segunda-feira, 30 de novembro de 2009

FODE MANÉ JÁ É PORTUGUÊS. FINALMENTE !

MAIS NOVAS DA FAMIGERADA GRIPE A

Face à gripe, paciência e tranquilidade Por Juan Gérvas, Médico de Canencia de la Sierra, Garganta de los Montes e El Cuadrón (Madrid). Professor Honorário de Saúde Pública na Faculdade de Medicina da Universidad Autónoma de Madrid e Professor Visitante de Atención Primaria en Salud Internacional da Escuela Nacional de Sanidad (Madrid). Buitrago de Lozoya (Madrid), 20 de Agosto de 2009. Resumo A gripe A é muito contagiosa e pouco grave. Menos grave do que a gripe habitual de todos os anos (gripe sazonal). Face à gripe A é conveniente manter um comportamento prudente e tranquilo, similar ao que temos com a gripe sazonal. Deve-se consultar o médico apenas em caso de enfermidade importante (tosse com sangue, grande deterioração respiratória). Os antivirais Tamiflu e o Relenza não previnem a gripe A, têm efeitos secundários importantes. Devem reservar-se para tratar casos graves. A vacina contra a gripe A é experimental, e por agora não se sabe nada sobre a sua segurança ou sobre a sua eficácia. As pandemias prévias não produziram grande mortalidade desde que se passou a dispor de antibióticos para tratar as pneumonias que complicam a gripe. Essas pandemias também não tiveram um segundo surto de maior agressividade. Para além da gripe A, os serviços de saúde têm que atender os milhares de doentes agudos e crónicos habituais, pelo que convém não saturar a actividade de médicos, enfermeiras e restante pessoal com pacientes ligeiros com gripe A. O problema A gripe é uma doença viral de que se padece durante o Inverno, sob a forma de epidemia (epidemia sazonal), que afecta grande parte da população. Como diz (e bem) o refrão popular, "a gripe dura sete dias com tratamento, e uma semana sem ele". A gripe é uma enfermidade leve, com febre e sintomas variados tais como dor de cabeça e muscular, náuseas, diarreia e mal-estar geral, que obriga a estar um par de dias em repouso. Não convém baixar a febre a todo o custo (nem sequer nas crianças), e o tratamento é o da dor e do mal-estar. Pese embora a pouca gravidade da gripe, pode demonstrar-se que a mortalidade aumenta na população em dois picos anuais, um nos dias de Verão com o máximo de calor, e outro nos dias de Inverno com a epidemia de gripe. Por isso se aconselha a vacina contra a gripe, apesar de se discutir a utilidade desta vacinação. A epidemia de gripe A, que começou no México em 2009, é de menor gravidade que a epidemia habitual. É uma gripe que contagia muito facilmente, e por isso é uma "pandemia", porque pode chegar a afectar metade da população. Mas a contagiosidade da gripe A não diz nada sobre a sua gravidade, sendo de facto menos grave do que qualquer das gripes anteriores. Afecta muita gente, mas mata menos do que a gripe sazonal de todos os anos. Os números são variáveis consoante a fonte dos dados, mas por exemplo, no Reino Unido houve centenas de milhares de casos e só umas 30 mortes e nos Estados Unidos da América, com um milhão de casos só 302 mortos. No Inverno austral (que coincide com o Verão em Espanha - e em Portugal), na Argentina morreram 350 pessoas, na Austrália 128, no Chile 105 e na Nova Zelândia, 15. Com o Inverno austral quase no fim, no mundo inteiro houve, até agora, 2396 mortes. Para situar o problema, calcula-se que em Espanha morram durante um Inverno "normal", por gripe sazonal, de 1500 a 3000 pessoas. Tivemos muitas pandemias, e a mais letal, a "espanhola" de 1918 matou, sobretudo por pneumonias bacterianas, os pobres (mal alimentados, amontoados, com habitações insalubres e mal protegidos do frio). Nas outras duas grandes pandemias, de 1957 e 1968 não houve tal letalidade, entre outras coisas pela existência dos antibióticos para tratar as pneumonias bacterianas. Ao estudar as pandemias dos últimos séculos (de 1510 à actualidade) demonstra-se que nunca foi contagiada simultaneamente toda a população e que sempre que houve um segundo surto da pandemia a gripe manteve um carácter ligeiro também na segunda volta. O que se pode fazer face à gripe A? Quando em 2005 a Organização Mundial de Saúde (OMS) prognosticou que poderiam morrer de gripe aviária até sete milhões de pessoas, desatou-se o pânico no mundo. Depois houve apenas 262 mortes. Assistiu-se assim, a um gravíssimo erro de prognóstico. Em 2009, com a gripe A, convém não repetir o mesmo erro. Por isso é