domingo, 18 de novembro de 2012

BOMBA SOLAR EMINENTE?


                                                                                                                      Por Pedro Manuel Pereira

Segundo vários cientistas a nível mundial, a Terra encontra-se na eminência de vir a sofrer a maior tempestade solar alguma vez conhecida.
As radiações solares com que o planeta é bafejado diariamente, transportam uma energia equivalente a 10 milhões de bombas de hidrogénio. No entanto, em breve, uma injeção de massa coronal poderá vir a expelir 10000 milhões de toneladas de matéria solar à velocidade de 3000 quilómetros por segundo, que chegará à Terra decorridos 3 a 4 dias.
Caso atinja o planeta em cheio, o mesmo ficará submerso na mais absoluta escuridão e em caso de tal vir a acontecer a Civilização retrocederá mais de cem anos em poucas horas, de acordo com um relatório especial financiado pela NASA publicado há pouco mais de um ano pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.  Segundo Daniel Baker, especialista em clima espacial na Universidade do Colorado e membro do grupo que elaborou o relatório: «Estamos a caminhar para um possível desastre».
Em 2008, a NASA alertou, então, para os indícios detetados e analisados, de que o Sol em finais do ano de 2012 entrará num período de máxima atividade solar, que irá dar origem a tempestades de enorme magnitude. Há poucos meses, a NASA voltou a alertar para uma possível explosão solar de grande impacto e imprevisíveis consequências, no início de 2013.
Após tal anúncio, o Congresso dos EUA encarregou um grupo de cientistas de elaborar um relatório sobre os reais riscos de tempestades solares de grandes dimensões.
Face às conclusões recebidas, no passado mês de agosto o Congresso americano chamou a atenção dos cidadãos para organizarem um plano de emergência. A partir de então, o pânico político estendeu-se a outros países, como no caso de Espanha, onde, com base nos alertas da NASA o PSOE apresentou nas Cortes uma proposta de lei, instando o governo a elaborar um protocolo de atuação face a um cenário de emergência derivado de falhas tecnológicas produzidas por fenómenos naturais de origem solar. Mas também a Suécia, a Alemanha e tantos outros países em todo o Mundo, nos últimos meses têm vindo a adotar medidas de contingência.
Uma tempestade solar pode produzir uma fulguração, ou seja, uma enorme explosão no Sol, que ao produzir-se, «inunda» uma dada região do nosso planeta com partículas radioativas. Quando as rajadas de vento solar alcançam a Terra, as ondas de radiação são projetadas contra a magnetosfera, alterando o seu campo magnético. Embora a magnetosfera se comporte como um forte escudo protetor, tem dois pontos frágeis, que são os pólos do planeta, por onde poderão penetrar mais facilmente as radiações funestas.  
Para além disso, esta radiação pode ser fatal para os satélites de comunicações e para os instrumentos de navegação, podendo fundir os núcleos das centrais elétricas, para além de efeitos imprevisíveis de extrema magnitude sobre o clima. As tempestades geomagnéticas provocam, também, auroras boreais e austrais.
Em caso de catástrofe derivada de uma tempestade solar da magnitude prevista, por via do colapso das telecomunicações e da rede elétrica, em poucas horas o bombeamento de água potável entraria em colapso, as bombas abastecedoras de gasolina, as caixas de multibanco, as telecomunicações e mais de 50% da Terra mergulharia na escuridão. De um modo geral, todos os equipamentos dependentes da rede de energia elétrica deixariam de funcionar.  
As regiões/países mais afetados seriam a Europa, América do Norte, China, etc.
De referir, que tempestades de menor intensidade foram registadas em 1958, 1989 e 2000.  Essas foram associadas a interrupções da rede elétrica e danos em satélites.
Saliente-se que ao longo deste ano a Terra tem vindo periodicamente a ser bombardeada com intensa radiação proveniente de tempestades solares, tendo provado alterações nas rotas dos aviões sobre os pólos.  
O aumento e intensidade das explosões solares teve início há cerca de 5 anos.  
Ainda de acordo com a NASA, em 2012 o planeta entrou num novo ciclo solar cujo auge é aguardado para finais deste ano ou princípios de 2013, devendo os países e as suas populações estarem preparadas para situações de emergência, na certeza de que as explosões solares de grande intensidade serão uma realidade com que todos temos de contar – e estar preparados – nos tempos mais próximos.

  


