segunda-feira, 6 de abril de 2009

Quem escreveu isto é um génio... ANTES DA POSSE O nosso partido cumpre o que promete.. Só os tolos podem crer que não lutaremos contra a corrupção.. Porque, se há algo certo para nós, é que a honestidade e a transparência são fundamentais. para alcançar os nossos ideais Mostraremos que é uma grande estupidez crer que as máfias continuarão no governo, como sempre. Asseguramos sem dúvida que a justiça social será o alvo da nossa acção. Apesar disso, há idiotas que imaginam que se possa governar com as manchas da velha política. Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que se termine com os marajás e as negociatas. Não permitiremos de nenhum modo que as nossas crianças morram de fome. Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que os recursos económicos do país se esgotem. Exerceremos o poder até que Compreendam que Somos a nova política. DEPOIS DA POSSE Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA Cima

QUE GOVERNO MARAVILHOSO !

Lançadas as bases deste maravilhoso, benemérito e magnificente governo, que traz os portugueses preocupados, mas no fundo, bem lá no fundo do… felizes e contentes, este, inicia a grande tarefa política do nosso tempo, criando um sistema de governação sui generis, ou seja, tirar aos pobres para dar aos ricos. Maravilha da filosofia política e do direito constitucional que fará dele, na história política destes dias e dos que hão-de vir ad aeternum, um dos maiores fenómenos políticos de todos os tempos em todo o mundo. E não é, pelas assombrosas realizações práticas com que tanto nos engrandece e nos enche de vaidade - até nos apetece dizer, cagança - cá dentro e lá fora, sobre todos os pontos de vista. É, sobretudo, no ponto de vista das ideias, na razão pura, no domínio intelectual, porque é aí, de facto, que este governo se revela, quanto a nós, o melhor de todos a nível mundial, prevendo, com faculdades verdadeiramente divinatórias, à distância, os rumos da filosofia política e o mínimo indispensável à defesa do que resta ainda da civilização ocidental. O grande drama político do nosso tempo consiste, como sabemos, no problema da conciliação da autoridade com a liberdade, mas nestas áreas, também o nosso venerando governo provê, sem descanso, amor e devoção ao bem-estar dos portugueses. Chega ao pormenor {que desvelo!} em se preocupar quanto à forma de enquadrar {e arrecadar para os cofres do estado umas centenas de milhar de euros} a maneira como os cidadãos pescam xaputas, chicharros, fanecas, cachuchos, robalos, tainhas e coisa e tal, nas suas horas vagas, tendo engendrado uma benfazeja e oportuna lei que contempla as respectivas licenças e coimas para os prevaricadores. Acabou-se a rebaldaria de ir dar banho à minhoca onde calha. Os portugueses têm de aprender o que é a disciplina. Prevê-se, que a próxima lei consensual a sair seja a da utilização do isqueiro para acender o cigarrito. É imperativo que se retomem estas maravilhosas leis do falecido e visionário estadista lá das Beiras, como contribuição para a nova ordem nacional. Já agora e a talhe de foice, permitam-nos Vocências, governo da nação, uma sugestão para a «ordeirice» nacional, que o mesmo é dizer: manter o povo dentro das… aspas, como convém. Decretem a imposição de todo o português usar um aparelho fácil de conceber, a colocar nas ventas, assim a modos que um «oxigenómetro», de forma a contabilizar o oxigénio que cada um consome, tal como um taxímetro. Em conformidade, cada cidadão passará a pagar o que é devido pelo maravilhoso ar português que respira, contribuindo para evitar o seu desperdício e ajudando a engordar os cofres do estado, para além de doar a sua quota-parte à «ordeirice» nacional. Tem-se operado, de facto, com o actual governo, uma verdadeira Revolução Nacional, que só podem comparar-se, na História pátria, às de 1383-85 e 1820, muito embora ambas elas lhe sejam inferiores. Do ponto de vista, portanto, deste executivo, é o Regime, o novo estado da nação, que nos une e identifica, havendo manifesta divergência, como aliás sucede no Pais inteiro - aliás, como em boas casas de família - quanto às instituições. Mas é óbvio, conforme deduzimos, que se todos os indivíduos, pessoalmente, são livres para escolherem em filosofia política as instituições, com este fantástico governo, colectivamente, não têm esse problema, porque a sua missão é apoiar a criação de um Regime novo, que faz falta à malta e esta é a hora de o realizar e defender. Tenho dito. Gervásio da Purificação

sábado, 4 de abril de 2009

CRISE À PORTUGUESA !...

