Por Pedro Manuel Pereira
Num telejornal de uma destas noites,
por mero acaso, vi uma criatura a perorar de cátedra sobre uma das vulgaridades
que este espécime invertebrado regurgita amiúde para cima dos cidadãos sempre
que lhe dão oportunidade de se empinar perante um auditório e uma câmara de
têvê. A cena deu-se num acampamento de férias de verão de um clube político de
jovens de um partido, os quais, inocentes criaturas, coitaditos, não conhecem
da missa a metade sobre o dito barrosão (lembro-me agora que existe uma raça
bovina transmontana chamada de barrosã…), o qual quando 1º ministro de
Portugal, mancomunado com os senhores Blair, Aznar e o inenarrável Bush, numa
famigerada cimeira na Base das Lages*
acordaram a invasão e desmantelamento do Iraque porque esse país alegadamente
«possuía armas de destruição maciça». Armas tinham, mas para destruição maciça é que
não, só os americanos e os seus aliados.
Seguiu-se com chefe da Comunidade Europeia (ai a “democracia” da CE!…) a criatura Barroso, prenda que lhe foi ofertada pela quadrilha do Grupo
Bilderberg, dado o apoio que este espécime deu aos seus patrões no macabro encontro das Lages.
Pouco tempo passado sucederam-se cenas de terror semelhantes às do Iraque, na Líbia e na Síria. Ou seja, a pretexto da «defesa dos direitos
humanos», dos terroristas da Al-Qaeda do Bin Laden (ex-agente da CIA), de Muammar al-Gaddafi, de Bashar al-Assad, das bruxas, dos maus olhados e mais umas tretas sobre estes chefes ditadores/patifórios desses Estados e afins, os EUA e a Europa comunitária associados enviaram
tropas e mercenários e espatifaram esses países soberanos, matando e estropiando
centenas de milhar de pessoas, a maior parte delas cidadãos indefesos como
crianças, jovens e idosos. Em suma: despoletaram o desmantelamento desses países e procederam a um verdadeiro
genocídio humano que continua sem fim à vista.
Verdadeiras hordas de foragidos
desses Estados, sobretudo da Síria e da Líbia, arribam todos os dias ao sul da
Europa, deixando outros tantos naufragar, melhor dizendo, morrer pelo caminho.
Pessoas desesperadas, temendo pelas
suas vidas e dos seus familiares fogem das regiões devastadas pela guerra do
Médio Oriente e Norte da África, enfrentando o que de pior pode suceder a um
ser humano, numa travessia marítima em condições infra-humanas deixando para trás
um cortejo de cadáveres à deriva no mar. Pessoas sem comida nem água amontoadas
em condições sanitárias deploráveis; famílias com crianças pequenas
forçadas a navegar ao sabor das ondas, primeiro, depois, centenas de quilómetros percorridos a pé
por estes imigrantes maioritariamente indefesos para no fim terem como
recompensa o enfrentamento com polícias artilhados com escudos, viseiras,
cassetetes e gás lacrimogénio.
Para completar o cenário, a Hungria,
um país de trânsito na rota dos Balcãs Oeste, construiu uma barreira de
proteção com bobinas de arame farpado numa extensão de 175 km com 3,5
metros de altura, junto da fronteira externa da União Europeia com a Sérvia.
Desde o princípio deste ano
arribaram à Europa após este e outros tormentos, cerca de 400 000 migrantes e
refugiados. De acordo com a ONU, só à Grécia aportaram cerca de 200 000 pessoas, e a Itália mais de 110
000.
Os destinos mais
desejados por esta gente são a Alemanha, a Suécia e o Reino Unido. Porém,
metade dos pedidos de asilo apresentados no primeiro trimestre de 2015 foram
solicitados à Alemanha, o que representa 73 000 (40% do total), enquanto a
Hungria recebeu 32 000 (18%), Itália 5 000 (8%), França 14 800 (8%), Suécia 11
400 (6%), Áustria 9 700 (5%) e Grã-Bretanha 7 300 (4%), de acordo com dados da ACNUR e da
FRONTEX, que estão aquém da verdadeira dimensão da tragédia.
De acordo com a inteligência dos
EUA, certamente que no meio das centenas de milhar de
refugiados veem entre eles disfarçados, agentes do autodenominado «estado
islâmico». Os militantes das organizações terroristas, nomeadamente do IE, tem medo de tentar viajar em aeronaves dadas as estritas normas de segurança, de forma que estão a usar os
caminhos por terra como uma alternativa. Em seguida, a partir de onde
entram no continente europeu, usam passaportes falsos para viajarem para outros
países europeus.
