A Loja maçónica Propaganda Due (sigla P2) foi fundada em
1877 sob os auspícios do Grande Oriente de Itália, funcionando
como oficina de acolhimento de maçons visitantes que se ausentavam
temporariamente dos trabalhos das suas próprias lojas.
Largas
décadas mais tarde, os tribunais italianos viriam a qualificar esta loja
negra, como «uma estrutura secreta com incrível capacidade de controlar
as instituições governamentais até ao ponto de converter-se, virtualmente, num
Estado dentro do Estado».
Nos alvores dos anos de 1960, nos seus quadros encontravam-se
inscritos catorze membros permanentes, no entanto, quando Licio Gelli - de que
falaremos mais adiante – a liderou como venerável-mestre nessa década, o seu
quadro aumentou num só ano de 14 para 4000 membros. Note-se que muitos destes
indivíduos eram destacados personagens da elite italiana, grande parte deles
inscritos ilegalmente nesta estrutura, uma vez que os funcionários do Estado
italiano estavam proibidos por lei de ingressar em sociedades secretas.
A P2
tornou-se célebre por ter protagonizado o maior escândalo da História desta
República: o Banco Ambrosiano de Milão em agosto de 1982, quando
este foi declarado insolvente pelo governo italiano, após ter sido descoberto
um «buraco negro» de cerca de 1,5 bilião de dólares. O Vaticano possuía 16% do capital nesse Banco.
A sua derrocada provocou um cortejo de cadáveres que
chegou, inclusivamente, ao Papa João Paulo I, assassinado quando se dispunha a
limpar as finanças do Vaticano. Havia sido encontrado o fio que podia conduzir
a um ponto intocável: os mecanismos de intervenção dos EUA sobre os Estados
europeus. Por exemplo, os movimentos anticomunistas na Polónia e na América
Latina foram financiados com dinheiro que saiu dos cofres do Banco Ambrosiano.
Em consequência, o Vaticano viu-se inundado por
credores que solicitavam que, como acionista desse Banco a Santa Sé respondesse
pela sua queda e assumisse as dívidas deste.
É aqui que entra em cena Paulius Casimir Marcinkus, arcebispo e presidente do Banco do Vaticano, conhecido como «o banqueiro de Deus» e principal protagonista do filme da queda do Ambrosiano.
Em 26 de setembro de 1981 foi indicado como
pro-presidente da Cidade do Vaticano, tornando-se dessa forma a terceira pessoa mais poderosa desse Estado pontifício
imediatamente abaixo do papa e do seu secretário de Estado.
Não obstante e contra a opinião de Marcinkus e da
maioria da Curia vaticana, o seu então secretário de Estado, o cardeal
Agostinho Casaroli, decidiu pagar 406 milhões de dólares aos bancos credores do
Ambrosiano, considerando que a Santa Sé tinha perante eles uma responsabilidade
moral.
As investigações da queda do Banco
trouxeram à tona entre outras operações nebulosas, pagamentos obscuros
à loja maçónica P-2 e o desvio de seus fundos para uso particular.
Foram acusados formalmente Marcinkus e dois administradores seus adjuntos,
Luigi Mennini e Pellegrino Strobel.
A justiça italiana pediu autorização às autoridades da
Santa Sé para poder processar Marcinkus, no entanto viram negado o pedido, com
alegação de que o arcebispo nada tinha a ver com a falência do Banco
Ambrosiano.
O
Tribunal Supremo da Itália defendeu a impossibilidade de processar o prelado e
os dois funcionários, em virtude do Tratado
de Latrão, entre o Estado do Vaticano e o
de Itália.
Nesta altura Marcinkus sai do Banco do Vaticano, deixa
Roma e retira-se para uma paróquia no Ilinóis, EUA, onde acabou por falecer em
2006 com 84 anos.
Por seu turno a P2 entre 1965 e 1981 conduziu o
processo político italiano mediante a inclusão de pessoas de sua confiança no
seio da Magistratura, no Parlamento, nas Forças Armadas e na Comunicação
Social.
Em Itália a loja negra funcionou como base da
rede Gládio,
uma rede secreta paramilitar de intervenção e subversão concebida nos
princípios dos anos cinquenta, disseminada por todos os países europeus sobre
influência norte-americana.
Nos seus inícios era seu objetivo fundamental eliminar
a enorme influência dos partidos comunistas após a 2ª Guerra Mundial através de
atos de sabotagem, assassinatos, chantagens, e por aí fora e travar a
infiltração soviética. Porém, nos anos seguintes a rede Gládio converteu-se num
monstro que controlou os partidos políticos sob a batuta dos EUA.
Tornou-se um autêntico poder sombra com capacidade
para - por meios políticos e pela força - traçar o rumo político dos países
europeus caso estes não se ajustassem aos objetivos e necessidades
norte-americanas, executando, inclusivamente, atos terroristas que atribuíam a
agrupamentos políticos de esquerda, tendo-se destacando entre eles o atentado
bombista numa estação de comboios em Bolonha em 1980, de que resultaram 85
mortos.
