sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

PUTAS AO PODER QUE OS FILHOS JÁ LÁ ESTÃO!

             «Um Partido Politico é a união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, organizada com disciplina, visando a disputa do poder político».
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          Não sabemos a razão porque nas últimas semanas nos tem assaltado à mente esta frase dos anarquistas pinchada nas paredes um pouco por todo o país nos anos que se seguiram após o 25 de abril de 1974: Putas ao Poder que os Filhos já lá Estão.
É evidente que nem todos os filhos e filhas que se encontram no poder são filhos da puta, que essas trabalhadoras do sexo, coitadas, fartam-se de trabalhar para educar a sua prole, além de que não há notícia até ao momento, que entre esses descendentes existam pessoas sem caráter, sem dignidade, corruptas, desonestas… Enfim, gente de mau porte e maus costumes. Mas nunca se sabe…
Sem dúvida que, os trambolhões que muitas criaturas deram para conquistarem lugares nas autarquias no decorrer do último festival eleitoral, são de enaltecer. Os esforços físicos que tiveram de fazer, sobretudo todos quantos têm problemas de saúde óssea, como osteoporose, hérnias discais e outras maleitas de ossos, não é de somenos importância, coitaditos… - É que ter de vergar a cabeça e a coluna, dar cambalhotas e fazer piruetas para alcançar o poder, agrava irremediavelmente patologias clínicas degenerativas.
No após ato eleiçoeiro autárquico passado, os casamentos espúrios quase concubinatos, esgalhados entre os que timidamente ficaram à frente e outros sem expressão eleitoral - exemplos: PS/PSD, PCP/PSD e por aí fora – que se encontram em algumas localidades deste país desgraçado, balançam entre a pornografia «política» e a obscenidade, num atentado contra as regras básicas da moral por que se devem de reger as relações entre os seres humanos. Alianças contra natura à revelia dos eleitores, pois se os quisessem casados não teriam votado em partidos diferentes.   
Trambiqueiros em quem a maioria dos eleitores votaram, da mesma forma que apoiam os ídolos dos clubes de futebol. Políticos de pacotilha que se comportam ao serviço dos partidos, tal como os jogadores da bola, ou seja, mudam de partido (clube) e de camisola como quem muda de cuecas, enquanto os adeptos clubísticos continuam agarrados às cores futebolísticas da sua paixão.
Analisados os números de votos relativamente aos eleitores, um pouco por todo o território nacional, constata-se que quem exerce o poder – na maior parte dos casos - se representa só a eles e mais as corporações de negociatas e os lobies de interesses económicos que os sustentam – leia-se: os salteadores - estribados em percentagens de votos perfeitamente ridículas relativamente ao número total de votantes. Atente-se, sobretudo, ao elevado índice de abstencionistas.
Entre a lei – que lhes permite lá estar – e a ética ou a decência, separa-as um fosso abismal.
A promiscuidade, a sabujice, a selvajaria dos pimpolhos - e das pimpolhas – que se dizem «políticos», ultrapassa – em muito – os limites da imaginação da espécie homo erectus em geral e das pessoas honestas e decentes em particular.
Falamos de canalhas que não cuidam de ideologias, que as consideram «curiosidades do passado» e até perseguem quem as defenda.   Dominados os aparelhos partidários dos partidos «políticos» por esta gentalha, os mesmos transformam-se em antros de negociatas sórdidas ao seu serviço e dos seus financiadores, dos seus familiares e das clientelas a quem têm de pagar o favor de votar internamente neles para treparem para os lugares que lhes permitam governarem-se e alimentar os sabujos que os acolitam, com algumas migalhas que vão deixando cair por descuido da mesa do repasto.
São estes os contorcionistas que no quotidiano tentam despistar a população dos graves problemas que a afligem, transformando realizações obrigatórias em feitos heroicos, ao mesmo tempo que procuram por todos as formas criar mecanismos de perpetuação no poder acobertados na conspurcada e vilipendiada palavra «democracia», elegendo como seus principais inimigos - mesmo dentro dos seus «partidos» - todos quantos critiquem as suas prepotências e os seus desacatos e desmandos.
Esquecem-se que um partido político sem ideologia que o sustente é como uma retrete sem sanita, ou seja, uma cagadeira cujo cheiro nauseabundo aumenta em cada dia que passa.
Porém, como o instinto de sobrevivência dos trambiqueiros «políticos» fala mais alto, à medida que as patifarias que exercem sobre tudo e todos se vão tornando escandalosamente evidentes, as defecções redundam no emagrecimento do seu sustentáculo «político» também conhecido por, «bases políticas».