central evitar o pânico. É absurdo ter pânico face à epidemia de gripe A, por mais que venha a afectar (levemente) um grande número de pessoas. Face à gripe A convém fazer o que sempre se faz face à gripe: cuidar-se com prudência e tranquilidade. Boa hidratação, boa alimentação, boa higiene, e recorrer ao médico quando haja sintomas de importância, tipo tosse com expulsão de sangue e grande deterioração da respiração. Convém não tossir para cima de ninguém, não mexer no nariz, tapar a boca ao tossir ou espirrar e lavar as mãos antes de comer, depois de ir à casa de banho e quando estão sujas de mucosidades. O vírus elimina-se pela mucosidade nasal aproximadamente durante os primeiros cinco dias da enfermidade. O uso de máscaras não parece que ajude a evitar a propagação da epidemia. Convém não fazer muita vida social nesses primeiros dias, como é costume em caso de gripe. No que respeita à gravidez, não há nada a dizer, pois estes cuidados são para se ter sempre, não havendo deste modo nada mais a fazer. Não há nenhum tratamento preventivo: os medicamentos contra a gripe não previnem a enfermidade (nem o oseltamivir - Tamiflu, nem o zanamivir - Relenza). Uma vez diagnosticada a doença, estes medicamentos são também quase inúteis (tiram meio dia à evolução da enfermidade). Também não existem estudos que avalizem a sua efectividade na gripe A. Para além disso, têm efeitos adversos. Por exemplo, durante a epidemia de gripe A, em crianças tratadas em Londres com oseltamivir - Tamiflu, metade tiveram efeitos adversos, geralmente vómitos, e em 18 % registaram-se alterações neuropsiquiátricas. Talvez em alguns casos valha a pena o seu uso como tratamento, por exemplo em doentes graves e em pacientes com doenças mcrónicas importantes, mas não são úteis nem em crianças nem em adultos saudáveis. A vacina contra a gripe é de pouca utilidade em crianças e adolescentes, com uma efectividade de 33 %, e absolutamente inútil nos menores de dois anos. Há dúvidas sobre a sua eficácia em adultos e idosos. Sobre a vacina contra a gripe A não sabemos nada, mas em 1976 produziu-se nos Estados Unidos uma vacina parecida, também com toda a pressa pelo perigo de pandemia, e o resultado foi uma epidemia de efeitos adversos graves (sindroma de Guillain-Barré, uma doença neurológica) que obrigou a parar a vacinação. A pressa não é boa para nada, e ainda menos para parar uma gripe como a A, que tem tão baixa mortalidade. Convém não repetir o erro de 1976. Em todo o caso, é exigível a assinatura de um formulário de "consentimento informado" que deixe claro os benefícios e riscos, e o procedimento a seguir face aos possíveis danos por efeitos adversos. Dada a pressa que há em produzir a vacina, e para evitar as consequências legais relacionadas com os problemas de segurança, em caso de danos serão os Estados, e não a indústria farmacêutica, a responder às reclamações. Mais alguma coisa? Os testes diagnósticos rápidos da gripe A têm pouca sensibilidade (de 10 a 60 %). Quer dizer, não vale a pena fazer a determinação para saber se se tem na realidade a gripe A. Tanto faz, pois os conselhos a dar são os mesmos, e o teste não acrescenta a segurança de não se ter a gripe A. Tanto o vírus da gripe A como o da gripe sazonal podem mutar, inutilizando as vacinas. A vacinação contra a gripe sazonal não dá protecção contra a gripe A. Convém não esquecer que uma criança (ou um adulto) pode ter outras enfermidades, além da gripe A. No Reino Unido houve casos de crianças que morreram por meningite por causa de falso diagnóstico de gripe A. Durante a pandemia de gripe A continuará a haver enfartes do miocárdio, apendicites, insuficiência cardíaca, diabetes, asma, tentativas de suicídio, fracturas da anca, depressão, esquizofrenia e as outras mil enfermidades que requerem atenção médica. O comportamento sereno, paciente e tranquilo dos pacientes com gripe A é essencial para que os serviços de saúde funcionem bem e para que os médicos e restante pessoal de saúde se possam dedicar aos doentes que deles necessitem, com ou sem gripe A. Nota O autor não tem outra intenção senão deixar claro o estado do conhecimento acerca da gripe A no momento em que escreve este texto, e para tal reviu a literatura mundial a seu respeito. Este texto é puramente informativo. O autor lamenta que muitos dos organismos públicos, as sociedades científicas e os meios de comunicação transmitam outra mensagem; terão as suas razões.