Nascida e criada no seio da NATO e
financiada pela CIA, a Gládio, possuía
um ramo bem estruturado em Portugal, ativo nos anos sessenta e setenta, em
tempos de Salazar.
Neste país adotou o nome de Aginter Press e esteve implicada nos assassínios de líderes revolucionários africanos
de primeiro plano, como Amílcar Cabral, uma vez que os seus tentáculos se
estendiam até às colónias africanas.
Quem pensa que a rede Gládio ou a Loja P2 são coisas do passado? Acaso
não é Berlusconi uma criação da P2? - Lá iremos mais adiante.
P2
- A Maçonaria Fascista
A história das finanças da Santa Sé não seria a
mesma se não fosse o caso de ter entrado em cena uma estranha sociedade secreta
que teve (e não terá ainda?) como atividade principal, desmantar os regimes democráticos
na Europa e não só; a P2.
A P2 viu virados para si os holofotes da opinião
pública italiana e mundial quando fez cair o Banco Ambrosiano - um dos
principais bancos de Milão, propriedade do Banco do Vaticano – e a
suspeita da misteriosa morte do seu presidente Roberto Calvi, enforcado numa
ponte em Londres em 18 de junho de 1982. Morte inicialmente apresentada como
suicídio, foi mais tarde considerada assassinato. Ficou lançada a suspeita
sobre os membros da P2 por Calvi ser o responsável financeiro dos fundos dessa
Loja.
Roberto Calvi nasceu em Milão em 1920. Em fevereiro
de 1971 foi nomeado Diretor Geral do Banco
Ambrosiano; em novembro, Conselheiro Delegado e em 1975, Presidente.
Graças à sua gestão esta entidade bancária tornou-se no maior Banco privado de
Itália.
Em
1981, o 1º ministro italiano, Giovanni Spadolini, mandou ilegalizar a Loja P2,
após ter sido tornada pública uma lista de 962 membros, nela constando
militares, industriais e agentes dos serviços secretos, vários deles suspeitos
de haverem tentado desde 1969 desestabilizar as instituições do Estado,
suscitando no país um ambiente de tensão e violência.
Uma
comissão de inquérito compilou uma série de documentos com o objetivo de
estabelecer nexos de causalidade existentes entre a loja secreta, os meios de
extrema-direita e a Máfia.
Até 1982 não se pode confirmar a implicação da Loja P2
na economia italiana.
Roberto Calvi, membro dessa loja
negra pretensamente maçónica, teve como seu venerável-mestre
na estrutura o siciliano Michele Sidona, simultaneamente banqueiro da Máfia e reciclador
de dinheiro da droga. Michele
Sindona (1920 -1986) era conhecido nos círculos bancários como
«Tubarão».
Sindona tinha sido nomeado pelo Papa Paulo VI assessor
financeiro do Vaticano e membro do Conselho de Administração do Banco
do Vaticano.
Um levantamento do juiz italiano Ferdinando
Imposimato mostra que Michele Sindona atuava desde 1957 como banqueiro
para a Máfia siciliana, a Cosa Nostra,
e servia o Vaticano. Sindona também esteve envolvido no assassinato do advogado
Giorgio Ambrosoli em 1979 sendo condenado
em 1986 à prisão perpétua como mandante dessa execução.
Sidona, juntamente com Roberto Calvi e o Arcepispo Paul Marcinkus, utilizaram a
imunidade diplomática do Banco do Vaticano para esconder o dinheiro da Máfia,
da Loja Maçónica P2 e de influentes políticos italianos.
Encarcerado
numa prisão de alta segurança de Voghera, Itália, Sindona prometeu fazer
revelações depois de ter sido condenado a cadeia
perpétua, tendo em 20 de março de 1986 morrido
envenenado com cianeto.
A mecânica das operações fraudulentas de Calvi era muito
simples: quando necessitava de dinheiro para financiar operações sujas em
Itália, em outros países europeus ou na América Latina pedia empréstimos no
mercado do eurodólar; quando as somas eram demasiado importantes, apresentava
as garantias do IOR (Instituto para as Obras da Religião),
o Banco do Vaticano, dirigido por monsenhor Marcinkus, o qual lhe assegurava
pródigos benefícios. Porém, nunca se esquecia de retribuir a Licio Gelli.
Calvi construiu um império e a pedido de Gelli tomou
sob o seu controlo o Grupo Rizzoli, que era proprietário
de um dos principais periódicos da península itálica, o Corriere della Sera.
Em 1981. Calvi foi condenado a quatro anos de prisão
por fraudes financeiras e deixado em liberdade sob fiança.
O Banco Ambrosiano era o nó italiano da rede
financeira internacional controlada por Michele Sindona, membro da família Gambino
nos Estados Unidos. Esta personagem travou amizade com Licio Gelli, empresário
têxtil e venerável-mestre da Loja P2. Ao relacionar-se com a Curia romana, Sindona
e Gelli propuseram ao cardeal Paul Marcinkus, titular do Banco do Vaticano, que
este participasse no Ambrosiano.