Os malabarismos e a sucessão de truques politiqueiros e económicos estão a chegar ao fim por via da conjuntura económica, pois como diz o ditado: «Não há dinheiro, não há palhaços». Ora o que temos vindo aqui a falar é de «palhaços» que não sabem atuar sem dinheiro.
Por tal facto, os casos de corrupção e de enriquecimento ilícito de correligionários no poder – de todas as cores - vai-se tornando uma miragem em cada dia que passa. O desalento apodera-se dos artistas do circo sinistro, na justa medida em que o dinheiro rareia...
A mediocridade é regra de ouro para estes «circenses» porque eles em si mesmo são medíocres. Uns - e umas -, galinhas e galos velhos trauliteiros como botas da tropa encardidos, outros oriundos das «jotas», fedelhos imberbes, acéfalos, sem habilitações profissionais ou académicas, nem qualquer currículo profissional ou experiência de vida, odiando até quem os tenha…
Porém, chegaram ao poder ou pendurados às fraldas dele estão, porque o sistema – miserável - criado pelas décadas de «democracia» em Portugal, foi construído de molde ao afastamento do mérito, premiando a incompetência, a sabujice, a imbecilidade e a acefalia. Como se isto não bastasse, torna possível a criação de «políticos invertebrados», de amibas, destituídos de ética ou moral, sem sentido de responsabilidade. Trata-se de canalha que vive da «política» e não para a política.
Enquanto não houver uma reformulação profunda no seio dos partidos políticos, os portugueses deixarem de os sustentar com o dinheiro dos seus impostos e uma reforma honesta do sistema de representatividade político/partidário, não poderemos viver ou falar de democracia em Portugal, porque este é um país onde se vive num regime tutelado por um sistema partidocrático a raiar uma ditadura.
No contexto do quadro constitucional, a forma como os partidos estão organizados e estruturados (?) não são mais a solução para os males de que o país enferma, mas antes, a fonte dos seus problemas.
Os dirigentes «políticos» abominam os referendos, fogem deles como o diabo da cruz. Entram em pânico quando a voz pública fala na necessária redução de deputados e na criação dos círculos uninominais. A urgente e vital reforma do sistema político é, para essa gentalha, assunto tabu.
Não é por acaso que os «políticos» nunca se referem ao sistema eleitoral; precisam dele como está, como pão para a boca, pela mesma razão que os portugueses o abominam. 
Desde o restabelecimento da «democracia» e a partir das primeiras eleições livres, que a qualidade dos partidos em Portugal tem caído quase na vertical, encontrando-se hoje ao nível do lixo tóxico.
Constata-se ainda e é uma verdade insofismável, que os portugueses não exercem controlo sobre os representantes políticos. O Parlamento, a dita «casa da democracia» é na realidade o cói da partidocracia e das negociatas mais infames. 
O enganador «julgamento nas urnas» é um genuíno logro, uma vez que os candidatos das listas perdedoras têm à partida a garantia da continuação da sua «vida artística» no parlamento, sem que haja uma relação com a vontade dos eleitores uma vez que os mesmos quando votam não sabem que criaturas vão eleger para o Parlamento. 
A pedra de toque fundamental desta gangrena é a não existência do voto uninominal no sistema eleitoral.   
Livres de um genuíno escrutínio democrático, os partidos ditos «políticos» ao longo dos anos foram assaltados por oligarquias que detém o monopólio do poder «político». Com o decorrer dos anos essas famiglias partidárias tornaram de si refém não só o sistema político como o próprio regime e as instituições do Estado.
Não é possível desmantelar a partidocracia sem uma reforma do sistema eleitoral. 
As consequências do atual sistema propiciam a que os «donos» dos principais partidos vivam na impunidade, com a certeza que não irão nunca ser desalojados do Parlamento pela via dos votos. Não obstante as baixas intenções de eleitores, mantêm em carteira «lugares elegíveis» onde se refugiarem em caso de necessidade. No âmbito da corrupção, os lóbis contornam o eleitorado e atuam diretamente sobre os oligarcas do parlamento de forma a fazer valer os seus interesses, os seus desejos. Em boa verdade, são os lóbis que têm representação no parlamento e não os eleitores.
Este cenário é gerador de um «fosso» crescente entre cidadãos e políticos e de um sentimento de asco e de desprezo por banda dos portugueses para com a classe «política».
É este o atual retrato que viceja – com raras exceções – no seio das secções e direções nacionais dos partidos – ditos - «políticos» portugueses. Infelizmente para a democracia, dramático para a nação.


Pedro Manuel Pereira