus usa – e abusa – da manipulação e influência que detém nos altos escalões políticos e governamentais, profissionais, empresariais e religiosos para atingir os seus objetivos.
Magistrados, jornalistas, empresários profissionais das mais variadas atividades, professores, alunos universitários, empresários, militares e outros, ligados ao Opus, favorecem os seus membros em detrimento dos demais indivíduos que compõem a sociedade. Destaca-se a sua influência no sector financeiro, político e no âmbito da comunicação social, incluindo no ciberespaço.
Quanto à área política, é notória e reconhecida a sua infiltração nos partidos de direita e até da chamada esquerda como o PS, onde existe gente autodenominada de «socialistas católicos», afirmação suspeita, porquanto o socialismo é por definição incompatível com o catolicismo, logo, essas criaturas não deveriam ser militantes desse partido.
Quanto ao ciberespaço, basta digitar a palavra «Opus Dei» num motor de busca para observarmos como os seus «acólitos» inundam a internet desmentindo as evidências que existem contra eles, não obstante serem por vezes apresentadas provas testemunhais e documentais da sua vida de «apostolado». Desta forma, caluniam as suas vítimas ao chamar de mentirosos os denunciantes, a quem os seus «ativistas» infiltrados em foros e grupos da internet procuram ridicularizar, deixando a vítima com o apodo de desequilibrada e que, portanto, que não merece a mínima credibilidade.
Em Portugal a seita possui um património de mais de cem milhões de euros e três mil «adeptos», entre os quais se contam, por exemplo, reconhecidas figuras como: Ramalho Eanes, Mota Amaral, Carlos Câmara Pestana, Bagão Félix, Manuela Eanes, Francisco Oliveira Dias, Narana Coissoró, Carvalho Cardoso, Silvério Martins, João Bosco Mota Amaral, Jardim Gonçalves e várias outras.
De entre as instituições quer lhes são afetas, citamos a título de exemplo as seguintes: Associação Criança e Vida; Associação Gaivotas da Torre; Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas; Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Rural; Associação Quantum Satis; Atlas (uma ONG); Centro de Actividades Culturais (Campo Grande-Lisboa); Clube Vega; Clube Xénon; Colégio Cedros (Porto); Colégio Horizonte (Porto); Colégio Mira Rio (Lisboa); Colégio Planalto (Lisboa); Colégio Universitário da Boavista e Clube Veja (Porto); Colégio Universitário Montes Claros (Lisboa); Cooperativa de Fomento de Iniciativas Culturais (COFIC); Cooperativa Fomento; Emergência Social; Escola Profissional Vale do Rio (Oeiras); Escola Superior de Negócios (Lisboa); Fundação Maria Antónia Barreiro; Hotel 3 Pastorinhos (Fátima) Imobiliária IN TIME (participações); NAVES (sociedade de capitais de risco); Residência de Estudantes da Beira; Várzea da Rainha Impressores e Editora Althêia (dirigidas por Zita Seabra) …
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1. O termo seita  deriva do latim secta que significa: seguidor. Este termo é utilizado para designar um numeroso grupo de uma determinada corrente religiosa, filosófica ou política que se destaca da doutrina principal. Sectário é um termo que designa o indivíduo que faz parte de uma seita. Uma seita pode, também, ser considerada uma divisão, partido ou fação.

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