Marcinkus fez excelentes investimentos através do
Banco de Sidona. Este e o seu cúmplice utilizavam a estrutura do Banco do Vaticano
para lavar dinheiro sujo e evasão de impostos. A Igreja, a Máfia e a Loja P2
mantiveram uma proveitosa cumplicidade até à crise internacional do petróleo em
1972. O falhanço de alguns grandes investimentos provocaram o descalabro do
Ambrosiano e a fuga de Sidona para os Estados Unidos. Foi descoberto então, que
o Vaticano era um dos acionistas e rebentou o consequente escândalo.
De acordo com diversas investigações, foi Sidona quem
introduziu Calvi nos círculos do poder do Vaticano em associação com monsenhor
Marcinkus, um dos mais firmes aliados da máfia italo-norteamericana na Santa
Sé, que utilizou as instituições do Vaticano para branquear dinheiro sujo
procedente do tráfico de drogas e armas, assim como de outras atividades
ilícitas.
As investigações do processo «máfia versus P2», empreendidas pela justiça
italiana, demonstraram que o Estado do Vaticano serviu durante mais de uma
década como paraíso fiscal, sendo o IOR aproveitado pela Loja P2 para enviar
dinheiro sujo para contas secretas na América do Sul, sobretudo Argentina e
América Central.
O sacerdote espanhol Jesús López Sáez relata no seu livro, El Día de
la Cuenta, que o papa Paulo VI afirmava em relação a Licio
Gelli: «O fumo de Satanás entrou na Igreja». Mais adiante nesta sua obra refere
que a aliança Vaticano-EUA-maçonaria-máfia
siciliana-Cosa Nostra surgiu nos começos da Guerra Fria, impulsionada
pela necessidade de enfrentar o inimigo comum: o comunismo soviético. Diz ainda
que a máfia siciliana foi uma espécie de governo secreto norte-americano no
final da II Guerra Mundial, com o objetivo de impedir a propagação do comunismo
e que a estrutura mafiosa do Vaticano era controlada diretamente pela CIA, à
qual se encontrava ligado Licio Gelli, denominado nesses tempos o «príncipe das
trevas».
Segundo o jornalista
italiano Ennio Remondino, o ex-colaborador da CIA, Richard Brenneke afirmava
que «Gelli e a P2 haviam trabalhado para a CIA recebendo em troca enormes somas
de dinheiro» que o próprio Brenneke afirmava haver entregado a esse chefe
maçon.
Em 1978 as acrobacias financeiras de Calvi originaram
uma investigação da Banca de Itália por exportação ilegal de capitais. Em 1982
a queda do Banco foi avaliada em 1400 milhões de dólares.
Calvi desapareceu do seu domicílio de Roma na noite de
9 para 10 de junho desse ano e foi encontrado enforcado oito dias depois. A
investigação determinou que ele não se podia ter enforcado sozinho, antes,
havia sido estrangulado.
Note-se que, em maio de 1981, na lista dos 962 membros
da Loja P2 publicada na imprensa encontravam-se os nomes de Michele Sidona, de
Roberto Calvi e de 169 militares de alta patente, assim como todos os
dirigentes dos serviços secretos, diretores de periódicos, magistrados e
políticos da democracia cristã. Todos os escândalos que haviam sacudido a Itália
durante 10 anos conduziam de uma forma ou de outra a Licio Gelli.
Em 1987 as autoridades judiciais ordenaram a detenção
de Marcinkus por fraudes relacionadas com a falência do Banco Ambrosiano,
prisão a que o arcebispo se furtou graças à imunidade diplomática conferida
pelo Vaticano.
Neste estória desempenha um papel fundamental Licio
Gelli, que se considerava a si mesmo o homem politicamente mais à
direita na Europa.
Esta criatura nasceu em Pistoia, Toscana, em 1919. Aos
dezoito anos foi voluntário na guerra civil espanhola no seio de um batalhão
italiano de camisas negras fascistas.
No decorrer da 2ª Guerra Mundial foi oficial de
ligação entre os exércitos alemão e o italiano, com responsabilidades de
inteligência. A sua principal missão era a localização e eliminação de partisans (combatentes da resistência).
Nos anos de 1960 Licio Gelli já era um homem muito
rico, tinha-se convertido numa das personagens mais relevantes da vida
económica e política de Itália. Costumava dizer a este propósito: «As portas
blindadas dos bancos abrem-se todas para a direita».
Aparentemente boa parte da sua fortuna procedia, precisamente,
de despojos de guerra.
Durante alguns anos Gelli esteve deslocado na
localidade de Cattaro, no Montenegro, nas margens do Mar Adriático,
desempenhando atividades no âmbito da inteligência, região onde esteve
escondida boa parte dos depósitos de ouro do Banco da Jugoslávia, em
milhares de lingotes de ouro dos quais nunca mais se voltou a saber depois da
guerra até 1999 quando a polícia italiana encontrou cinquenta destes em
esconderijos no jardim da luxuosa villae
de Gelli na Toscana.
