terça-feira, 5 de julho de 2011

CARTA DE UM PORTUGUÊS QUE ESTÁ LONGE E QUE ANDA SEMPRE EM VIAGEM

Um país que implementou o regime democrático, Grécia, berço da civilização ocidental, está a perder a sua soberania. É triste e revoltante.
Nós portugueses bem podemos pôr as barbas de molho. O que está a acontecer à Grécia vai, com certeza, passar-se em Portugal, mercê da bandidagem que durante anos nos (des)governa. A Grécia inventou a democracia, não foi bem esta que vivemos, mas..., Portugal está no cu da Europa, canal estratégico para o domínio territorial europeu.
Tal como na Grécia, os estrangeiros vão liderar o programa de privatização em Portugal, as exigências do FMI e do BCE, impostas ao governo português, vão limitar em muito a soberania do nosso País.
Podemo-nos preparar para ver estrangeiros tomar decisões sobre a nossa economia e, como reflexo, das políticas sociais que poderão ser implementadas.
Portugal poderá ser tratado de forma igual ao que a Alemanha Oriental passou quando o comunismo caiu e a sua região Oriental se integrou-se na no Estado alemão.
Estou seriamente preocupado com o nosso País. As privatizações anunciadas já, as medidas restritivas e o aumento de impostos, vão com certeza aumentar o desemprego e, com isso, criar o caos social.
Estou admirado como os portugueses estão a reagir a estas imposições. Tem de haver uma forma de instigar a população a indignar-se e a protestar de todas as formas possíveis. Há que congregar vontades em torno de um movimento ou uma associação cívica, com capacidade de mobilização popular e tenha a coragem de sair à rua para protestar e exercer, em sucessivas votações directas toda e qualquer proposta apresentada pelo Governo, por qualquer ministro ou deputado.
Vivi 35 anos debaixo da ditadura salazarista, outro tanto sob a capa de uma democracia fantoche, sinto-me enganado, humilhado e defraudado nos meus mais elementares direitos de cidadão português. Não quero mais representantes políticos ou líderes para explorar-me. Não quero pessoas escolhidas que, em quatro anos de mandato, fazem apenas o que lhes interessa, enchendo os seus bolsos.
Os bancos de investimento, as privatizações, a taxa de desemprego, os ajustes fiscais, o FMI, o BCE, leva-me a sugerir a criação da Democracia Real, para não cairmos no caminho de sacrifício que, na década de 90, as populações do Brasil e Chile passaram, a qual ainda se reflecte nos dias de hoje apesar do período económico favorável que se vive nestes países. A dívida portuguesa talvez seja ilegal e os governantes não possuem a legitimidade para exigir sacrifícios ao povo português, quando eles próprios ignoram essas privações.
Com ou sem polícia de choque, creio que é hora de lutar por uma Democracia de Verdade, pela mudança do sistema sem partidos e sem políticos. Temos de alterar a Constituição de forma que a verdadeira democracia seja implementada sem reservas. Só assim Portugal e os portugueses podem almejar a um futuro melhor.
Aqui, nos países da América Latina, não vai muito melhor, tudo é controlado, as retaliações e as perseguições são comuns, a vida é difícil, as religiões governam-se muito bem, tal como os políticos, mau grado os esforços da presidente Dilma para colocar em ordem e esbater a herança de Lula. O ministro da Casa Civil de Dilma demitiu-se face à investigação sobre o seu enriquecimento. Agora foi a vez da demissão de todos os membros do Ministério dos Transportes, desde secretários a assessores, face aos excessivos gastos e subfaturamento de obras, ficando só o ministro por condescendência da presidente e para não agravar mais a crise política que está a instalar-se. Prefeitos e mulheres de prefeitos têm sido detidos e presos por utilização e subtração de dinheiros públicos. É um caos dos grandes. O pior é que quem os denúncia aparece morto passado dias.


G.F.

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