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

OS COVEIROS DA DEMOCRACIA



                                                                                                                    Por Pedro Manuel Pereira

Encontra-se em curso de modo acelerado, uma mudança – quase – radical nas estruturas, funções sociais, económicas e políticas do Estado, que vão conduzir o país a breve prazo para uma ditadura sem suporte ideológico, porém, muito para além de qualquer ideologia conhecida de extrema-direita até hoje posta em prática em qualquer parte do mundo.
Em parte devido aos mercados, a quem caninamente obedece este governo – como outros – na EU e não só, devido à selvajaria capitalista instalada e à globalização económica.
Para tal desiderato, encontram-se em marcha alterações à Constituição da República, «pormenor de somenos importância» para os partidos do centrão, quer os que compõem o atual governo, quer o do principal partido da oposição, que em dois governos de desgoverno, conseguiu a proeza de atirar o país para um buraco negro, culminando com o negócio ruinoso do ilusório resgate da dívida pública pela tripeça composta pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, a quem escancarou as portas da Nação.
Que não restem dúvidas a ninguém, que a revisão constitucional encontra-se a ser cozinhada de acordo com as diretrizes de sinistras corporações internacionais, cujo rosto visível negoceia neste momento com o governo português, acoitado no famigerado bando denominado de troika, importado pelo ex-1º ministro Sócrates – como acima referido - sem dar cavaco ao povo, salvo seja o Cavaco!
Paralelamente, esta gentalha, mancomunada com o governo(?) continua a apertar o garrote no pescoço dos portugueses. Faz parte do plano: conduzir o povo para patamares mínimos de miséria, para dessa forma melhor o poder controlar, aproveitando o facto do governo(?) – que se refundiu recentemente com a inclusão de novos secretários de Estado inodoros, assépticos e incolores – estar a gerir os negócios da governação(?) em regime de ditadura sui generis, apoiado pelo presidente Cavaco.
Recordemo-nos que ao longo deste ano Portugal tem estado em – quase – estado de sítio, com a Constituição suspensa, justificação dada no acórdão do tribunal que a tutela, que considerou ter de haver um regime de exceção à mesma por blá, blá, blá, blá, patati, patatá este ano, face à ilegalidade do governo em ter surripiado os subsídios dos funcionários públicos, pelo que, a Constituição só voltará a vigorar conforme o seu texto, a partir de janeiro do próximo ano. Tribunal dixit.
Ou seja, até 2013 o país vai vivendo sem Constituição (corpo legislativo fundamental da Nação) e o povo sem os seus direitos constitucionais salvaguardados, propiciando desta forma que o governo(?) refundido, cometa sobre o povo, sobre a Nação, os desmandos que melhor lhe aprouver, como vem acontecendo.
Saliente-se que Siza Vieira, o arquiteto português mais premiado e internacionalmente prestigiado, afirmou recentemente - na senda de outras personalidades - que em Portugal se «vive de novo em ditadura», numa expressão clara da prática governativa e do sentir da maioria dos portugueses, sobretudo os que viveram nas décadas salazarentas.
Entrementes, de acordo com os resultados de um inquérito realizado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais apresentados em Lisboa, a satisfação dos portugueses com a democracia, atingiu o mínimo histórico de sempre. A maioria dos cidadãos não acredita nesta dita democracia. Por outro lado, é referido, ainda, que se assiste à consolidação de um sentimento anti partidário.
Por outras palavras: a maioria dos portugueses não se revê nos partidos políticos e nas instituições do regime.
Temos aqui, portanto, a «grande obra» produzida pelos partidos políticos desde 1974 para cá: - as responsabilidades e culpas pelo fracasso da democracia, do sistema político/partidário em Portugal, devem-se, exclusivamente, a todos quantos têm feito da política o seu modo de vida, a sua «profissão», e às várias secções partidárias, autênticos feudos – com laços de vassalagem, inclusivamente - de clientelas dóceis e servis aos seus senhores, que almejaram a proeza de produzir em pouco menos de quarenta anos, uma classe de novos-ricos.
Assim, a desilusão e o descrédito para com a democracia que se apoderou da maioria dos portugueses, decorre, maioritariamente, de uma vontade – ou tendência – expressa pelos últimos governos, que tende a alinhar por baixo os valores democráticos conducentes, inclusivamente, à sua eliminação.
Aberta esta autêntica caixa de Pandora, vimos e ouvimos todos os dias nos últimos meses, nos meios de comunicação social, diversas figuras públicas de variados quadrantes socioprofissionais, nomeadamente alguns empresários e intelectuais, fazerem a apologia mais ou menos encoberta da ditadura, porque – dizem – a «democracia está podre» e por razões acumuladas é necessário «mudar o sistema político» nem que seja com «um novo género de ditadura», segundo Joe Berardo.
Quando em 18 de Novembro de 2008 a ex-ministra Manuela Ferreira Leite afirmou que «seria bom haver seis meses sem democracia», para o governo poder implementar as medidas que ela entendia que deviam de ser feitas, mais não expressou em público o que muitos políticos de vários quadrantes diziam – e dizem – em privado. Voltou de novo a fazer semelhante afirmação na semana transata em Coimbra.
Poderia ter acrescentado – dizemos nós – que os governantes que não têm competências nem saberes para governar em regime democrático, em liberdade, só conseguem implementar os seus programas merdosos com repressão, ou seja, em ditadura. 
Infelizmente a senhora Ferreira Leite esqueceu-se de acrescentar que a classe política portuguesa – salvo honrosas exceções – sofre de uma variante da doença das vacas loucas, que resulta da sua falta de bom senso para lidar com a liberdade de expressão, com ideias inovadoras e, sobretudo, com gente mais inteligente e sabedora que eles – que até neles votaram - porque a doença que os acomete após serem eleitos, manifesta-se – sobretudo – na sobranceria, na cagança e no desprezo com que lidam com os seus concidadãos, numa atitude comum aos néscios e imbecis. Eles e elas, é claro. Neste aspecto lembramo-nos de um velho ditado: «Se queres ver um vilão, mete-lhe um pau na mão».
Por tudo isto, quando o leitor chegar ao final da leitura deste texto – que é pequeno – mais umas dezenas de portugueses terão abandonado o país. Fluxo emigratório semelhante ao vivido nos anos sessenta em tempos da ditadura.
Nessa altura - tal como hoje - as causas fundamentais eram a falta de emprego, a miséria e as desigualdades sociais, entre outras.
Estamos em crer que a fuga dos cidadãos nos dias de hoje é, em média, superior à dessa década passada, tanto mais que o facto de Portugal se encontrar – por enquanto – na EU, com fronteiras abertas entre Estados comunitários e haver mais e melhores meios de transporte, facilitadores da saída, torna-se difícil controlar ou saber o verdadeiro número hemorrágico. Neste quadro não incluímos o índice da debandada para o Brasil, Angola, Moçambique e outros países além Atlântico, mais fácil de contabilizar, mas pecando por defeito e não por excesso, uma vez que o visto de «turista» nos passaportes, nem sempre significa que os seus portadores vão de férias.
Acrescidamente lamentável ao facto dos portugueses terem de emigrar para sobreviver, é a qualidade de mão-de-obra qualificada que sai pela porta fora todos os dias. Gente que levou anos a formar-se - e em alguns casos com sacrifícios - muitos deles em universidades públicas, sustentadas pelo erário. Porém, esses cidadãos estão no seu direito de procurarem a sua sobrevivência. O Estado não pode é ter direitos sobre eles.