Após o término da guerra Gelli trabalhou para os
vencedores mas também para os vencidos. Embora tendo elaborado para os aliados
uma lista negra de fascistas que deviam de ser vigiados, participou na rede de
fuga dos criminosos de guerra (sobretudo para o continente americano) de que
lhe resultaram importantes benefícios económicos.
Provavelmente o caso mais célebre em que Gelli esteve
envolvido foi na fuga de Klaus Barbie, o «carniceiro de Lyon», que se refugiou
durante vários meses no Vaticano antes de lhe prestar auxílio.
O custo da operação foi financiado pela
contrainteligência dos Estados Unidos, que estava bastante interessada nas
informações que o antigo chefe da Gestapo lhes podia proporcionar.
Em 1948 Gelli ingressou na Democracia Cristã italiana.
Tempos mais tarde, chegou a diretor da Permaflex,
uma das mais importantes empresas de colchões de Itália.
Poucos anos depois esta personagem converteu-se num
dos mais importantes atores da Operação Gládio.
Em 1972, Quando travou amizade com o general Alexander
Haig, antigo comandante-chefe da NATO, a Gládio era uma complexa rede de espionagem
que contava com mais de 15000 agentes em toda a Europa, desempenhando as mais
diversas atividades.
Em maio de 1965, o plano mestre da Gládio já estava
perfeitamente traçado num documento intitulado «A estratégia de tensão»,
no qual era proposto encenar-se uma campanha terrorista protagonizada por
partidos de esquerda, de tal ordem que levasse a população a um nível de tensão
superior ao que podia suportar, para que a situação derivasse num levantamento
popular e no estabelecimento de um governo em moldes neofascistas.
O toque de genialidade de Gelli foi recorrer à Loja
maçónica P2 a fim de instilar o gérmen propiciador da nova ordem italiana.
Curiosamente esta matéria não está isenta de ironia, uma vez que foi
precisamente Mussolini que um dia ilegalizou a maçonaria italiana.
Após a guerra, a república havia restituído os
direitos aos maçons italianos e nesta etapa dos acontecimentos as lojas
maçónicas floresciam nesse país.
Gelli tinha ingressado na P2 em novembro de 1963,
tendo chegado rapidamente ao mais alto grau do Rito Escocês Antigo e Aceite
(33º).
O Grão-Mestre do Grande Oriente de Itália (GOI) encomendou a Gelli a tarefa de
criar uma Grande Loja que servisse para expandir os ideais maçónicos em
toda a Itália e este obteve o controlo definitivo da Propaganda Due (P2) em 1976, depois haver sido dissolvida (abatido
colunas) e voltado a funcionar (erguido colunas) devido a dissensões internas
da própria organização maçónica, que começava a dar-se conta de que Licio Gelli
tinha ideias muito próprias sobre o destino da P2, bem distantes dos ideais e
princípios maçónicos.
Gelli não só pretendia realizar o grande plano da
Gládio, culminando-o com um governo fascista em Itália, mas também exportar
esse modelo para outros países na Europa e outros continentes.
Por esses tempos, Gelli declarou numa entrevista
televisiva que queria reunir os melhores e mais habilitados indivíduos de
várias áreas políticas para materializar os seus «planos de renascimento
democrático».
Dentro desta ordem de ideias um dos primeiros membros a
ser admitido na renovada loja foi o general Giovanni Allavena, homem forte da
espionagem italiana por cujas mãos passava material muito substancial com o
qual se podia chantagear um grande número de personalidades italianas.
O jornalista italiano «Mino» Pecorelli que foi membro
da P2, declarou que a CIA sustentou económica e logisticamente a organização.
Em 1990 o antigo agente da CIA Richard Brenneke confirmou esta colaboração
entre a espionagem americana e a loja negra italiana.
Pecorelli foi encontrado morto em 1979 com um tiro de
pistola na boca, forma usado pelos mafiosos para liquidarem todos quantos
denunciam os seus crimes.
No seu escritório foram encontrados alguns documentos
dos escritórios do SID – uma organização nascida da fusão de elementos do FBI
com elementos da CIA, um «cozinhado» à moda italiana – grande parte deles
relativos a Gelli. Um desses documentos era uma lista de pessoas que este havia
denunciado junto do SID como sendo de colaboradores durante a ocupação nazi
entre 1943 e 1945; outro era uma nota da inteligência alemã na qual se
expressavam suspeitas de que Gelli pudesse estar a trabalhar em segredo para
algum serviço de inteligência do Pacto de Varsóvia.
De acordo com vários investigadores, as relações da P2
iam muito mais além da CIA, estendiam-se à extrema-direita italiana, outras
sociedades secretas, como a Carbonária e parte do exército italiano. Presumia-se
que Gelli estivesse muito bem relacionado. Havia sido sócio do criminoso de
guerra Klaus Barbie, a quem ajudou a organizar um esquadrão de morte na
Bolívia, responsável pelo assassinato do líder socialista Marcelo Quiroga e em
boa medida pela ascensão ao poder do general boliviano Luís Garcia Meza.
A junta militar boliviana agradeceu os serviços de
Gelli e Barbie dando-lhes concessões especiais sobre a plantação de coca, de
cuja comercialização se encarregavam os diversos contatos que Gelli possuía
junto da Máfia siciliana.