Acordo meio estremunhado de uma noite mal dormida, que os uivos sibilantes do vento vindo do mar nas persianas da janela do quarto, mal me deixaram pregar olho. Preparo-me atabalhoadamente e no primeiro café que encontro, entro e acerco-me do balcão. Displicentemente, depois de saracotear ronceiramente o enorme traseiro uma dúzia de vezes ao longo do estrado do balcão à procura de qualquer coisa que aparentemente não encontrou, a empregada estancou frente a mim e sem abrir a boca abanou a cabeça para cima e para baixo. Quem não soubesse, podia pensar que a dama tinha qualquer problema no pescoço, estilo tique nervoso, mas como já estou habituado... Aliás, não só nesse tasco, mas na maior parte dos cafés nesta santa terrinha, não estranhei. Como pensei que podia ensinar-lhe qualquer coisinha, fiquei a olhar para ela. De má catadura a harpia pergunta: - O que quer?.... Respondo-lhe com humildade: - Dê-me uma bica e um copo de água por favor. Traz o café mas esquece o copo de água ao mesmo tempo que me vira as costas. Peço-lhe com ar patético – reconheço - de dedo no ar: - E o copo de água!.... Nem me responde. Reparo nos clientes que vão chegando e observo que o comportamento da madame é linear. Aparentemente sofre horrivelmente de uma qualquer menstruação dolorosa. Deixo sessenta cêntimos ao pé da chávena vazia e saio do estabelecimento com sede. Entro no carro e ala que se faz tarde. Tenho de ir a Lisboa mas antes de encetar viagem tenho de encontrar onde substituir os quatro pneus do carro. Tem sido desleixo meu não o ter feito já. Depois de percorrer alguns estabelecimentos da especialidade na cidade e arredores, concluí que o melhor era tentar mudá-los ao longo do percurso em alguma estação de serviço, isto, porque nas oficinas que visitei, recusaram-se a mudá-los nesse dia alegando muito trabalho, pese embora não visse por lá tantos carros assim, que justificasse o adiamento para o dia seguinte. Já de caminho, depois de mais duas tentativas com resultados semelhantes, desvio-me da estrada principal atraído por um letreiro e acerco-me da entrada de uma oficina de pneus onde se encontrava uma única viatura, de volta da qual se afanava denodadamente a montar um pneu, um moçoilo de fato-macaco encardido. Tanto, que não devia ver água desde o dilúvio. A olhar para o rapazola com ar entendido, uma barriga orgulhosamente espetada, montada numas pernas arqueadas. Encimava este colosso, um carão vermelhusco com um boné coçado alcandorado no cocuruto. Era o patrão. Pergunto-lhe se tem os pneus que pretendo e qual o preço. - Tudo bem. Então quando os pode colocar? - Interrogo. A realíssima besta responde-me com ar imbecilóide: - De manhã já não pode ser. Como não vejo mais carros por ali, argumento: - Mas ainda são dez horas! - Nem me responde. Pergunto de novo: - Então, e de tarde? - Só lá para a tardinha, - responde agastado, virando-me as costas. Meto-me de novo ao caminho e em S. Bartolomeu de Messines sou atendido com cortesia e vejo o meu problema satisfeito rapidamente numa oficina ampla, arejada e asseada, a abarrotar de viaturas a entrar e saír. Poucos dias passados regresso ao Algarve pela auto-estrada. Um Domingo de Primavera ao fim do dia. O trânsito era fluído no meu sentido, porém, já o mesmo não acontecia no sentido de Lisboa. Desde a ponte 25 de Abril até ao fim da auto-estrada no Algarve, o trânsito circulava compacto, nalguns troços com dificuldades, como se fosse mês de Agosto. Milhares de carros num normal fim-de-semana esmifravam-se para chegar à grande Lisboa, ou para além dela. Mas caganda crise à portuguesa! P.M.P.