Esvaído o país de gente jovem, exaurido pelo peso da canga dos impostos, do desemprego, da fome e da miséria, o povo que fica ou se deixa espezinhar pelo poder, ou se revolta, como sempre aconteceu em situações limite de repressão dos governos sobre a Nação, ao longo da sua História.
Entretanto o atual governo, verdadeiro assassino social, continua a sua obra de extermínio da população: os jovens – e menos jovens – compelidos a fugirem do país para sobreviverem, e os idosos que ficam - grande parte deles - a morrerem mais cedo do que seria previsto, à míngua de alimentos suficientes ao seu sustento e/ou por falta de medicamentos receitados para as doenças de que padecem, porque as suas míseras pensões não chegam para aviar as receitas, nem para comerem.
O governo consegue, assim, a proeza de reduzir grande parte da despesa pública recorrendo ao assassinato social.
Mau grado as distâncias cronológicas e as diferenças de contexto, o panorama político, económico e social que se vive hoje em Portugal é semelhante ao dos tempos de estertor da 1ª República, que culminou no golpe militar do dia 28 de maio de 1926 que instaurou uma ditadura militar e, posteriormente, a ditadura salazarenta.
Talvez seja oportuno recordar que nessa altura quase toda a população apoiou a revolução militar, um movimento eivado de equívocos e é nesse sentido que se explica que a ele tenha aderido muita gente de boa-fé, que lenta e gradualmente nos tempos que se seguiram se afastou ou foi afastada desse assalto ao poder.
O golpe militar contou com o apoio das classes dominantes, as chamadas «forças vivas», as classes intermédias, funcionários públicos, empregados de comércio, classe operária: operários industriais e assalariados agrícolas.
No estado caótico em que o país de encontrava, quer económico, quer social – como hoje - era previsível um golpe militar no estilo do ocorrido. A sua amplitude e sucesso contaram com o decisivo contributo e apoio da classe operária e do movimento sindical, vítimas do regime republicano.
Todos estavam de acordo em fazer intervir o exército, onde o nível de vida dos oficiais havia atingido um estado degradante. Aludindo ao brilho dos galões, o povo tinha-os rotulado de «miséria dourada».
O equipamento e o armamento eram obsoletos. Por outro lado, o exército durante anos havia sido preterido a favor da Guarda Nacional Republicana.
Desta forma, a República dissolvia-se por falta do apoio maioritário dos portugueses.
Ouvimos hoje, de novo, amigos e conhecidos a dizerem a medo que, «a minha política é o trabalho», «não quero falar de política», «a política é para os políticos» e conselhos como: «não escrevas nada sobre política em lado nenhum», além de outros mimos medrosos que tais.
Em locais públicos, em cafés, fala-se em surdina com os interlocutores ao mesmo tempo que se vai observando quem está nas mesas em redor, com desconfiança, evita-se falar ao telefone sobretudo no que reporta a política. Dizem-nos que os telefones e telemóveis estão sobre escuta e que há bufos à paisana a escutar o que as pessoas dizem. Temem-se represálias nos empregos, nas escolas, nas universidades. Fala-se em chantagens nos locais de trabalho… .
Como antes do 25 de Abril de 1974, vemos, ouvimos e sentimos o medo e a desconfiança a germinar entre as pessoas.

A DITADURA SEGUE DENTRO DE MOMENTOS


terça-feira, 25 de setembro de 2012

OS FORNICADORES

Uma destas manhãs o governo acordou com o TESU (abreviado: TSU), pronto para copular o povo português, mais uma vez (toma lá que até rima!) macaqueando os anteriores governos do senhor engenheiro (por extenso) alegremente exilado em Paris. Não se pense, porém, que esta ereção foi ocasional. Bem antes pelo contrário, foi maturada ao pormenor, ou seja, foi uma forma de testar até onde ia a reação dos portugueses.
Saiu-lhe o tiro pela culatra. Como não conseguiu de frente, vai de tentar por detrás, tão depressa consiga ganhar força na verga. Ainda não desistiu de tentar copular (e rapidamente) o povo, antes que o mesmo se recomponha do TESU.
O senhor Coelho & Companhia quando tomou posse já sabia os passos que havia de dar para esbulhar a Nação de tudo e mais alguma coisa, menos a dignidade dos portugueses, que essa, como ficou demonstrada com a recente gigantesca manifestação popular fora do controlo dos partidos, não é passível de ser surripiada.
Tanto assim que a aparente primeira bacorada pública que o chefe (outro mitómano) proferiu após assolapar os quartos traseiros em S. Bento foi incentivar os portugueses a emigrarem. Ele sabe que quanto menos gente houver em Portugal, mais fácil se torna controlar os restantes, que inevitavelmente (na sua ótica) serão (seriam?) as criancinhas, os velhos e os acamados.
Em boa verdade se diga que este governo é uma imitação grotesca dos anteriores governos de extrema-direita do senhor engenheiro, um mitómano (i.e. tendência patológica voluntária e consciente para a mentira) que demonstrou ser o exilado, quando chefe de grupos de ministros e afins (?), os quais tiveram a suprema capacidade de endividar o país até à ponta dos cabelos dos nossos trinetos, com a delapidação de biliões de euros do erário público para sustentar (isto só em Portugal!…) Fundações com objetivos, no mínimo duvidosos; PPP (parcerias público privadas) como as das vias rápidas e autoestradas, só passíveis de terem sido concebidas (e são mantidas) numa qualquer república centro africana; Observatórios com as designações mais cretinas inimagináveis, verdadeiros antros de grupos de clientela partidária que outro fim não visam, que não seja sugar o tutano dos portugueses; empresas públicas em que a soma dos gestores de cada uma delas pesa mais no orçamento que a soma de todos os trabalhadores das mesmas; idem para empresas municipais e outros cóis aparentados.
É do conhecimento público o verdadeiro buraco negro que constitui para o Estado este rol de imbecilidades (no mínimo) criminosas deixadas pelos governos PS (que nessa altura, de socialista só tinham o nome) e que culminou com a assinatura do memorando da dita troika, herança que este governo (?) tem sabido acarinhar, nada tendo feito até hoje para inverter este enorme cancro que mina a Nação, que corrói os fundamentos do Estado de Direito e conduz o país para o abismo.
Que fique bem claro que quem chamou para Portugal a trupe sinistra de financiadores, foi o 1º ministro Sócrates.
Em consequência da maior manifestação popular havida em Portugal algum dia, o presidente Cavaco convocou o Conselho de Estado. Do conclave que durou mais de oito horas saiu um… aborto. 
Admoestou os responsáveis do PSD/CDS para lhes dizer que a coligação partidária tinha de ser reforçada e que o governo arranjasse alternativa ao TESU. Ou seja, o que o presidente disse aos senhores foi que tinham que continuar em frente com TESU mas sem TSU.
Por outras palavras, continuar o roubo dos subsídios, das pensões e dos ordenados; vender a grandes bandos multinacionais mafiosos as empresas públicas e do Estado por dez reis de mel coado, e assim por diante…
Já não há pachorra para esta gente. São grotescos, sinistros e medonhos. Evidência séria e grave da moléstia de que foram acometidos os partidos políticos, tem sido as manifestações populares recentes, realizadas de forma espontânea, sem o «aval» partidário e até sindical. Em boa verdade não temos um regime com partidos, mas uma partidocracia.
Felizmente que o povo começou a despertar.

