terça-feira, 23 de março de 2010

PRIVATIZE-SE

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.» José Saramago in Cadernos de Lanzarote , Diário III, pag.148

domingo, 21 de março de 2010

SONETO

Em memória de Aurélio Cunha Bengala Surge Janeiro frio e pardacento, Descem da serra os lobos ao povoado; Assentam-se os fantoches em São Bento E o Decreto da fome é publicado. Edita-se a novela do Orçamento; Cresce a miséria ao povo amordaçado; Mas os biltres do novo parlamento Usufruem seis contos de ordenado. E enquanto à fome o povo se estiola, Certo santo pupilo de Loyola, Mistura de judeu e de vilão, Também faz o pequeno "sacrifício" De trinta contos - só! - por seu ofício Receber, a bem dele... e da nação. José Régio Soneto (quase inédito), escrito em 1969 no dia de uma reunião de antigos alunos.

terça-feira, 16 de março de 2010

BRASIL ENTRA NA ARCA DO FIM DO MUNDO

País vai enviar amostras para o bunker internacional de sementes O Brasil vai participar da Arca do Fim do Mundo, o bunker construído na Noruega que tem como finalidade conservar sementes de todas as variedades conhecidas de plantas do planeta com valor alimentício. O governo norueguês convidou a Embrapa para enviar algumas amostras para a Arca, que entrou em funcionamento há dois dias. Primeira experiência do tipo, a Arca tem a capacidade de abrigar mais de4,5 bilhões de sementes de todas as variedades conhecidas e utilizadas pelo homem. A Arca é o resultado de uma parceria entre o governo da Noruega e a Organização das Nações Unidas (ONU). Embrapa pretende proteger cerca de 400 espécies A Embrapa informou que seu plano é duplicar as sementes de quase todas espécies armazenadas em câmaras frigoríficas em Brasília para enviá-las ao bunker construído no remoto arquipélago ártico de Svalbard. O banco genético da empresa é hoje o maior do Brasil com mais de 100 mil amostras de cerca de 400 espécies vegetais. Segundo o coordenador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral, a empresa tem grande interesse em participar da iniciativa norueguesa, especialmente por questões de segurança. - A possibilidade de duplicar as sementes e enviá-las ao banco de Svalbard é mais uma garantia de segurança de que as espécies não serão perdidas, já que o local é capaz de resistir a catástrofes naturais e até mesmo a uma explosão nuclear - contou Cabral. No momento, a Embrapa está analisando as condições legais do contrato de cooperação com o governo da Noruega, especialmente no que se refere ao acesso ao patrimônio genético brasileiro. Além das espécies nativas, a empresa pretende enviar para a Arca amostras de espécies que não são locais, mas que foram adaptadas às condições brasileiras e que vêm sendo cultivadas no Brasil há muito tempo. Para Cabral, essas são exatamente as espécies que mais requerem cuidado em relação à legislação brasileira. - Por isso, a questão precisa ser avaliada com bastante cautela - explica. FONTE: O Globo Publicado em: 28/02/2008

segunda-feira, 15 de março de 2010

GRANDE IDEIA !!!

IDEIA DE RITA LEE NO PROGRAMA DO AMAURY JR.!!! A cantora e ativista Rita Lee teve uma daquelas idéias brilhantes, dignas do seu gênio criativo. Reclamando da inutilidade de programas como o Big Brother, ela deu seguinte sugestão: - Colocar todos os pré-candidatos à presidência da República trancados em uma casa, debatendo e discutindo seus respectivos programas de governo. Sem marqueteiros, sem assessores, sem máscaras e sem discursos ensaiados. Toda semana o público vota e elimina um. No final do programa, o vencedor ganharia o cargo público máximo do país. Além de acabar com o enfadonho e repetitivo horário político, a população conheceria o verdadeiro caráter dos candidatos. Assim, quem financiaria essa casa seria o repasse de parte do valor dos telefonemas que a casa receberia e ninguém mais precisará corromper empreiteiras ou empresas de lixo sob a alegação de cobrir o 'fundo de campanha'. A idéia não é incrivelmente boa? Se você também gostou, mande essa mensagem para os amigos e faça coro pela campanha: Casa dos Politicos, já !!!

quarta-feira, 10 de março de 2010

O BANQUEIRO

Certa tarde, um famoso banqueiro ia para casa, em sua enorme limousine, quando viu dois homens à beira da estrada comendo relva. Ordenou ao seu motorista que parasse e, saindo, perguntou a um deles: - Por que vocês estão comendo relva? - Não temos dinheiro para comida.. - disse o pobre homem - Por isso temos que comer relva. - Bem, então venham à minha casa e eu lhes darei de comer - disse o banqueiro. - Obrigado, mas tenho mulher e dois filhos comigo. Estão ali, debaixo daquela árvore. - Que venham também - disse novamente o banqueiro. E, voltando-se para o outro homem, disse-lhe: - Você também pode vir. O homem, com uma voz muito sumida disse: - Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo! - Pois que venham também. - respondeu o banqueiro. E entraram todos no enorme e luxuoso carro. Uma vez a caminho, um dos homens olhou timidamente o banqueiro e disse: - O senhor é muito bom. Obrigado por nos levar a todos! O banqueiro respondeu: - Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo! Vocês vão ficar encantados com a minha casa... A relva está com mais de 20 centímetros de altura! Moral da história: Quando você achar que um banqueiro (ou banco) o está a ajudar, não se iluda, pense mais um pouco...

BACALHAU À LAGAREIRO

Por Fernando Carreira Ingredientes (6 pessoas): 1kg de lombo de bacalhau, 1kg de batatas pequenas, 1 cebola média, 3 dentes de alho, 4dl de azeite, sal e pimenta q.b. I Após as postas demolhadas, Coloque o bacalhau num tabuleiro, Rodelas de cebola bem cortadas E os alhos que já picou primeiro. II Regue com azeite em quantidade, Como se dono fosse de um lagar E, melhora, de certeza, a qualidade Regando-o, amiúde, enquanto assar III Em água bem salgada já cozidas, Ao forno, também vão as batatinhas Junto ao bacalhau introduzidas, Suarão com ele, as coitadinhas IV Também é importante não esquecer, De tudo polvilhar com a pimenta, Apesar da batata não perder, A protecção da pele que a sustenta.

sábado, 6 de março de 2010

ENQUANTO ISSO... NA NORUEGA

Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez. A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente. É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares. Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola. São amadores, na generalidade. Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social.