DO COLÉGIO DOS JESUÍTAS - PORTIMÃO

. BREVE HISTORIAL 1. Introdução da Ordem de Jesus em Portugal Por iniciativa de D. João III, segundo iniciativa do Doutor Diogo de Gouveia, responsável pelo Colégio de Stª Bárbara em Paris, Stº Inácio de Loyola acedeu ao convite do monarca português e em 1540 enviou para Portugal dois dos seus primeiros companheiros: o Navarro Francisco Xavier e o português Simão Rodrigues, tendo o primeiro, no ano seguinte, partido para a Índia, enquanto o segundo lançava as bases da Província de Portugal, erecta como primeira Província da referida Ordem, em 1546. O crescimento da Companhia de Jesus em Portugal foi muito rápido, sobretudo, graças a numerosos benfeitores, com realce para a real família. Dos vários colégios que foram surgindo nos dois séculos seguintes, abordamos aqui o de Portimão, cujos alicerces foram lançados em 1660. 2. Colégio e Igreja dos Jesuítas em Portimão Esta obra foi financiada pelo fidalgo natural de Portimão, Diogo Gonçalves, falecido quatro anos após o início da sua construção. Em 1707, quarenta anos após o lançamento da primeira pedra, foi o tempo consagrado, tendo então, sido considerado o mais amplo do Algarve. Embora sem grande afluência de estudantes, o Colégio iniciou as suas actividades com os cursos de Latim, Teologia Moral e primeiras letras, nos inícios do século XVIII. Com a posterior instalação da Ordem de S. Camilo de Lelis no convento deste conjunto arquitectónico, irão ainda funcionar as aulas de Gramática, Latim, Retórica e Filosofia. Em 1757, com a expulsão dos Jesuítas, por decreto do Marquês de Pombal, o seu património transitou para o erário régio. Posteriormente, em 1774, os bens da Companhia em Portimão, assim como os do Colégio da mesma Ordem em Faro, serão doados por D. José I à Universidade de Coimbra. Com a morte de seu pai, a rainha D. Maria fez doação perpétua dos bens desta Ordem em Portimão, bem assim como das casas de S. Francisco Xavier nesta localidade. Porém, ao tomar posse destes bens em 1780, a Ordem de S. Camilo confronta-se com o facto da cerca do Colégio ter sido doada por D. José à Universidade de Coimbra, espaço que lhes fazia falta para as suas actividades. Em consequência, conseguem que a Universidade lhes faça um contracto de emprazamento perpétuo da mesma, pelo valor de $800 reis por ano. Com a extinção das ordens religiosas por decreto de 28 de Maio de 1834, exarado pelo ministro António Augusto de Aguiar, o «mata-frades», o seu património foi nacionalizado. Como em hasta pública os seus bens não tivessem sido arrematados, foi engrossar o património nacional. Desta forma, por iniciativa do deputado às Cortes, Francisco d'Almeida, e de acordo com a Carta de Lei datada de 18 de Agosto de 1853 é sancionado o Decreto das Cortes Gerais de 10 de Agosto de 1853, nº53, que: (...) concede à Câmara Municipal de Vila Nova de Portimão o uso do edifício do extinto Colégio de