Pedro Manuel Pereira

sábado, 11 de agosto de 2012

RECEITA ESTAFADA PARA DESTRUIR NAÇÕES

De forma avassaladora e sufocante, em países comunitários como a Irlanda, Grécia, França, Inglaterra, Espanha, Itália e Portugal, encontra-se em marcha acelerada a privatização massiva de setores públicos fundamentais, como os transportes, a água e a energia, entre outros. Porém, para além dos referidos países, constatamos que a mesma receita económica se encontra a ser cozinhada nos Estados Unidos e no Chile.
Por detrás desta receita assassina sem ideologia (o neoliberalismo já faliu) encontra-se um governo sombra mundial.
Deliberadamente e sem uma motivação ideológica que se vislumbre, os governos destes países encetaram um processo de desmantelamento dos serviços públicos fundamentais, elegendo até à exaustão e ao vómito os funcionários públicos como atores de todos os males económicos e financeiros de que enfermam estas nações.
Numa primeira fase, envenenaram «até fartar vilanagem» a opinião pública, açulando trabalhadores contra trabalhadores (do setor privado contra o setor público) e em seguida, os governos (?) destes Estados, iniciaram processos de privatização de setores económicos vitais para as populações, como solução milagreira «inevitável» - de acordo com as referidas alimárias – para salvar as pátrias falidas, sacrificando-se a segurança, a qualidade e a sustentabilidade, e oferecendo como contrapartida a deterioração generalizada do poder de compra, do bem-estar e da qualidade de vida dos cidadãos, empenhando o futuro da gerações ora nascentes quer vindouras.
Os cenários mais devastadores registam-se nos países onde as consequências sociais e económicas funestas e sinistras se fazem sentir; onde os credores e instituições internacionais como o FMI, Banco Central Europeu e outras opacas corporações financeiras estão a proceder a privatizações massivas, em troca de famigerados «planos de resgate», como no caso de Portugal, a vulgo, Troika.
A «descoberta» recente do endividamento dos Estados soberanos consiste, fundamentalmente, numa estratégia traçada para suspender - numa primeira etapa – e­/ou suprimir a médio prazo, todas as formas de expressão e regimes democráticos, implementando medidas copiadas de ditaduras já ultrapassadas, como as ocorridas em países da América do Sul, ou a da China na atualidade.
Numa segunda etapa, ou em paralelo, é efetivada a transferência para conglomerados privados, de setores empresariais do Estado ou com participação deste. Ora para que a concretização destas ações tenha sucesso num país democrático, é necessário vergar a cerviz das massas trabalhadoras e nada mais a propósito que, a pretexto da dívida soberana, serem implementadas medidas de austeridade, tornando a sua economia refém de chantagem das agências de rating, da banca e de outras organizações especuladoras - verdadeiros abutres - como o que ocorre atualmente na Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália, liquidando, assim, as estruturas, a coesão base da sociedade e a sustentabilidade das nações.
Em Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha (neste último país, hoje, os contentores de lixo de supermercados, cafés e restaurantes possuem cadeados, uma vez que em cada dia que passa mais pobres procuram comida neles) crescem os casos de abandono escolar, de desnutrição infantil, juvenil e adulta, os cidadãos deficientes, inválidos ou portadores de doenças raras vêem cortados os subsídios e medicamentos, e por aí fora.
No caso português, onde a taxa de desemprego não oficial, ultrapassa em muito os 20% - a taxa oficial é de 15,2% -  o encolhimento da economia do país vem redundando numa contração drástica do crescimento, pelo que, a redução da dívida pública torna-se, na prática, impossível de ser solvida algum dia, caso não haja inversão rápida desta marcha para o abismo.
Nesta matéria – economia – parafraseando um dos princípios base da Física: – «matéria atrai matéria…» - a «miséria atrai miséria».
Sem poder de compra não há consumo e por tal facto, acumulam-se os stocks nas lojas, nos armazéns e as fábricas paralisam e encerram. Logo, o desemprego aumenta exponencialmente.
O roubo dos subsídios de férias de Natal dos funcionários públicos, perpetrado pelo governo, o aumento dos impostos diretos e indiretos, mais a redução dos salários e o aumento galopante do custo de vida, redunda numa contração brutal do poder de compra, na incapacidade dos cidadãos de cumprirem os seus compromissos e poderem adquirir muitos dos produtos básicos para o seu quotidiano, como os produtos alimentares, os medicamentos indispensáveis à sua sobrevivência, a roupa, o calçado e demais produtos e equipamentos necessários a uma vivência com o mínimo de dignidade. Temos então, um verdadeiro genocídio em marcha.
Em Portugal, onde o governo decidiu cumprir tudo o que a Troika exigiu (e exige), a situação económica vem-se agravando em cada dia que passa.
Não obstante os 78 biliões de euros de «resgate» concedidos em maio de 2011, a economia do país continua a afundar-se cada vez mais, numa enorme e funda cratera, mais funda que a Fossa das Marianas (o local mais profundo do planeta  -11034m - situado em pleno Oceano Pacífico).
Quando Portugal celebrou o acordo para receber este famigerado «resgate», a relação dívida/PIB do país era de 107%. Atualmente, a expectativa é que esta suba para 118% até 2013.
Neste momento o cenário em Portugal é idêntico ao da Irlanda, da Itália e de Espanha, sendo o da Grécia o mais grave: afundamento da economia e das populações numa recessão e num marasmo em cada dia mais negro.
Para quem não se recorde, há uma década atrás a Argentina viveu o mesmo «filme» de terror que estes países europeus estão a viver. Nessa altura, os governos de neoliberalismo feroz e sem rosto, privatizaram os setores nevrálgicos produtivos e os serviços públicos, conduzindo o povo à miséria generalizada, com a consequente liquidação da classe média e o aumento brutal das fortunas dos poderosos, que culminou em 2002 com o colapso da economia do país, tendo como expressão mais dolorosa a expropriação pelos Bancos dos depósito dos pequenos clientes, a falência de empresas, o encerramento de estabelecimentos, o desaparecimento da moeda em circulação, a emigração de mão-de-obra qualificada, incluindo centenas de milhar de licenciados, o empobrecimento em massa, o desemprego generalizado, a fome, os suicídios e o desespero das classes média e baixa.
Em contrapartida o povo encetou marchas de protesto e outras lutas contra a gestão dos presidentes Carlos Menem e Fernando de la Rúa, resultando em feroz repressão por parte dos governantes de igual forma como já havia sucedido em tempos de ditaduras, em especial, a ditadura militar - da qual os argentinos guardavam melhor memória - instaurada em 24 de março de 1976 e que finou em 1983.
Nesse espaço de tempo os militares assassinaram mais de 30 mil civis, entre eles, crianças e idosos, e fizeram «desaparecer» centenas de milhar de cidadãos, de acordo com as estimativas de ONGs argentinas e de organismos internacionais de defesa dos Direitos Humanos.

Pedro Manuel Pereira




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

RETRATO DE UM TRAIDOR


Ao longo da sua vida o leitor já se enfrentou ou foi alvo dos atos de um traidor? Se tão infausto ocorrido ainda não lhe sucedeu, considere-se uma pessoa feliz, porque a TRAIÇÃO é um ato associado à falta de ÉTICA, de LEALDADE e de SOLIDARIEDADE, entre outros atributos que devem ser apanágio de (e entre) todos os Homens e Mulheres. Acautele-se, porém, porque nos dias que correm o Traidor(a) espreita em cada esquina da sua (nossa) vida, é esta sinistra figura que subservientemente gere o mundo que nos rodeia, ao serviço de sinistras criaturas e corporações.

