quinta-feira, 19 de março de 2009

O DEBATE QUINZENAL

Resumo Todas as quinzenas o Governo desloca-se à Assembleia da República para que, em reunião magna, se realize um debate sobre um tema que deveria ter sempre subjacente o interesse e a consentaneidade nacionais. O tema desta quinzena, “Os apoios às famílias” , da responsabilidade do Governo foi enunciado em linhas gerais como uma forte panóplia de medidas a que não correspondeu uma respectiva explicitação substantiva tendo em vista a adequada e real operacionalidade. Palavras chave Bota-abaixismo; Bota abaixo; Sem nível; Hipocrisia política; Duas caras; À vara larga; Uma nova geração de políticas sociais; Esquerda paralisada; Pare lá de falar; Mentira ; Arrendamento social; Pode concluir, Sr. Primeiro Ministro; Tem o topete; Discurso da inveja nacional; Oportunismo; Demagogia; Pacote mea culpa; Preocupante; Campeão das famílias; Ao contrário do que fez quando estava no Governo; Está-se a rir , mas não devia; Onde se foi meter; Ah! Ah !; Demagogo e securitário; Ganhar votos; Oportunismo político; Anda em conversinhas com o PSD; Diálogo em duas velocidades; Continuismo; Inglês técnico; Ria-se , Sr. Primeiro Ministro; Deu o premiozinho; Manuel Fino; Banca ; Estávamos completamente safos; Fazer brilharetes; Suprema lata; Não é sério; Muito bem! Iniciando a sessão parlamentar o Primeiro Ministro enumerou as medidas que o Governo tenciona promover como apoio às Famílias. Deveria em seguida iniciar-se o Debate. De tudo o que ali ocorreu, nem revendo os elementares princípios que devem regular um Debate, nem semanticamente investigando o termo num Dicionário ou verificando a correspondência num qualquer Glossário dos Regimentos das Assembleias, será possível descortinar um ínfimo indício de que naquela Câmara se realizou um Debate mormente entre os representantes do Povo e o Chefe do Governo desta Nação. (De)Bateram-se à deriva das palavras, das ideias vagas e escusas, das omissões e confusões de sentido, das toas e dos acordes da vã glória, do protagonismo gratuito e fugaz, do arremesso tardio e inconsequente, da recordação dos feitos passados e da pretensa supremacia actual. O Governo foi liminarmente dispensado de explicitar, de argumentar e muito menos de precisar o “como” e o ”quando” da acção que preconiza desencadear! O Debate da intenção e da acção governativas resumiu-se a um tempo de várias vozes com diferentes interpretações e entoações em matérias alheias e inconclusivas. A finalidade e o tema da reunião esvaíram-se no tumulto da tribuna. E o Povo ficou à espera! E como se tornaram esconsos e insondáveis os desígnios dos representantes do Povo! “ A nossa época é horrível porque já não cremos – e não cremos ainda.” dizia Raul Brandão aludindo aos paroxismos da crise do fim do século XIX. Infelizmente, no dealbar do século XXI, estas ambivalências adquirem ainda um raro e forte sentido. 18/03/09 MJVS

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