S. Camilo de Lelis, que for necessária para se estabelecerem os Paços do Concelho, as repartições municipais, e a aula de instrução primária; e à Misericórdia da dita Vila, e Ordem terceira de S. Francisco, erecta na Igreja de S. Nicolau, o uso da Igreja e oficinas respectivas, e da parte restante do sobredito edifício, para o exercício das funções religiosas, e colocação dos seus institutos de beneficência, manda cumprir e guardar o mesmo Decreto, como nele se contem tudo pela forma retro declarada (...). (Diário do Governo n.º 207 de 1853). Ainda segundo o Art. 3 do referido Decreto: A propriedade devolverá ao Estado, logo que os edifícios tiverem aplicação diversa daquela, para que são concedidos. Segundo a Memória Monográfica, do Padre José Gonçalves Vieira, pag. 46, pertenciam ainda ao Colégio os seguintes bens, de que não encontramos referência ao seu destino histórico: a Fazenda das Taipas, Texugueiras, Zambujeira, umas courelas no sítio da Donalda, Várzeas do Farelo e terras junto da ponte do Arão. Antecedendo a Carta de Lei, foi apresentado na Legislatura de 1851 um Projecto de Lei após parecer da comissão da fazenda depois de ouvido o governo, após informação do governador do distrito de Faro em que referia o estado de degradação e ruína, bem assim como a progressiva diminuição do valor patrimonial do extinto Colégio dos Jesuítas, entendo que:(...) a concessão dele às corporações que o pedem será de vantagem (...). Assim, o edifício veio a ser ocupado como segue, pelas seguintes instituições: Câmara Municipal, Tribunal Judicial, Repartição da Fazenda e Esquadra da Polícia, do lado sul. Misericórdia e Ordem de S. Francisco, do lado poente e norte do andar superior, a que se seguiam o Hospital da Misericórdia e o Albergue para pobres. O teatro de S. Camilo, no andar térreo tendo funcionado até 1914. No entanto, quando este edifício foi entregue às instituições citadas, encontravam-se militares aboletados nele, tanto assim, que em acta da vereação de 30 de Novembro de 1853, foi aprovado um acórdão no qual se oficiou o Governador da Praça da Vila de Portimão: (...) para mandar retirar quanto antes os militares aquartelados no Colégio (...). Com o passar dos anos, as instituições atrás referidas, a quem havia sido concedido o usufruto do extinto Colégio e Igreja dos Jesuítas, demandaram outras instalações, pelo que, às que actualmente ocupam parte das mesmas, não se aplica o decreto de 1853. Finalmente, pelo Decreto nº735/74 de 21 de Dezembro este edifício foi declarado de valor concelhio. Orientação Bibliográfica . Ventura, Maria da G. M., Marques, Maria da G. M., Portimão, Editorial Presença, Lisboa, 1993 . Vieira, Padre José Gonçalves, Memória Monographica de Villa Nova de Portimão, Typographia Universal, Porto, 1911 Orientação Documental . Arquivo Histórico-Parlamentar da Assembleia da República . Arquivo Histórico Municipal de Portimão Pedro Manuel Pereira