O traidor geralmente trabalha num departamento ou serviço do Estado e, ainda, no setor empresarial público ou privado, onde desempenha tarefas rotineiras, cumprindo horários regulares ou escapando deles através de estratagemas, sem que, os superiores hierárquicos do local onde exerce a sua atividade se apercebam. No entanto, aparentemente obedece a regras e agrega um certo nível de propósito e ambição ao trabalho.
Uma das mais sinistras ironias do traidor é que o seu excelente desempenho no trabalho, invariavelmente, tem por objetivo disfarçar o conturbado lado da sua vida pessoal, além de o ajudar a conseguir promoções que o pode levar a patamares onde tenha acesso a informações altamente confidenciais, sendo que, o dinheiro e o ego são outros fatores a ter em conta na natureza deste género de criaturas. Aparenta e proclama ser possuidor de apurado senso de honra e integridade pessoais, aliados a um relativo senso de humor. É medianamente inteligente e possui a capacidade de trabalhar em harmonia com outros seres humanos. Para os seus superiores hierárquicos é um ótimo funcionário. Faz fotocópias de todos os documentos que «agarra» e é exímio em todo o trabalho burocrático.
O lamentável é que o mundo sempre foi visto de acordo com as aparências…
Para conseguir algumas vantagens, o traidor apresenta às pessoas uma versão bem editada de si mesmo.
Existem quatro tipos de traidores: - O tipo um, é o espião que é escolhido por um esperto recrutador e cujo potencial é testado (têm acesso a informações confidenciais ou outras informações valiosas); - O tipo dois é o voluntário. Esta é uma pessoa que tem acesso a informações confidenciais e que, normalmente, já possui alguma experiência em espionagem, o que permite oferecer os seus serviços a quem lhe pagar mais ou oferecer benesses materiais e sociais; - O terceiro tipo de espião é o agente de longa data ou dissidente da estrutura, normalmente recrutado na sua juventude e que, na época de seu recrutamento foi afastado das informações sensíveis que os seus contatos desejavam, tendo decorrido vários anos até atingir uma posição vantajosa; - O quarto tipo é alguém que espiona para um serviço secreto, partido político, serviço do Estado e empresa pública ou privada, mas acaba sendo convencido pelo seu contato que está a trabalhar para um outro poder. A isto comumente se chama recrutamento de identidade falsa.
Como é que um espião-mestre atrai um colaborador e futuro espião? - Por meio drecrutamento Recrutamento é a joia da coroa de qualquer serviço secreto, partido político, e/ou serviço de espionagem dentro do setor empresarial público ou privado. O cuidado envolvido no recrutamento depende, em larga medida, do tipo de informação secreta à qual o traidor em potência tem acesso. O recrutamento consiste de vários patamares: - Identificar o tipo de informação que deve de ser obtida; o tipo de pessoas que tem acesso à informação; quem, entre estas pessoas pode ser abordado com segurança e, por último, definição de um alvo. Assim, o encarregado de caso verifica a informação operacional que acumulou sobre o seu alvo, incluindo extensão de contratos sociais e familiares, clubes e associações, hobbies - especialmente os que incluam atividades em grupo - e os vários serviços pessoais utilizados por ele, desde funcionários diversos a médicos, dentistas e outros. O foco deve estar nas fraquezas do alvo que é escrutinado. De todos estes aspetos, a ideologia é, atualmente, descartada, excetuando nos casos em que o alvo é afeto a partidos da extrema-esquerda ou da extrema-direita. A coerção acaba sendo um fator de importância quando o traidor entrega os seus primeiros documentos roubados, ou coleta informação sensível que entrega ao seu superior. O que pode levar um homem a baixar o pano sobre suas experiências escolares passadas, as suas atividades e ideologias, os seus amigos íntimos, as suas velhas lealdades e vínculos de um passado longínquo e/ou recente? - Um dos mitos mais comuns sobre criminosos é que são pessoas como nós, que tiveram o azar de cair uma vez na vida, que foi seguida de outra e outra queda, até que foi tarde demais para voltar atrás e viver como um ser humano que respeita a lei, as regras e os princípios éticos e morais que vigoram nas sociedades. Ora isto é absolutamente incorreto, pelo menos de acordo com proeminentes e respeitados psicólogos, psicanalistas e psiquiatras especializados em personalidades criminosas. Assim, de acordo com estes especialistas, os criminosos são pessoas que, de maneira nenhuma, pensam como o resto de nós. Para eles, ser um criminoso não implica em que grau o é, mas em que tipo de comportamento ou pensamento se encontra.
Se olharmos para a vida de um traidor, logo concluímos que, muito antes do final, ocorre a dissidência fatal. O traidor tem atrás de si uma vida inteira de pequenas dissidências e desonestidades, de um sentimento geral de superioridade em relação às regras, de desprezo pela decência comum e pelo que é bom e digno no ser humano, numa exaltação de si mesmo em detrimento das outras pessoas.
Muita gente fracassa na escola, provêm de lares infelizes, ou são possuidores de complicados problemas psicológicos. Não obstante, não chegam a trair os seus semelhantes. Assim, que elementos são adicionados ao caráter dos traidores que os distinguem dos outros seres humanos? - Para além de tudo, um traidor é uma pessoa que acredita poder satisfazer os seus caprichos, impulsos e apetites, independente das consequências. O traidor não se preocupa em ponderar da natureza do seu caráter e, tal como outros criminosos, apresenta a tendência para se ver a si mesmo como o centro de todas as situações, nunca apenas como «mais uma roda de uma engrenagem».
Ao entrar numa sala cheia de gente, o traidor olha para os comuns mortais com pena: -«Eis aqui os patetas comuns, que não têm a mínima ideia de como se tornar alguém na vida» - pensa. Por causa da exagerada noção de suas capacidades, o traidor vê-se a si mesmo como o mestre de algum grupo invisível. Ele nunca se vê como uma pessoa que deve obrigações, ou que tenha que reportar os seus atos a alguém. Devido à sua fraqueza interior, à sua falha de caráter, o traidor tem necessidade de sentir-se no quotidiano, no controle das situações, o que não obtém por meio de competição justa, mas por meio de ações furtivas e desonestas.
O traidor acumula coisas a seu favor sem que os outros saibam, pois o seu sigilo confere-lhes uma sensação de superioridade e de mestria.
O traidor gosta de enganar pessoas e aprecia o fato de que os outros não estejam conscientes das sinistras intenções por trás da fachada benigna que ostenta.
O traidor, como muitos criminosos, é um dissimulador tão magnífico que seria capaz de ensinar a mudança de cores a um camaleão.
Todo o traidor aparenta ter uma ambição a ser alcançada e destaca-se por defender a auto imagem exaltada.
No traidor, a necessidade de obter distinção é distorcida e inescrupulosa. Existe desespero envolvido, como se tivesse que ser tudo, para não ter que acabar em nada. O objetivo final de conquista, para dar significado à vida, acaba por se perder. Enquanto o caminho para a realização de uma pessoa comum é bastante simples: - Aplicar esforços e recursos disponíveis para resolver problemas, o traidor, como o criminoso, não possui a firmeza de caráter necessária ao crescimento gradual e, por isto, almeja começar do topo. Quando descobre que isso lhe é negado, cai em fantasias de grandiosidade. Não importa o crime cometido pelo traidor, ele pode até reconhecer que a sua ação tenha sido criminosa, mas jamais se verá a si mesmo como um criminoso.
Um traidor jamais sente remorsos. É sua convicção de que não necessita de defender o seu comportamento perante a sociedade ou o seu círculo familiar. Conclui-se assim que: - Todo o ato de traição é individual.