Gelli também havia contribuído financeiramente para o
regime de Juan Domingo Perón, na Argentina e mantinha relações com Ronaldo
Reagan que o convidou para a sua cerimónia de tomada de posse como presidente
dos Estados Unidos em 1981. Tempos antes havia estabelecido amizade com Phil Guarino, diretor da campanha
eleitoral de Reagan que um ano antes, em 8 de abril de 1980, recebeu uma carta
de Gelli nos seguintes termos: «Se crês que pode ser útil que algo favorável ao
teu candidato presidencial seja publicado em Itália, envia-me o material e eu
farei com que seja publicado em algum dos periódicos de cá».
Além do mais, Gelli tinha sido um dos principais
patrocinadores do regime de Anastasio Somoza na Nicarágua e dos comandos da Triple A na Argentina, Uruguai, Colômbia
e Brasil. Afirmava encontrar-se em termos de amizade com o antigo diretor da
CIA e o presidente dos EUA, George Bush pai, a quem qualificava de «membro
honorário» da Loja P2.
Em 1981 a trama da P2 foi descoberta pelas
autoridades. Numa busca feita à mansão de Gelli foi encontrada uma cópia do
documento, «A Estratégia de Tensão» e uma lista dos principais conspiradores,
incluindo três ministros, quarenta membros do Parlamento, quarenta e três
generais do exército, entre eles o poderoso Giovanni Torrisi, chefes da polícia
e dos serviços secretos, como Giuseppe Santovito, o Dr. Joseph Michelle Crimi e
Giulio Grassini, o diretor da polícia financeira; Orazio Giannini, o general do
SID Vito Milici, o general da Guarda Financeira, Raffaele Giuddo, o magistrado
do Supremo Tribunal de Justiça, Ugo Zilletti, oito almirantes,
industriais, financeiros, artistas, jornalistas,
proprietário de órgãos de informação, executivos da televisão, centenas de
diplomatas e outros altos funcionários.
Muitos dos indivíduos constantes nesta lista negaram a
sua filiação na Loja P2, outros, incluindo o próprio Gelli, foram imediatamente
detidos por ordem do juiz de Milão, Pierluigi Dell’Osso. Gelli acabou por
escapar da prisão graça ao facto de ter subornado os guardas prisionais.
Alguns não tiveram tanta sorte e viram as suas
carreiras definitivamente arruinadas por via da sua associação à P2. Sem dúvida
que o mais afetado de entre estas criaturas foi o ministro da Justiça Adolfo
Sarti, que embora não figurasse na famigerada lista havia solicitado o seu
ingresso na loja, de acordo com a documentação encontrada pelas autoridades na
casa de Gelli. Sarti acabou por se demitir enquanto decorria a investigação
policial sobre a sua presumível implicação em «atividades criminosas».
A
P2 e o Vaticano
Foi no auge do poder pessoal de Licio Gelli, que este
se aproximou da Igreja através do cardeal Paolo Bertoli, um velho amigo da
Toscana. Através deste conheceu os cardeais Sebastiano Baggio, Agostino
Casaroli, Ugo Poletti e Jean Villot. Acontece que por artes ainda não
esclarecidas, acabou por ter acesso ao papa Paulo VI, que lhe concedeu uma
série de audiências.
Para adicionar respeitabilidade à sua pessoa junto do
Papa, Gelli conseguiu tornar-se cavaleiro da Ordem de Malta e Cavaleiro
do Santo Sepulcro. Não obstante – parece - o Papa desconhecia a
condição de maçon de Gelli.
Maçonaria e Catolicismo são incompatíveis, e isso é
algo em que os papas dos últimos cem anos têm sido particularmente cuidadosos a
sublinhar. O Código de Direito Canónico de 1917 é claro e não deixa margem
para dúvidas quando castiga com a excomunhão a adesão à Maçonaria.
Não obstante, a maioria dos membros da P2 eram bons
católicos que compartilhavam com a Santa Madre Igreja um visceral
anticomunismo. No entanto, o envolvimento de clérigos dos vários escalões nas
fileiras da P2 era o menor dos problemas de um fenómeno que desde há vários
anos vinha sendo denunciado em vários setores católicos: a infiltração da
Maçonaria dentro da Igreja Católica.
No que se refere à P2, um dos factos mais
transcendentes para a Igreja que sucederam dentro da Loja, foi o facto de que nela
travaram conhecimento Michele Sidona e Paul Marcinkus.
Este, graças à sua elevada estatura física foi -
segundo parece - a chave para a sua ascensão na Santa Sé. Em 1964 uma multidão
enfurecida pôs em risco a integridade física do papa Paulo VI, que foi
oportunamente resgatado pelo gigantesco Marcinkus. A partir de então passou a
ocupar os cargos de assessor e guarda-costas do Santo Padre, que lhe valeria a
partir de então o cognome de «o Gorila». Posteriormente, em 1969, o papa
nomeou-o presidente do Instituto das Obras de Religião (IOR) - mais conhecido
como o Banco do Vaticano - passando a ser conhecido pelo «banqueiro de Deus»,
em vez de «o Gorila».
