sexta-feira, 10 de julho de 2009

O SER VIVO MAIS ANTIGO DE PORTUGAL

No concelho de Tavira, freguesia de Stª. Luzia, existe o ser vivo mais antigo de Portugal e talvez da Península Ibérica. Trata-se de uma oliveira que já se encontrava enraizada no local em vida de Jesus Cristo. Esta árvore, que tem mais de 2000 anos pertence à família Oleacea. Encontra-se plantada no Aldeamento Turístico das Pedras del Rei, aproximadamente a 120 metros a norte da recepção desta aldeia turística. Pertence à família de uma espécie vegetal trazida da Mesopotâmia para a Europa Ocidental pelos Fenícios no séc. VII a.C., destinando-se os seus frutos à alimentação directa e à extracção de azeite para diversas finalidades. Próximo, na zona de Tavira, no sobresolo daquela que foi uma importante povoação chamada de Balsa, ao longo dos tempos tem sido encontrada vestígios de povos primitivos, mas também de variadas civilizações. Esta oliveira é de enorme porte, apresentando uma copa com a altura de 7,70m: o diâmetro maior mede 3,60m na base e 2,42m à altura do peito. São precisos cinco homens para abraçar o perímetro deste tronco que mede 7,75m apresentando uma coroa circular como se fosse uma porta com 40cm de largura que dá entrada para uma «sala» circular com 1,30m de diâmetro onde tem um banco e uma mesa em madeira. Ao lado desta porta podemos encontrar um zambujeiro, planta espontânea em que é usualmente enxertada a oliveira. Próximo e um pouco por todo o aldeamento, podemos encontrar várias oliveiras e alfarrobeiras, por certo tão centenárias como a oliveira de que falamos. Esta é, umas das 142 árvores, isoladas, que se encontram classificadas pela Direcção-Geral de Florestas como de Interesse Público {Diário da República, II série – nº178, de 2-8-1984}. A segunda árvore mais antiga em Portugal, é um castanheiro com mais de setecentos anos que sobrevive em muito mau estado, pertencendo à Irmandade da Srª. dos Remédios em Lamego. Seguem-se-lhe outras por idade decrescente igualmente classificadas. Em suma: - Muito antes de Portugal ser um estado-nação {tem pouco mais de oitocentos anos com fronteiras definidas} já esta vetusta oliveira existia. É espantoso como tantos séculos decorridos, continua a produzir azeitona. Por outro lado, quando a olhamos e interiorizamos que assistiu à vida e morte de várias civilizações, tendo por ela passado gerações de homens e mulheres de variadas civilizações, nomeadamente fenícios, gregos, romanos, muçulmanos, cristãos… é espantoso que ainda se mantenha firme sem desfalecimentos, como que querendo transmitir-nos uma sabedoria feita de séculos que nos ensina, fundamentalmente, quanto a vida do homem é tão fugaz. Pedro Manuel Pereira

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