Pedro Manuel Pereira

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A BOM RITMO OS PREPARATIVOS PARA A GUERRA


O previsível confronto entre parte do Ocidente capitaneado pelos EUA e a República Islâmica do Irão, entrou numa fase mais complexa. Nos últimos dias, o abate de um avião turco e o ataque frustado a outro pela Síria, aumentou de forma exponencial o nível de tensão na região, a caminho de um ponto sem retorno. Por outro lado, enquadrada nesta escalada belicista encontra-se a aliança Estados Unidos/Israel, procurando utilizar o Irão como bode expiatório para atingir a China, tanto mais que até agora os americanos têm vindo a utilizar vários expedientes para fazer com que os chineses mexam na sua moeda sobredesvalorizada, responsável por ter feito sossobrar a indústria dos EUA.
Simultaneamente, os americanos têm vindo a actuar no terreno, difundindo a ideia de que a China se encontra sob intensa luta política interna cujo desfecho breve poderá ser um golpe de estado.
 Atente-se ao papel da Rússia na região, que se enquadra numa geopolítica mais vasta. Assim, muito embora sejam dos principais importadores de petróleo iraniano, os russos não dependem energeticamente dos persas como a China e a Índia. Para Moscovo, a principal ameaça consiste na interrupção do comércio de armamentos e de tecnologia militar de alto nível ao governo de Teerão, o que, a acontecer, conduzirá ao isolamento da Rússia em assuntos estratégicos relevantes no Oriente Médio.
Por outra banda, a confrontação com Teerão é crucial para o governo israelita desviar o foco das atenções internacionais de temas mais complexos, como a problemática palestiniana. Note-se que a segurança do Estado hebraico não se relaciona diretamente com o progresso do programa nuclear iraniano. O maior risco encontra-se na consolidação do corredor político xiita que se vem construindo no Médio Oriente. Desmantelar o eixo Irão-Iraque-Síria-Líbano é um fator crucial para a salvaguarda dos interesses israelitas, daí a aceleração do caminho de guerra, visando a destruição do topo da união desta aliança: o Irão. Enquanto isto a Arábia Saudita trabalha afincadamente para travar o renascimento do Irão enquanto potência regional.
Existe o temor de que a crescente influência xiita no mundo árabe leve os persas a rivalizar com os interesses económico-político-militares sauditas no Médio Oriente. Neste contexto, a China e a Rússia procuram estreitar as suas relações perante as ameaças americanas-israelitas contra o Irão, uma vez que estão crentes em que são os alvos finais da estratégia belicista dos EUA. De resto, este país encontra-se atolado numa grave crise económica e financeira. Na actual conjuntura, esta movimentação vem criando um ambiente tenso que favorece os propósitos americanos na medida em que desvia a humanidade do tema principal, isto é, a bancarrota financeira do complexo Industrial Militar dos EUA, em que esse país assenta.
O excessivo endividamento americano vem-se transformando na principal ameaça a esse país que depende, fundamentalmente, da capacidade do seu governo continuar a individar-se com uma moeda de reserva internacional (o dólar) - que se encontra em estado de saúde comatoso - a qual não é mais considerada como um meio seguro de sustentar as transações internacionais.
É o desespero do sistema financeiro americano que conduz o império para o combate, apostando na guerra contra o Irão de forma a controlar o petróleo dos iranianos e colocar a China de joelhos.
O plano de ataque ao Irão encontra-se traçado e a sua execução é somente uma questão de tempo e de oportunidade. Envolve recursos económicos, alianças diplomáticas e treinos militares. A dúvida que subsiste não é se vai acontecer, mas quando terá início.
Decididamente, o Congresso americano, com o apoio do lobby pró-Israel dos EUA (AIPAC) e da indústria bélica, afirma-se a favor de uma intervenção armada. Aos iranianos só lhes restará lutar ou perecer. Entrementes, a diplomacia multilateral revela-se em sombras de vultos grotescos. Como seja, para além dos interesses estratégicos de russos e chineses, existe o temor generalizado de que o conflito agrave a crise económica em que o mundo se encontra atascado, afetando o comércio global como um baralho de cartas a ruir.
O actual law profile dos EUA assemelha-se à pele de cordeiro cobrindo o lobo. Deflagrando o conflito com o Irão, os demais países da região serão para ele arrastados. As bases americanas no Catar, Kuwait, Arábia Saudita, Bahrein, Iraque, Omã e Afeganistão serão alvos fáceis para o potencial bélico dos iranianos. Frentes de batalha irão nascer, por via do Hezbollah e do Hamas contra Israel, por banda das repúblicas satélite da Rússia e deste mesmo país, bem assim como, a proliferação de atentados terroristas movidos pelo antiocidentalismo, mais cedo ou mais tarde atingirião a Europa a América do Norte e outras regiões do planeta.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

TERCEIRA GUERRA MUNDIAL EM 2012?

Mantendo-se a incógnita da data de início de um terceiro conflito bélico à escala mundial, verificamos que se encontra em curso no Golfo Pérsico uma crescente concentração de tropas e de material de guerra por parte dos EUA e de alguns dos seus aliados, como não há memória na História dessa zona do globo. 
Neste sentido, Washington tem vindo a enviar conselheiros militares, caças e bombas para os Emirados Árabes e para a Arábia Saudita a fim de neutralizar um eventual ataque de Teerão. 
A troca de informações militares através de agências de inteligência, com os seis países do Golfo Pérsico - Catar, Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Iraque – está bastante ativa. Entre outras medidas, os EUA decidiram transferir para o Kuwait a maioria das tropas a serem retiradas no final do ano do Iraque. Cerca de 40000 soldados americanos serão mantidos na região. Também fecharam contratos de venda para a Arábia Saudita de caças F-15, de duas mil «bombas inteligentes» - as chamadas munições de ataque direto conjunto ou JDAM - na sigla em inglês - e de outras munições. Enquanto isso, os Emirados Árabes Unidos mantêm uma ampla frota de caças F-16, já munidos com centenas de milhar de munições. 
 Dada a falta de apoio da Rússia e da China para a adoção de novas sanções contra o Irão, na ONU, os EUA têm vindo a elevar a capacidade militar das monarquias do Golfo Pérsico como meio de conter a possível ameaça militar de Teerão. O objetivo último será a construção um sistema integrado de defesa contra ataques de mísseis de curto e médio alcance iranianos. 
Neste contexto, a opinião pública mundial em geral e a americana em particular, vem sendo manipulada através dos meios de informação, quanto às hipotéticas ambições bélicas do Irão com base no seu programa nuclear. Assim, a propalada existência de armas nucleares nesse país, mais não constitui do que um pretexto para um eventual ataque massivo em grande escala, desencadeado a partir de várias frentes. Note-se que este argumento já foi utilizado para o Iraque, com a destruição generalizada de infraestruturas económicas e sociais e um cortejo de centenas de milhar de mortos e estropiados, perante a passividade da comunidade internacional, com os resultados escabrosos que são do domínio público. 
Face ao apoio popular ao governo fundamentalista do Irão por parte dos seus nacionais, país em que toda a vida social, política e económica se rege pelo Corão, os EUA não encontram nele, clima propício para fomentarem mais uma revolução árabe através de manifestações organizadas contra o regime. Assim, neste cenário e atualmente, as forças especiais dos americanos e os seus aliados no terreno, procuram desestabilizar a economia iraniana através do congelamento de bens e do bloqueamento das exportações de petróleo. 
 Aquele que poderá ser o barril de pólvora encontra-se situado na região do Golfo, mais concretamente, o estreito de Ormuz, que é uma pequena extensão, com 54 km de largura mínima, atingindo 100 km no seu percurso mais largo. A norte do estreito encontra-se o Irão onde está concentrada uma grande parte das forças e dos mísseis deste país e a sul situa-se Omã e os Emirados Árabes Unidos. 
Dificilmente a Rússia e a China irão permitir um ataque ao Irão, porém, tudo dependerá das circunstâncias. Neste quadro geoestratégico, o fator desencadeador do conflito será – provavelmente - o eventual bloqueio por parte da União Europeia às importações de petróleo do Irão, o qual entra em vigor no próximo dia 1 de julho. Como retaliação lógica ao embargo, o Irão poderá encerrar o estreito de Ormuz, como já foi várias vezes afirmado por banda dos dirigentes iranianos. Saliente-se que por esta via marítima passa mais de 40% do petróleo e 20% do transporte marítimo mundiais. Não obstante, não é crível que o Irão tome a iniciativa de bloquear o estreito de Ormuz, embora possa tentar, como forma de represália face a uma agressão militar. Em primeiro lugar, porque exporta o seu próprio petróleo por esta via e os recursos destas exportações lhe são vitais e, em segundo lugar, porque afetaria economicamente alguns dos principais parceiros que o apoiam no seu conflito com os EUA, principalmente a China, cujas importações de petróleo - que chegam a 15% do consumo - procedem do seu território. A sua eventual interrupção paralisaria parte do aparelho produtivo chinês. As tensões estão abertas. 
As chancelarias do mundo observam, minuto a minuto, uma perigosa escalada que pode desembocar num grande conflito regional, que numa segunda fase poderá vir a estender-se a várias regiões do globo. Por ora estão implicados, não apenas Israel, os Estados Unidos da América e o Irão, mas também três outras potências do Médio Oriente: a Turquia, cujas ambições na região voltaram a ser manifestas, a Arábia Saudita, que sonha há décadas em ver destruído o seu grande rival islâmico xiita e o Iraque, que poderia romper-se em duas partes: uma xiita e pró-iraniana e outra sunita e pró-ocidental. Por outro lado, um bombardeamento das instalações nucleares iranianas pode provocar uma nuvem radioativa de gigantescas proporções, nefasta para a saúde de toda a população da região - incluídos os vários milhar de militares norte-americanos e os habitantes de Israel – mas também, de uma forma ou de outra, a população mundial, por via da contaminação atmosférica e do mar. 
O contexto geopolítico em que decorrem os preparativos defensivos/ofensivos, por banda da Síria e do Irão está a conduzir a Rússia de forma a tornar mais eficiente as suas estruturas nas regiões do Cáucaso do Sul, no Mar Cáspio, no Mediterrâneo e no Mar Negro, ultimando os planos militares de modo a preparar-se para uma resposta adequada, perante a eminência de possíveis ataques de Tel-Aviv e de Washington contra Teerão. Note-se que os preparativos para minimizar as perdas ante uma possível ação militar contra o Irão, começaram há mais de dois anos e hoje em dia estão - quase - completos. Segundo fontes do Ministério da Defesa Russa, a base militar 102a na Arménia foi completamente otimizada entre outubro e novembro de 2011, enquanto as familias do pessoal militar foram evacuadas para a Rússia. As sub-unidades militares estacionadas na Arménia foram transferidas para o distrito de Gyumri, próximo da fronteira com a Turquia, atendendo a que são possíveis ataques contra as instalações nucleares iranianas pela tropas dos EUA a partir do território turco. Até ao momento não está claro que tarefas serão levadas a cabo na base militar 102a em relação a estes factos, porém, sabe-se que as tropas russas estacionadas nas bases militares da Ossétia do Sul e de Abjasia, encontram-se em alerta máximo desde 1 de dezembro passado. Entretanto, os navios da Esquadra Naval do Mar Negro, posicionaram-se preventivamente não muito distantes da fronteira com a Geórgia, região que neste conflito poderá atuar ao lado das forças anti-iranianas. 
Em Izberbash, Daguestão, quase junto à fronteira de Azerbeijão, desde há meses que um batalhão equipado com sistemas de mísseis terra/antitanques Bal-E, com uma autonomia de 130 km, se posicionou em disposição de combate. Todas as embarcações com mísseis guiados da Frota Russa no Mar Cáspio, transferiram-se desde Astrakán para os distritos de Makhachkala e de Kaspiysk para formar um só grupo. Entretanto, o barco insígnia da Esquadra Naval - o navio de mísseis sentinelas Tatarstán - já se juntou à pequena canhoeira Volgodonsk e ao navio de mísseis Daguestão. Os navios insígnia desta Esquadra estão equipados com sistemas de mísseis com um alcance de até 200 km. Estretanto, a Arménia e o Azerbeijão, continuam a constituir fontes de preocupação militar dos russos. No caso do Azerbeijão, refira-se que nos últimos quatro anos duplicou os seus efetivos militares e equipamento bélico. Nos últimos meses tem vindo a adquirir aviões não tripulados israelitas e outros meios avançados de reconhecimento e localização topográfica, agravante natural ante Teerão. Muito embora as forças navais da NATO estejam concentradas no Golfo Pérsico e no Mediterrâneo Oriental, dificilmente poderão travar um conflito bélico com sucesso contra o bloqueio iraniano, no quadro de uma guerra convencional, uma vez que este país é uma das maiores potências militares da região, dispondo, inclusivamente, de armamento sofisticado e de um milhão de soldados bem equipados e municiados. Não obstante, na eminência de Teerão enfrentar uma derrota militar depois de uma invasão terrestre de tropas dos EUA e da NATO, em oposição, a Rússia, já bem posicionada no terreno, dará o seu apoio militar, pelo menos, ao nível técnico-militar. Terá então, aqui, início um conflito bélico mais prolongado no tempo e alargado no espaço geográfico, mantendo-se a incógnita: - QUANDO E ATÉ ONDE ? 