Foi Michel Sidona, presidente da Banca Privada,
considerado próximo do círculo da máfia italo-americano, quem alertou as
autoridades ao acusar o arcebispo e Roberto Calvi, presidente do Banco
Ambrosiano e membro da Loja P2, de se haverem envolvido em diversas operações
consideradas de alto risco e negócios ilícitos.
De acordo com Sidona, foi ele quem apresentou Calvi a
Marcinkus, que em 1971 em conjunto fundaram em Nassau e nas Bahamas paraísos
fiscais com o nome de Cisalpine Overseas
Bank.
Através da referida sociedade e outras, Calvi e o «banqueiro
de Deus» operavam juntos destinando o dinheiro a operações ocultas, pagando
subornos, movimentando dinheiro sujo procedente da evasão fiscal e lavagem de
dinheiro da máfia e outras organizações criminosas.
Nesta altura, o escândalo estava prestes a explodir.
Em 1981, o Banco de Itália denunciou a existência de um buraco negro de 1400
milhões de dólares nas contas das filiais estrangeiras do Banco Ambrosiano. O
Banco do Vaticano era um dos 13 acionistas do Ambrosiano e controlava 20% do
seu capital.
A
Loja P2 Continua Viva e de Saúde
O empresário Flavio Carboni, com 78 anos foi detido em
2009 em Itália por
ordem de um Juiz de Roma que investigava um escândalo
de corrupção na construção de parques eólicos na ilha da Sardenha. A detenção
abrangeu dirigentes do PDL, o partido de Silvio Berlusconi, quanto a uma
conspiração secreta para influenciar o voto do Tribunal Constitucional sobre a
lei de impunidade de altos cargos que o governo apresentou nesse ano e que foi
declarada inconstitucional.
Carboni, conhecido como «il faccendiere dei misteri»
(fazedor de mistérios), tinha sido acusado em 1998 pelo assassinato de Roberto
Calvi em 1982. Absolvido desse crime, esteve preso 8 anos pela sua participação
no colapso do Banco Ambrosiano.
Junto com Carboni foram detidos um ex-dirigente
democrata-cristão, Pasqual Lombardi e o empresário napolitano Arcangelo
Martino, acusados de «formarem uma associação secreta destinada a realizar uma
série indeterminada de delitos, influir em decisões políticas, controlar
processos judiciais, decidir quanto à nomeação dos membros dos órgãos do Estado
de relevo, condicionando o seu funcionamento». Eis a P2 de novo em ação.
Recuperamos as declarações do Grão-Mestre da Ordem
Oriental Maçónica, Licio Gelli, em 2003 ao diário La Repubblica: «Em cada manhã falo com a minha consciência e em
diálogo me acalmo. Vejo o país, leio os periódicos e penso: Tudo se está a
realizar pouco a pouco. Para ser sincero eu deveria deter os direitos. Justiça,
TV, ordem pública. Escrevi sobre isto há trinta anos… Berlusconi é um homem
extraordinário, um homem de ação. É isto que a Itália necessita, não um homem
de palavras, mas si, um homem de ação».
Declaração suspeitas de um homem que teve na sua Loja
(a P2), Silvio Berlusconi, «Il Cavaliere», antes de este entrar na política.
Lista de Licio Gelli, sobre membros da P2 em 1981
Elenco por categoria ocupacional dos
inscritos
Militares e Forças de Segurança: 208
Políticos: 67
Dirigentes ministeriais: 52
Bancos: 49
Industriais: 47
Médicos: 38
Docentes universitários: 36
Comerciantes: 29
Advogados: 27
Dirigentes industriais: 23
Jornalistas: 27
Magistrados: 18
Empresários: 18
Profissionais liberais: 17
Sociedades privadas (presidentes): 12
Sociedades públicas (dirigentes): 12
Atividades várias: 12
Secretários privados (políticos): 11
Associações várias: 10
Assistentes hospitalares: 10
Funcionários regionais: 7
Dirigentes comunais: 8
Sociedades públicas (presidentes): 8
Sindicalistas: 2
Diplomatas: 9
Consultores: 2
Militares e Forças de Segurança: 208
Políticos: 67
Dirigentes ministeriais: 52
Bancos: 49
Industriais: 47
Médicos: 38
Docentes universitários: 36
Comerciantes: 29
Advogados: 27
Dirigentes industriais: 23
Jornalistas: 27
Magistrados: 18
Empresários: 18
Profissionais liberais: 17
Sociedades privadas (presidentes): 12
Sociedades públicas (dirigentes): 12
Atividades várias: 12
Secretários privados (políticos): 11
Associações várias: 10
Assistentes hospitalares: 10
Funcionários regionais: 7
Dirigentes comunais: 8
Sociedades públicas (presidentes): 8
Sindicalistas: 2
Diplomatas: 9
Consultores: 2
Consultores financeiros: 4
Companhias aéreas: 8
Editores: 4
Dirigentes editoriais: 6
Escritores: 3
Dirigentes da RAI-TV: 10
Companhias de Seguros: 6
Arquitetos: 7
Notários: 4
Antiquários: 6
Hotéis (diretores): 4
Companhias aéreas: 8
Editores: 4
Dirigentes editoriais: 6
Escritores: 3
Dirigentes da RAI-TV: 10
Companhias de Seguros: 6
Arquitetos: 7
Notários: 4
Antiquários: 6
Hotéis (diretores): 4
Detalhes da lista
É de notar a estrutura capilar da P2 em Itália, com 2
ou 3 inscritos por 35 das atuais 110 províncias italianas: Turin, Milão, La
Spezia, Roma, Bari, Rávena, Florencia, Pistoya, Cosenza, Palermo, Cagliari,
Siena, Brescia, Ancona, Venecia, Catanzaro, Génova, L'Aquila, Trieste, Potenza,
Novara, Arezzo, Bolonia, Plasencia, Udine, Messina, Pisa, Reggio Emilia, Reggio
Calabria, Forlì, Savona, Brindisi, Trápani, Perugia, e confirma a erradiação da
sua presença em 13 das 20 regiões italianas: Piemonte, Véneto, Friuli Venezia
Giulia, Lombardía, Liguria, Toscana, Emilia Romagna, Lazio, Marche, Molise,
Calabria, Sicilia, Sardegna.
