terça-feira, 4 de outubro de 2011

"...O discurso público tornou-se obnóxio e insincero. Porquê? Talvez seja porque, no fundo, debaixo de todo este palavreado, tenhamos chegado a um ponto em que sabemos que não sabemos...nada. Mas ninguém está disposto a dizê-lo.
Deixem que vos pergunte. Alguma vez, numa discussão, sustentaram um ponto de vista muito para além do que vos seria confortável? Alguma vez defenderam um modo de vida quando já estavam no limite de o esgotar? Alguma vez defenderam um credo no qual, no fundo, já não acreditavam? (...) A Dúvida requer mais coragem do que convicção, e mais energia; porque a convicção é um lugar de repouso e a dúvida é infinita - é um exercício apaixonado.(...) Podem querer ter a certeza. Analisem esse sentimento. Temos de aprender a viver com uma medida plena de incerteza. Não há última palavra. Isso é o silêncio debaixo do excesso de palavras do nosso tempo
."Jason Patrick Shanley, in" Dúvida" (Peça de teatro que já esteve em cena em Lisboa no Teatro Maria Matos e no Porto, em 2008).

Saber que nada sabemos é um excepcional ponto de partida para uma verdadeira troca de ideias e de encontro entre pessoas que se querem e que não se resignam ao obnóxio e insincero discurso público. Quer isto dizer que o tempo do reencontro chegou. A Tertúlia Plural tem de acontecer e, para tal,já está reservada a noite de 7 de Outubro, com início às 20 horas, para um jantar no "Lugar do Rio".
O debate será provocado pelo tertuliano Pedro Pereira que fará uma intervenção sob o título "A ofensiva global dos genocidas sociais".
Acreditando que nos renderemos a uma nova celebração da palavra, exorto-vos para que compareçam e marquem a vossa presença até à próxima Segunda-Feira, 3 de Outubro, para este endereço electrónico ou para o TM. 969285922.
Não se esqueçam de trazer um amigo também para que o silêncio nunca seja o excesso de ausência.
Aceitem aquele abraço de sempre.


Pel' A Tertúlia Plural
Maria José Vieira de Sousa

1 comentário:

  1. Meu Caro Pedro:

    Cheguei hoje do Minho, onde fui restaurar as forças, tarefa que foi sucedida com êxito.

    Excelente, como não podia deixar de ser, na Tertúlia Plural, este texto. E enquanto se debate, no Vosso jantar, a dúvida e se saboreiam as iguarias, que, tal como nos symposia gregos, se temperava a dialéctica, eu fixo âncora do regresso.

    Ate muito breve.

    Com um Grande Abraço,

    Raúl.

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