quarta-feira, 16 de junho de 2010

SONETO QUASE INÉDITO

«José Régio e o seu burro»– por Hermínio Felizardo Surge Janeiro frio e pardacento, Descem da serra os lobos ao povoado; Assentam-se os fantoches em São Bento E o Decreto da fome é publicado. Edita-se a novela do Orçamento; Cresce a miséria ao povo amordaçado; Mas os biltres do novo parlamento Usufruem seis contos de ordenado. E enquanto à fome o povo se estiola, Certo santo pupilo de Loyola, Mistura de judeu e de vilão, Também faz o pequeno "sacrifício" De trinta contos - só! - por seu ofício Receber, a bem dele... e da nação. JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969. Tão actual em 1969, como hoje... E depois ainda dizem que a tradição já não é o que era!!!

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