Lançadas as bases deste maravilhoso, benemérito e magnificente governo, que trás os portugueses preocupados, mas no fundo, bem lá no fundo do… felizes e contentes, este, inicia a grande tarefa política do nosso tempo, criando um sistema de governação sui generis, ou seja, tirar aos pobres para dar aos ricos. Maravilha da filosofia política e do direito constitucional que fará dele, na história política destes dias e dos que hão-de vir ad aeternum, um dos maiores fenómenos políticos de todos os tempos em todo o mundo. E não é, pelas assombrosas realizações práticas com que tanto nos engrandece e nos enche de vaidade [até nos apetece dizer, cagança] cá dentro e lá fora, sobre todos os pontos de vista. É, sobretudo, no ponto de vista das ideias, na razão pura, no domínio intelectual, porque é aí, de facto, que este governo se revela, quanto a nós, o melhor de todos a nível mundial, prevendo, com faculdades verdadeiramente divinatórias, à distância, os rumos da filosofia política e o mínimo indispensável à defesa do que resta ainda da civilização ocidental.
O grande drama político do nosso tempo consiste, como sabemos, no problema da conciliação da autoridade com a liberdade, mas nestas áreas, também o nosso Venerando governo provê, sem descanso, amor e devoção ao bem-estar dos portugueses, botando – ia dizer: cagando – impostos em profusão sobre os ombros das classes média e baixa.
Os portugueses têm de aprender o que é a disciplina. Prevê-se, que o próximo imposto conciliatório a sair seja a da utilização do isqueiro para acender o cigarrito. É imperativo que se retomem estas maravilhosas leis do falecido e visionário estadista lá das Beiras, como contribuição para a nova ordem nacional. Já agora e a talhe de foice, permitam-nos Vocências, governo da nação, uma sugestão contributiva para a «ordeirice» nacional, que o mesmo é dizer: «manter o povo dentro das baias, como convém». Decretem a imposição de todo o português usar um aparelho fácil de conceber, a colocar nas ventas, assim a modos que um «oxigenómetro», de forma a contabilizar o oxigénio que cada um consome, tal como um taxímetro. Em conformidade, cada cidadão passará a pagar o que é devido pelo maravilhoso ar português que respira, contribuindo para evitar o seu desperdício e ajudando a engordar os cofres do estado, para além de doar a sua quota-parte à «ordeirice» nacional.
Tem-se operado, de facto, com o actual governo, uma verdadeira Revolução Nacional, a que só podem comparar-se, na História pátria, as de 1383 e 1820, muito embora ambas elas lhe sejam inferiores. Do ponto de vista, portanto, deste executivo, é o Regime, o novo estado da nação, que nos une e identifica, havendo manifesta divergência, como aliás sucede no Pais inteiro, quanto às Instituições. Mas é óbvio, conforme deduzimos, que se todos os indivíduos, pessoalmente, são livres para escolherem, em filosofia política, as Instituições, com este fantástico governo, colectivamente, não têm esse problema, porque a sua missão é apoiar a criação de um Regime novo, que faz falta à malta e esta é a hora de o realizar e defender.
NOTA
Escrito em 2009, porém, premonitório, porque se aplica como uma luva ao atual governo.
Pedro Manuel Pereira
… "Para além da Troika"; "Para além do bem e do mal".
ResponderEliminarRaúl.