sábado, 14 de novembro de 2009

A TRADIÇÃO PORTUGUESA

Sem duvida muito actual. E a maioria nada faz para mudar JÁ GUERRA JUNQUEIRO EM 1896 DIZIA....E HOJE NADA SE ALTEROU... CONTINUAMOS EXPLORADOS E CHULADOS... Em cento e tal anos não aconteceu nada.... Afinal a tradição ainda é o que era!... "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional,reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação,da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política,torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,e não se malgando e fundindo, apesar disso,pela razão que alguém deu no parlamento,de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." Guerra Junqueiro, 1896.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PORTUGAL É ASSIM...

Agora que já votou com o coração, leia e pense com a cabeça. Este é o pensamento político que temos(em Portugal, está em todas: · Estádios de futebol, hoje às moscas, · TGV, · novo aeroporto, · nova ponte, · auto-estradas onde bastavam estradas com bom piso, · etc. etc. A quem na verdade serve tudo isto? PORTUGUESES, LEIAM AS LINHAS SEGUINTES E PENSEM A QUEM VAI SERVIR O TGV ... 1. AOS FABRICANTES DE MATERIAL FERROVIÁRIO, 2. ÀS CONSTRUTORAS DE OBRAS PÚBLICAS E .. CLARO, 3. AOS BANCOS QUE VÃO FINANCIAR A OBRA ... OS PORTUGUESES FICARÃO - UMA VEZ MAIS ENDIVIDADOS DURANTE DÉCADAS POR CAUSA DE MAIS UMA OBRA MEGALÓMANA!!! Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos 'Alfa' por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio aos passageiros. A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas. Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos.Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza. A resposta está na excelência das suas escolas, · na qualidade do seu Ensino Superior, · nos seus museus e escolas de arte, · nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, · nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não · construíram estádios de futebol desnecessários, · constroem aeroportos em cima de pântanos, · nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais. O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo. É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos · na Noruega, · na Suécia, · na Holanda · e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao 'Alfa' Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhõesde euros não trará qualquer benefício à economia do País. Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia,ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar. Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se: - 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituamas mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma); - mais 1.000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma); - mais 1.000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1milhão de euros cada um). E ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária. Cabe ao Governo reflectir. Cabe à Oposição contrapor. Cabe-lhe a si participar porque a classe política não proprietária do país.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

OS BURROS, O MERCADO DE ACÇÕES E A CRISE...

Uma vez, num pequeno e distante vilarejo, apareceu um homem anunciando que compraria burros por € 10,00 cada. Como havia muitos burros na região, os aldeões iniciaram a caçada. O homem comprou centenas de burros a € 10,00, e como os aldeões diminuíram o esforço na caça, o homem anunciou que pagaria € 20,00 por cada burro. Os aldeões foram novamente à caça, mas logo os burros foram escasseando e os aldeões desistiram da busca. A oferta aumentou então para € 25,00 e a quantidade de burros ficou tão reduzida que já não havia mais interesse em caçá-los. O homem então anunciou que compraria cada burro por € 50,00! Mas, como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos burros. Na ausência do homem, o seu assistente propôs aos aldeões: - "Sabem os burros que o homem vos comprou? Eu posso vendê-los a vocês a € 35,00 cada. Quando o homem voltar da cidade, vocês vendem-nos a ele pelos € 50,00 que ele oferece, e ganham uma boa massa". Os aldeões pegaram em suas economias e compraram todos os burros ao assistente. Os dias passaram-se, e eles nunca mais viram nem o homem, nem o seu assistente: Somente burros por todos os lados. Entenderam agora como funciona o mercado de acções e porque apareceu a crise?