Já em setembro de 1978, Mino Pecorelli, um jornalista,
que havia deixado a P2, escreveu um artigo com o título: «O Grande Alojamento
do Vaticano», fornecendo os nomes de 121 presumíveis maçons. Essa lista era
composta em grande parte por cardeais, bispos e prelados em posições de
relevo.
Nessa altura, os nomes de Jean Villot, ministro de
Assuntos Exteriores, Paul Marcinkus, chefe do Banco do Vaticano, e Pasqual
Macchi, seu secretário pessoal, estavam nessa lista.
O referido jornalista foi assassinado após
revelar publicamente esta lista. Por seu turno, o Senador vitalício, Giulio
Andreotti foi condenado em 2002 pela morte do periodista.
Após a divulgação da lista, Gelli exilou-se na Suíça;
foi detido em 13 de setembro de 1982 e encarcerado em Champ-Dollon, próximo de
Genebra, de onde fugiu em 10 de agosto de 1983 com a ajuda do seu guarda
prisional. Quatro anos depois viria a entregar-se à justiça suíça.
Extraditado para Itália em 1988, obteve a liberdade
provisória depois de um mês de detenção, devido aos seus problemas cardíacos.
Nas suas memórias intituladas, Ma Verité,
refere que a Loja P2 era um «clube de amigos bem-intencionados».
Durante o processo judicial da Loja P2, os seus responsáveis
tiveram de responder por «difamação, tráfico de influências e propagação de
notícias relacionadas com a segurança do Estado».
Silvio Berlusconi, antigo membro
da P2, declarou: «Os historiadores decidirão se este caso foi uma prolongada
notícia sensacionalista ou algo mais substancial».
Acredito que esta turma estão agindo fortemente no Brasil neste momento.
ResponderEliminarMatéria consistente e histórica.
ResponderEliminarGostaria mais referências do autor, Pedro Manuel Pereira.
A. Zydowicz
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ResponderEliminarIL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA H 14 ( SEMPRE GIA' CASSAFORTE MAFIOSA DI STEFANO BONTATE PRIMA E TOTO RIINA, POI...CASPITERINA CHE SOCI PER BENE, CASPITERINA, WAGLIO').
IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA SERI JAKAL GROUP ( CHE PORTA AVANTI COL SCHIFOSAMENTE SUPER COCAINOMANE PAOLO MARZOTTO, NOTO RICICLA SOLDI MAFIOSI PROPRIO COME LUIGI, PIERSILVIO, PAOLO E SILVIO BERLUSCONI). IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA ITHACA SRL. IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA DI U-START.
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IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA ITHACA, IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA SIREFID ( IL TUTTO INSIEME AD UN ALTRO VERME MEGA RICICLA SOLDI MAFIOSI, LA BESTIA CRIMINALE GIORGIO VALAGUZZA, NON PER NIENTE, EX DI NAZISTA JP MORGAN). IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA CRYPTOLAB E CRYPTOPOLIS DI NOTO PEDOFILO ASSASSINO PAOLO BARRAI ( DI FALLIMENTARISSIMO BLOG MERCATO "MERDATO" LIBERO). IL DELINQUENTISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI DI CRIMINALISSIMA EIDOO DI VERME DELLA NDRANGHETA: NATALE FERRARA DA REGGIO CALABRIA ( CRIMINALISSIMA EIDOO DI VERME DELLA NDRANGHETA: NATALE MASSIMILIANO FERRARA DA REGGIO CALABRIA). PIU' DI TANTISSIMA ALTRA MERDA FINANZIARIO-CRIMINALE, FASCIOMAFIOSA, BERLUSCONICCHIA VARIA!
SI, SI, E' PROPRIO COSI'.