Pedro Manuel Pereira

sexta-feira, 1 de junho de 2012

PIGS

Encontro Bilderberg Chantilly, Virginia, USA, 31 Maio a 3 de Junho de 2012 Lista final dos participantes:

FRA Castries, Henri de, Chairman and CEO, AXA Group DEU Ackermann, Josef Chairman of the Management Board and the Group Executive Committee, Deutsche Bank AG GBR Agius, Marcus Chairman, Barclays plc USA Ajami, Fouad Senior Fellow, The Hoover Institution, Stanford University USA Alexander, Keith B. Commander, US Cyber Command; Director, National Security Agency INT Almunia, Joaquín Vice-President - Commissioner for Competition, European Commission USA Altman, Roger C. Chairman, Evercore Partners PRT Amado, Luís Chairman, Banco Internacional do Funchal (BANIF) NOR Andresen, Johan H. Owner and CEO, FERD FIN Apunen, Matti Director, Finnish Business and Policy Forum EVA TUR Babacan, Ali Deputy Prime Minister for Economic and Financial Affairs PRT Balsemão, Francisco Pinto President and CEO, Impresa; Former Prime Minister FRA Baverez, Nicolas Partner, Gibson, Dunn & Crutcher LLP FRA Béchu, Christophe Senator, and Chairman, General Council of Maine-et-Loire BEL Belgium, H.R.H. Prince Philippe of TUR Berberoğlu, Enis Editor-in-Chief, Hürriyet Newspaper ITA Bernabè, Franco Chairman and CEO, Telecom Italia GBR Boles, Nick Member of Parliament SWE Bonnier, Jonas President and CEO, Bonnier AB NOR Brandtzæg, Svein Richard President and CEO, Norsk Hydro ASA AUT Bronner, Oscar Publisher, Der Standard Medienwelt SWE Carlsson, Gunilla Minister for International Development Cooperation CAN Carney, Mark J. Governor, Bank of Canada ESP Cebrián, Juan Luis CEO, PRISA; Chairman, El País AUT Cernko, Willibald CEO, UniCredit Bank Austria AG FRA Chalendar, Pierre André de Chairman and CEO, Saint-Gobain DNK Christiansen, Jeppe CEO, Maj Invest RUS Chubais, Anatoly B. CEO, OJSC RUSNANO CAN Clark, W. Edmund Group President and CEO, TD Bank Group GBR Clarke, Kenneth Member of Parliament, Lord Chancellor and Secretary of Justice USA Collins, Timothy C. CEO and Senior Managing Director, Ripplewood Holdings, LLC ITA Conti, Fulvio CEO and General Manager, Enel S.p.A. USA Daniels, Jr., Mitchell E. Governor of Indiana USA DeMuth, Christopher Distinguished Fellow, Hudson Institute USA Donilon, Thomas E. National Security Advisor, The White House GBR Dudley, Robert Group Chief Executive, BP plc ITA Elkann, John Chairman, Fiat S.p.A. DEU Enders, Thomas CEO, Airbus USA Evans, J. Michael Vice Chairman, Global Head of Growth Markets, Goldman Sachs & Co. AUT Faymann, Werner Federal Chancellor DNK Federspiel, Ulrik Executive Vice President, Haldor Topsøe A/S USA Ferguson, Niall Laurence A. Tisch Professor of History, Harvard University GBR Flint, Douglas J. Group Chairman, HSBC Holdings plc CHN Fu, Ying Vice Minister of Foreign Affairs IRL Gallagher, Paul Former Attorney General; Senior Counsel USA Gephardt, Richard A. President and CEO, Gephardt Group GRC Giannitsis, Anastasios Former Minister of Interior; Professor of Development and International Economics, University of Athens USA Goolsbee, Austan D. Professor of Economics, University of Chicago Booth School of Business USA Graham, Donald E. Chairman and CEO, The Washington Post Company ITA Gruber, Lilli Journalist - Anchorwoman, La 7 TV INT Gucht, Karel de Commissioner for Trade, European Commission NLD Halberstadt, Victor Professor of Economics, Leiden University; Former Honorary Secretary General of Bilderberg Meetings USA Harris, Britt CIO, Teacher Retirement System of Texas USA Hoffman, Reid Co-founder and Executive Chairman, LinkedIn CHN Huang, Yiping Professor of Economics, China Center for Economic Research, Peking University USA Huntsman, Jr., Jon M. Chairman, Huntsman Cancer Foundation DEU Ischinger, Wolfgang Chairman, Munich Security Conference; Global Head Government Relations, Allianz SE RUS Ivanov, Igor S. Associate member, Russian Academy of Science; President, Russian International Affairs Council FRA Izraelewicz, Erik CEO, Le Monde USA Jacobs, Kenneth M. Chairman and CEO, Lazard USA Johnson, James A. Vice Chairman, Perseus, LLC USA Jordan, Jr., Vernon E. Senior Managing Director, Lazard USA Karp, Alexander CEO, Palantir Technologies USA Karsner, Alexander Executive Chairman, Manifest Energy, Inc FRA Karvar, Anousheh Inspector, Inter-ministerial Audit and Evaluation Office for Social, Health, Employment and Labor Policies RUS Kasparov, Garry Chairman, United Civil Front (of Russia) GBR Kerr, John Independent Member, House of Lords USA Kerry, John Senator for Massachusetts TUR Keyman, E. Fuat Director, Istanbul Policy Center and Professor of International Relations, Sabanci University USA Kissinger, Henry A. Chairman, Kissinger Associates, Inc. USA Kleinfeld, Klaus Chairman and CEO, Alcoa TUR Koç, Mustafa Chairman, Koç Holding A.Ş. DEU Koch, Roland CEO, Bilfinger Berger SE INT Kodmani, Bassma Member of the Executive Bureau and Head of Foreign Affairs, Syrian National Council USA Kravis, Henry R. Co-Chairman and Co-CEO, Kohlberg Kravis Roberts & Co. USA Kravis, Marie-Josée Senior Fellow, Hudson Institute INT Kroes, Neelie Vice President, European Commission; Commissioner for Digital Agenda USA Krupp, Fred President, Environmental Defense Fund INT Lamy, Pascal Director-General, World Trade Organization ITA Letta, Enrico Deputy Leader, Democratic Party (PD) ISR Levite, Ariel E. Nonresident Senior Associate, Carnegie Endowment for International Peace USA Li, Cheng Director of Research and Senior Fellow, John L. Thornton China Center, Brookings Institution USA Lipsky, John Distinguished Visiting Scholar, Johns Hopkins University USA Liveris, Andrew N. President, Chairman and CEO, The Dow Chemical Company DEU Löscher, Peter President and CEO, Siemens AG USA Lynn, William J. Chairman and CEO, DRS Technologies, Inc. GBR Mandelson, Peter Member, House of Lords; Chairman, Global Counsel USA Mathews, Jessica T. President, Carnegie Endowment for International Peace DEN Mchangama, Jacob Director of Legal Affairs, Center for Political Studies (CEPOS) CAN McKenna, Frank Deputy Chair, TD Bank Group USA Mehlman, Kenneth B. Partner, Kohlberg Kravis Roberts & Co. GBR Micklethwait, John Editor-in-Chief, The Economist FRA Montbrial, Thierry de President, French Institute for International Relations PRT Moreira da Silva, Jorge First Vice-President, Partido Social Democrata (PSD) USA Mundie, Craig J. Chief Research and Strategy Officer, Microsoft Corporation DEU Nass, Matthias Chief International Correspondent, Die Zeit NLD Netherlands, H.M. the Queen of the ESP Nin Génova, Juan María Deputy Chairman and CEO, Caixabank IRL Noonan, Michael Minister for Finance USA Noonan, Peggy Author, Columnist, The Wall Street Journal FIN Ollila, Jorma Chairman, Royal Dutch Shell, plc USA Orszag, Peter R. Vice Chairman, Citigroup GRC Papalexopoulos, Dimitri Managing Director, Titan Cement Co. NLD Pechtold, Alexander Parliamentary Leader, Democrats '66 (D66) USA Perle, Richard N. Resident Fellow, American Enterprise Institute NLD Polman, Paul CEO, Unilever PLC CAN Prichard, J. Robert S. Chair, Torys LLP ISR Rabinovich, Itamar Global Distinguished Professor, New York University GBR Rachman, Gideon Chief Foreign Affairs Commentator, The Financial Times USA Rattner, Steven Chairman, Willett Advisors LLC CAN Redford, Alison M. Premier of Alberta CAN Reisman, Heather M. CEO, Indigo Books & Music Inc. DEU Reitzle, Wolfgang CEO & President, Linde AG USA Rogoff, Kenneth S. Professor of Economics, Harvard University USA Rose, Charlie Executive Editor and Anchor, Charlie Rose USA Ross, Dennis B. Counselor, Washington Institute for Near East Policy POL Rostowski, Jacek Minister of Finance USA Rubin, Robert E. Co-Chair, Council on Foreign Relations; Former Secretary of the Treasury NLD Rutte, Mark Prime Minister ESP Sáenz de Santamaría Antón, Soraya Vice President and Minister for the Presidency NLD Scheffer, Paul Professor of European Studies, Tilburg University USA Schmidt, Eric E. Executive Chairman, Google Inc. AUT Scholten, Rudolf Member of the Board of Executive Directors, Oesterreichische Kontrollbank AG FRA Senard, Jean-Dominique CEO, Michelin Group USA Shambaugh, David Director, China Policy Program, George Washington University INT Sheeran, Josette Vice Chairman, World Economic Forum FIN Siilasmaa, Risto Chairman of the Board of Directors, Nokia Corporation USA Speyer, Jerry I. Chairman and Co-CEO, Tishman Speyer CHE Supino, Pietro Chairman and Publisher, Tamedia AG IRL Sutherland, Peter D. Chairman, Goldman Sachs International USA Thiel, Peter A. President, Clarium Capital / Thiel Capital TUR Timuray, Serpil CEO, Vodafone Turkey DEU Trittin, Jürgen Parliamentary Leader, Alliance 90/The Greens GRC Tsoukalis, Loukas President, Hellenic Foundation for European and Foreign Policy FIN Urpilainen, Jutta Minister of Finance CHE Vasella, Daniel L. Chairman, Novartis AG INT Vimont, Pierre Executive Secretary General, European External Action Service GBR Voser, Peter CEO, Royal Dutch Shell plc SWE Wallenberg, Jacob Chairman, Investor AB USA Warsh, Kevin Distinguished Visiting Fellow, The Hoover Institution, Stanford University GBR Wolf, Martin H. Chief Economics Commentator, The Financial Times USA Wolfensohn, James D. Chairman and CEO, Wolfensohn and Company CAN Wright, Nigel S. Chief of Staff, Office of the Prime Minister USA Yergin, Daniel Chairman, IHS Cambridge Energy Research Associates INT Zoellick, Robert B. President, The World Bank Group GBR Bredow, Vendeline von Business Correspondent, The Economist GBR Wooldridge, Adrian D. Foreign Correspondent, The Economist

quarta-feira, 23 de maio de 2012

"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de si; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".
Filósofa AYN RAND

segunda-feira, 21 de maio de 2012

COMISSÃO LIQUIDATÁRIA DA NAÇÃO - LOCAL DE NASCIMENTO

Meus queridos amigos(as). Finalmente posso mostrar-vos em primeira mão uma foto do jardim onde nasceram todos os membros da Comissão Liquidatária da Nação – um mistério até ao momento... - que a todos nos vem dando grandes alegrias. Para quem queira visitar tão famoso local, posso adiantar-vos que fica em S. Tomé/Lisboa. P.P.