Entretanto, as opiniões dos cidadãos
comunitários dividem-se entre os que querem impedir a sua entrada e estada no
continente europeu, e os que entendem que devem de ser todos integrados
rapidamente. Só no caso da «caridosa» rombuda alemã, a madama Merkel, esta
anunciou a disposição do seu país em acolher 800 000 refugiados, como se fosse
uma grande humanista…
Por outro lado, o comum dos mortais
em geral espanta-se pelo facto da Comunidade Europeia não tomar medidas
concertadas face a este flagelo que ameaça a Europa do presente e o seu futuro
próximo. A verdade porém, é que a quadrilha de dirigentes políticos da CE que
gravitam em torno do Eixo alemão possui uma estratégia bem definida quanto a
esta situação, que passa pela admissão de milhões de refugiados, muito deles
com formações técnicas intermédias e superiores, a fim de paulatinamente os irem integrando
como mão-de-obra barata em alternativa aos milhões de trabalhadores que vivem
nos países comunitários, os quais auferem salários que a quadrilha entende
terem de ser (ainda muito mais) reduzidos, como estratégia política para enfrentarem a crise
económica, embaratecendo a mão-de-obra e os produtos para que a Europa compita
nos mercados internacionais com as potências emergentes, nomeadamente as
asiáticas, e por outro lado, de forma a inverter o ciclo da regressão da
natalidade que afeta a CE.
Por outro lado os países comunitários enfermam de uma maleita grave: o
envelhecimento da sua população. A maior parte dos países membros, em
particular os do Norte europeu, necessitam de mais imigrantes para manter o
nível de vida que conquistaram até ao presente. A esta grave situação soma-se mais outra:
a origem do recrutamento de mão-de-obra barata deixou de estar nos países do
sul da Europa (Grécia, Espanha, Itália e Portugal) países a braços com
gravíssimas crises económicas e consequente fuga de gente – sobretudo jovem –
para outras paragens, em especial fora do continente europeu (tirando o caso da Grã-Bretanha), gerando o mesmo
tipo de problemas de que enfermam os países do Norte. Portugal encontra-se assim a braços com o envelhecimento acelerado da
sua população por via da fuga de milhares de jovens para outros países em busca
de sustento.
Neste contexto os modelos de
integração havidos até recentemente deixaram de funcionar, e por outro lado
atendendo à proveniência e identidades culturais e religiosas, os novos migrantes e foragidos dificilmente se identificam com a cultura dos países de acolhimento, assumindo
na maior parte dos casos uma atitude de repulsa ou contestação para com os
territórios e os cidadãos de acolhimento que irão resultar (já vão resultado…)
em conflitos étnico/sociais que se irão agravar a breve prazo.
É evidente que nada disto sucede sem
a conivência dos aliados da CE, os EUA. Aliás, de acordo com Pierre-Alain Depauw (http://www.medias-presse.info/), os EUA financiam a imigração maciça para a Europa, acusação feita
recentemente por Vladimir Putin.
Assim, de acordo com afirmações feitas por um membro dos
serviços de informações austríacos à revista Direkt, existem
organizações americanas a pagar a passadores a fim de estes transportarem
diariamente milhares de foragidos para o continente Europeu.
Essa revista ouviu
esse agente dos serviços de informações militares austríacos, dos österreichischen
Abwerhamts, o qual explicou que os passadores pedem em média entre 7 a 14 mil
euros para fazer com que os imigrados viagem ilegalmente para a Europa, de
acordo com um plano geoestratégico norte-americano de inundar este continente
com marés migratórias de gentes em fuga do países em guerra no Médio Oriente.
Ainda de acordo
com o mesmo agente: «Dispomos de indicações a demonstrarem que organizações dos
Estados Unidos criaram um sistema de cofinanciamento e contribuem de modo
substancial para pagar os custos da viagem. A maior parte dos candidatos
refugiados pagaria 11 mil euros em dinheiro sonante. Ninguém se pergunta de
onde vem o dinheiro?».
Em conclusão da sua entrevista à revista Direkt o
agente acrescenta que reina um silenciamento completo por parte dos
responsáveis sobre esta matéria, para que a opinião pública seja confundida e
ignorante acerca desta matéria.
* George W. Bush (EUA), Tony Blair (Reino Unido) e José Maria
Aznar (Espanha), foram recebidos pelo então primeiro-ministro português, Durão
Barroso, na tarde de 16 de Março de 2003, para uma cimeira na Base Aérea das
Lages, nos Açores. Na madrugada de 20 desse mês (quatro dias após) teve início
a intervenção militar no Iraque, com as consequências que se conhecem.
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