AUGUSTO CABRITA A MEMÓRIA DAS IMAGENS

Dezasseis anos se cumpriram no passado dia 1 de Fevereiro, desde o desaparecimento físico do Augusto Cabrita. Dezasseis anos de saudades do Amigo, do companheiro das «aventuras», da arte de «viver o dia-a-dia», do Mestre fotógrafo, cineasta, do Artista, ímpar entre os demais. Augusto António do Carmo Cabrita, era oriundo de famílias algarvias, de Silves. Casado com uma senhora de Portimão, nasceu no Barreiro em 1923, terra de tradições operárias e de grande movimento associativo e artístico. Dessa terra, ao longo dos anos, saíram nomes que se tornaram cimeiros no panorama cultural português, nas mais diversas áreas. O Augusto viria a ser um deles. Desde muito jovem que se dedicou à fotografia, tendo por tal facto, a partir de 1949, recebido os mais diversos galardões nacionais e estrangeiros. Dos mais importantes são de destacar, o Prémio da Crítica, em 1962, o Prémio Nacional de Cinema, em 1964, com o filme Belarmino, os mesmos Prémios em 1970 e 1971, e o Troféu Foca de Ouro, em São Paulo-Brasil, em 1968, entre outros. Desde o início da televisão em Portugal, em 1957, que com ela começou a colaborar, tendo realizado centenas de trabalhos, como as reportagens da guerra em Angola, na Índia, do terramoto de Agadir e por aí fora. De entre os seus trabalhos mais recentes, aquele que ainda se mantém na retina de muitos espectadores, foi a série de filmes com o título genérico de Melomanias, em conjunto com João de Freitas Branco e Filipe Branco. Filmes a preto e branco em que as imagens “dançavam” ao som da música. Imagens de uma beleza impressionista, só possíveis de captar por quem ama a vida para além do que se vê, por quem domina a câmara de forma magistral. Aliás, para o Augusto a vida era uma sucessão musical de imagens e escalas, de tons e sons que “agarrava”, que sabia “agarrar” como ninguém através das suas câmaras, em filme ou foto. Aqui, convém recordar, porque muitos o não sabem: o Augusto Cabrita era um brilhante pianista. Se não tem sido fotógrafo e cineasta, o seu nome teria visto as luzes da ribalta através do piano. Mesmo após ter regressado a casa depois de uma longa e dolorosa doença que o prostrou hospitalizado por longos tempos num leito do Hospital da C.U.F., doença de que saiu sem audição, o Augusto no seu piano de cauda tocava magistralmente, como se o ouvido apurado tivesse. Com sentimento, com amor, quase sempre afinado. Ainda hoje recordo essas imagens com profunda saudade e muita nostalgia, espantado, todos os dias, com um Tejo sempre novo, largo como um mar, em pano de fundo para além das janelas da sua sala que se harmonizava com ele, connosco, com os amigos, com a Manuela, sua mulher, seu porto de abrigo. Da imagem de filmes da sua autoria são de salientar: Belarmino, de Fernando Lopes, Ilhas Encantadas, de Carlos Vilardebó, protagonizado por Amália Rodrigues e Catembe, de Faria de Almeida. Realizou os filmes, Os Caminhos do Sol, com Carlos Vilardebó, Na Corrente, com música de Carlos Paredes, A Catedral da Angústia, com música de António Vitorino de Almeida e por aí fora. Sobre o pugilista Belarmino, escreveu Augusto Cabrita: “A luz que o rosto de Belarmino irradiava era de uma beleza rara e comovente. Nascia assim tão natural, como nascem as coisas simples…Não era necessário dramatizar aquele rosto a golpes violentos de projector, porque o rosto de Belarmino era já dramático em si mesmo (…) Estou a vê-lo calmo e sereno no tapete do seu último combate (…) Guardo o plano na memória (…) É este o último plano de Belarmino.” Porém, para além das centenas de exposições fotográficas em que participou ao longo dos anos, produziu milhares de trabalhos de fotografia, com destaque para os que produziu no Oriente. De referir também os trabalhos realizados para álbuns e enciclopédias de prestigiadas editoras {que de resto continuam a saír em sucessivas edições}, como Vilas e Aldeias de Portugal, Os Mais Belos Castelos de Portugal, Os Mais Belos Rios de Portugal, Os Parques e Reservas Naturais de Portugal, A Cozinha Tradicional Portuguesa, este, em conjunto com o fotógrafo António Homem Cardoso e, Europália vista por Augusto Cabrita, (1991), com texto de Nuno Judice, entre outros. Culto, de uma rara sensibilidade e princípios éticos, reflectiam-se esses seus dotes na maneira de estar e de ser com todos, com o seu semelhante, na sua arte, na forma de captar a vida {que amava profundamente} em imagens através das suas objectivas. Dizia-me amiúde o Augusto: «Fotografar é a arte do olhar». Mestre Augusto Cabrita era um homem generoso, de carácter, nobre e leal como só pode ser um Homem Vertical. Portimão, Abril de 2009 Pedro Manuel Pereira

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... Fernando Pessoa
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." Martin Luther King

E POR VEZES

E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes Ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes Num segundo se evolam tantos anos David Mourão Ferreira, in Matura Idade, 1973