terça-feira, 1 de maio de 2012

A REALIDADE DA FICÇÃO

Por Pedro Manuel Pereira

As imagens de guerra permanentemente difundidas na televisão e em outros meios de comunicação social espelham uma realidade modelada de acordo com os seus emissores, de forma a agarrar audiências.
Como a violência suscita violência, a indústria da mesma, aproveita - com proveito - essa propaganda gratuita, convertendo a violência em espetáculo de massas e em objeto de consumo.
Desta forma, já não é necessário que os fins justifiquem os meios. De ora avante, os meios de comunicação justificam os fins de um sistema de poder que impõe os seus valores à escala planetária.
Os meios de comunicação social dominantes são detidos por poucas mãos que, regra geral, atuam ao serviço de um sistema que reduz as relações humanas à interdependência e ao medo mútuo. Porém, ao mesmo tempo, nos últimos anos, a Internet abriu imprevistas oportunidades e formas de expressão alternativas.
Através dela circulam diariamente milhões de mensagens e milhões de vozes que, felizmente, na sua maior parte, não são os ecos dos poderes políticos.
Assim, a Internet assume-se, hoje, como um novo espaço de liberdade de comunicação, mas também de comércio.
No planeta virtual não se corre o perigo de encontrar alfândegas, nem governos opressores. Por sua vez, a informação é recolhida e selecionada de acordo com o livre arbítrio do internauta.
Refira-se que, para que tal seja possível, em torno do nosso planeta gira um anel de satélites repletos de palavras e imagens que lhes chegam da terra e à terra regressam. À velocidade da luz são emitidas mensagens, só possíveis graças aos milhares de toneladas de equipamentos que circulam em órbita desde há cerca de cinquenta anos.
Neste contexto, os mais afortunados membros da sociedade mediática podem desfrutar as suas férias na praia atender o telemóvel, receber correio eletrónico, devolver as chamadas, fazer compras por computador, divertir-se com videojogos ou com televisão portátil.
A cibercomunidade encontra refúgio contra a realidade que a cerca, na realidade virtual, através das redes sociais, enquanto as cidades tendem a converter-se em imensos desertos cheios de gente, onde cada indivíduo se encerra dentro da sua própria «cápsula», graças a essa que é a indústria mais dinâmica da economia mundial, a qual vende as chaves que abrem as portas à Nova Era da História da Humanidade.
Atente-se no entanto, que o acesso a esta autoestrada da informação é um privilégio só dos países desenvolvidos, onde se encontram noventa e cinco por cento dos usuários.
O controlo do ciberespaço depende das linhas telefónicas, dos cabos de fibra ótica e das ligações satélite. Desta forma se entende, que a onda de privatizações em alguns países da Europa comunitária, e em outros países, nos anos mais recentes, tenha arrancado os telefones das empresas estatais, para entregá-los aos conglomerados multinacionais dos meios de comunicação.
A televisão aberta e por cabo, a indústria do cinema, a imprensa de grande tiragem, as grandes editoras de livros e de discos e as emissoras de rádio de maior alcance, avançam igualmente para o monopólio.
Os meios de difusão universal colocaram nas nuvens o preço da liberdade de expressão: - Cada vez existem mais comentadores políticos, paradoxalmente, na razão inversa de quem os vê e os ouve nos tempos que correm.
Os interesses desses meios cruzam-se; numerosos fios atam os impérios da comunicação entre si. Muito embora simulem competir entre eles, insultando-se, por vezes, para satisfação do público, na hora da verdade desmontam o cenário, o espetáculo acaba e de forma tranquila continuam a repartir entre si o domínio dos meios de difusão.
Nos tempos que correm ainda há quem afirme que diversidade tecnológica equivale a diversidade democrática. Porém, pese embora a tecnologia coloque a imagem, a palavra e a música ao alcance dos povos como até hoje não ocorreu na História da Humanidade, esta maravilha pode converter-se num logro, caso o monopólio privado termine por impor a ditadura da imagem única, da palavra única e da música única.
Não obstante, as estruturas do poder estão cada vez mais internacionalizadas e resulta difícil distinguir as suas fronteiras.
Neste contexto, é oportuno referir que os Estados Unidos ocupam o centro do sistema nervoso da comunidade de informação contemporânea.
As empresas norte americanas reinam na televisão, na imprensa e na informática. Mais de metade das receitas de Hollywood – por exemplo - provém dos mercados estrangeiros, vendas que crescem ano após ano, e a atribuição dos óscares conquista uma audiência mundial só comparável aos campeonatos mundiais de futebol ou às olimpíadas, enquanto a Microsoft e a Apple são os maiores dos gigantes mundiais dos sistemas operativos e da programação informática.
Por outro lado, dois em cada três seres humanos vivem no chamado Terceiro Mundo. Em contrapartida, dois de cada três corresponsáveis pelas agências noticiosas mais importantes a nível planetário, fazem o seu trabalho na Europa e nos Estados Unidos. Resulta assim, que a maioria das notícias que o mundo recebe, é produzida pelos meios de informação de uma minoria da Humanidade.
Desta forma, assistimos a um monólogo por parte do Norte do Mundo. As demais regiões recebem pouca ou nenhuma atenção salvo em caso de guerra ou de catástrofe e, com frequência, os jornalistas quando relatam os acontecimentos nesses lugares, não conhecem o idioma desses países ou regiões e muito menos a sua história ou cultura. Por tal facto, os noticiários costumam, a maior parte das vezes, serem enganadores e de origem duvidosa.
Enquanto isto, a cultura encontra-se reduzida ao entretenimento e o entretenimento convertido num esplendoroso negócio universal; a vida está reduzida ao espetáculo e o espetáculo em fonte de poder económico, político e de controlo de massas. A informação reduzida a publicidade ou propaganda encapotada.
Em suma: podemos considerar que os meios de comunicação social nem sempre refletem a realidade, antes o modelam, na certeza que o mundo foi invadido por uma mistela mortal de soporíferos e publicidade onde a televisão desempenha o principal papel.
Trabalhar, dormir e ver televisão são as três atividades que mais tempos ocupam o homem no chamado «mundo civilizado». Os políticos sabem-no bem.
Em todos os países os mesmos temem ser castigados ou excluídos pela televisão. Nenhum deles gosta de ser visto como um vilão, pese embora o possa ser. Os políticos têm pânico que a televisão os ignore condenando-os à morte cívica, dentro do princípio de que quem não aparece na televisão, não está no mundo real. Por outro lado, os políticos não ignoram o desprestígio das suas «profissões» e o poder mágico da sedução que a televisão exerce sobre as pessoas.
Para se estar presente no cenário político, há que aparecer com regularidade nas televisões e essa continuidade não costuma ser gratuita. Assim, os empresários dos meios audiovisuais dão imagem aos políticos e os políticos retribuem o favor concedendo-lhes impunidade, porque lhes entregam serviços públicos.
Mas também o entretenimento é modelado. Por exemplo: a telenovela de êxito é, em geral, o único lugar do mundo onde os corruptos, os assassinos, os facínoras são castigados e a bondade recompensada, mas também onde os cegos recuperam a vista e os pobres recebem heranças que os convertem em novos-ricos, criando assim, espaços ilusórios onde as contradições sociais se dissolvem em lágrimas de alegria.
A verdade é que este género de mensagens entra com facilidade dentro da maioria dos indivíduos, que são pobres, mas que adoram o luxo.
Qualquer pobre, por paupérrimo que seja, pode, vendo as telenovelas, penetrar nos cenários sumptuosos onde decorrem as cenas, compartilhando, assim, os prazeres dos ricos, as suas desventuras, mas também as suas alegrias.
Na televisão criam-se espaços onde a fé religiosa promete a entrada no Paraíso depois da vida e a comunicação com os entes queridos falecidos é feita por supostos médiuns, com auditórios repletos de gente crédula, enquanto os big brothers satisfazem o voyeurismo lúbrico das hordas de marginalizados, da partilha das decisões políticas que lhes traçam o destino, alienando-se o indivíduo, dessa forma, da impotência que lhe subjaz, projetando no outro o estar e o devir do querer e não ser.
Constatamos, assim, que a realidade dos personagens substitui a realidade das pessoas.
Em conclusão: - Os meios de difusão audiovisual assumem, hoje, na voragem dos dias de convulsão social, económica e política que correm, o catalisador e modelador das mentes das massas, com especial destaque para a televisão.
Por seu turno e em contraponto, a Internet desempenha um papel charneira fundamental, como espaço de liberdade individual.
Nela é colocada à disposição do internauta uma infinidade de informação, permitindo que o indivíduo a selecione livremente a compare e forme opinião sobre o assunto consultado, dispondo, em simultâneo, de um infinito leque de matérias e temas de lazer.
A integração do indivíduo em redes sociais, a abrangência das relações que lhe são proporcionadas por esse meio, tornando-o ator da comunidade virtual, portanto, sujeito ativo – e desinibido – no palco de uma vida sem custos materiais ou afetivos, torna o ciberespaço na nação privilegiada de encontro, de vivência e convivência de milhões de seres humanos.
Enquanto isso, na razão inversa, os meios urbanos, as cidades, as grandes metrópoles, estão-se desertificando como espaços de vivências reais, em detrimento da realidade virtual, onde não existe sede nem fome, nem dores ou angústias.
A realidade segue dentro de momentos.











PARA OS DISTRAÍDOS DA VIDA

quinta-feira, 19 de abril de 2012

OS BACORINHOS LUSTROSOS


(CRÓNICA DO PAIS QUE NÃO EXISTE III)

A hipocrisia anda de mãos dadas com a ganância, a selvajaria, a mentira, numa cavalgada desenfreada, que não conhece nada nem ninguém, salvo a quem lhes seja útil para montar, para servir os seus sórdidos e sabujos objetivos.
É evidente que os seus protagonistas têm rosto, são conhecidos de todos. Servem-se do aparelho do Estado, desde o governo às autarquias e às juntas de freguesia, passando pelas sinistras empresas públicas, mais as famigeradas empresas municipais, como se propriedades suas fossem, usando-as e servindo-se do património, dos dinheiros públicos e dos trabalhadores destas, sem respeito nem pudor, como bestas que são.
A comissão liquidatária da nação, essa, ao contrário do que gente de boa-fé crê, não desconhece esta realidade, porque ao invés de ser a solução, é parte constituinte do problema, tanto mais, que numa espetacular dança de cadeiras, tem vindo a substituir anteriores clientelas políticas enquistadas nos organismos públicos, por gentalha famélica - onde os lugares não são elegíveis – da sua família de interesses, composta por harpias, vampiros, sevandijas que se vão cevando nos bolsos dos cidadãos, nos cofres dos dinheiros públicos, até que ambos fiquem de todo exauridos, enquanto eles, terão engordado e quedado lustrosos e redondinhos, como bacorinhos - eles e elas – com o dinheiro surripiado a bom recato, em contas offshore e quejandos paraísos que fariam corar de vergonha – caso fossem vivos – os mais famosos corsários das estórias da História.
Pergunta-se: - Até quando os donos dos bacorinhos os vão deixar andar à solta?


Pedro Manuel Pereira