IL MEGA RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI E' UN NAZIRICCHIONE, UN CULACCHIONE, UN FEMMINONE SEMPRE SBORRATO PROFONDAMENTE DENTRO AL CULO ( NON SONO OMOFOBO O ANTI GAY, ASSOLUTISSIMAMENTE NO, ANZI, COME DETTO, MI DANNO ANCHE A ME, OGNI TANTO, DEL GAY, DICO DI PIU', HO SEMPRE ODIATO QUANDO LEGGO CHE ALCUNI GAYS VENGONO PICCHIATI QUASI A MORTE, O PROPRIO UCCISI, SOLO IN QUANTO, BEN APPUNTO, GAYS: MA VISTO CHE I BERLUSCONI HAN NAZISTAMENTE SEMPRE ODIATO, UMILIATO E DERISO GLI OMOSESSUALI E VISTO CHE COME LORO SOLITO, STANNO CASTRANDO MORTALMENTE LA LIBERTA' DI STAMPA, PER NON FAR SAPERE CHE LORO FIGLIO, IL NAZI RICCHIONE LUIGI BERLUSCONI, IL CRIMINALISSIMO RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI, PRENDE MEGA CAZZI IN CULO OGNI GIORNO E BEVE LITRI E LITRI DI SBORRA, OGNI ANNO, CI PENSIAMO NOI A FARLO SAPERE ED AL PIANETA TERRA TUTTO). E DI TIPO MOLTO MA MOLTO DEPRAVATO (AMA IL BERLUSCONI'S DOUBLE ANAL STYLE, OSSIA, PRENDERE DUE MEGA CAZZI IN CULO, CONTEMPORANEMENTE, CHE SCHIFO, PUAH)!
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ResponderEliminarCRIMINALISSIMO MEGA RICICLA SOLDI MAFIOSI LUIGI BERLUSCONI: CON PADRE L'ASSASSINO NAZIMAFIOSO, STRAGISTA SPAPPOLA MAGISTRATI, MANDANTE DI MIGLIAIA DI OMICIDI MASCHERATI DA FINTI SUICIDI, MALORI, INCIDENTI, VISCIDISSIMO PEDOFILO SILVIO BERLUSCONI! E CON FIDANZATA UN NOTO MASSONE DI COSA NOSTRA, CON LA BARBA. QUESTO: https://www.tuttouomini.it/images/2017/7/luigi-berlusconi-bacio-gay-estate-amico.jpg
E NON CON FIDANZATA LA NOTA TROIA, SEMPRE SCOPATA DA TUTTI IN MILLE CLUB PRIVE, LA NOTA COCAINOMANE PUTTANA SEMPRE PENETRATA NEL CULO: FEDERICA FUMAGALLI.
CIAO A TUTTI DA ME, ORA. SONO LA NOTA, VICENTISSIMA PORNOSTAR, MASSONA DI ALTO GRADO, EX POLITICO DI FORZA ITALIA (MAFIOSA) ED INSEGNANTE IN LOMBARDIA: MARIA GRAZIA CRUPI. NATA IL 30.10.1969. NOTA IN TUTTO IL MONDO PER ESSERE STATA PER BEN 12 ANNI, L'AMANTE LESBICA NUMERO DELLA NAZISTA, MEGA RICICLA SOLDI MAFIOSI, COCAINOMANE, CRIMINALISSIMA MARINA BERLUSCONI ( FRA MIGLIAIA DI TROIE CHE LA NAZISTA, RICICLA SOLDI SUPER LERCI E CRIMINALISSIMA MARINA BERLUSCONI PAGA AFFINCHE' LE LECCHINO LA FIGA... COME DA NOTO PROVERBIO... " SANGUE MARCIO MAI MENTE").
SON QUI IN CHIARO SCURO MASSONICISSIMO ( SON MASSONA DI ALTISSIMO GRADO PRESSO LA GRAN LOGGIA D'ITALIA DI ANTONIO BINNI)
http://3.bp.blogspot.com/-77QAEQtTGWk/W3cRuhZHDJI/AAAAAAAAAPU/ox_S3cmW7KEUZnXiaX_TFzWEftaFh63wwCK4BGAYYCw/s1600/ACSszfG2KY6Io2QWHkHClzs_yhKC6NKY96WSeBEhLQ%253Ds900-mo-c-c0xffffffff-rj-k-no
QUI IN LOOK 9 TO 5, GIUSTO PRIMA DI ANDARE AD UN ORGIA POMERIDIANA CHE FECI AD ARCOREHARDCORE CON MARINA BERLUSCONI, PAOLA BARALE, MARIA DE FILIPPI, ALBA PARIETTI, MARIA ELENA BOSCHI, DANIELA SANTANCHE', SIMONA PREMOLI, FRANCESCA PASCALE ( CHE E' DA TANTI ANNI AMANTE LESBICISSIMA DI MARINA BERLUSCONI E NON DEL PEDOFILO SPAPPOLA MAGISTRATI SILVIO BERLUSCONI) E TANTISSIME ALTRE "MASCHIONE" DI GIRI "MAFIASET"
https://yt3.ggpht.com/a-/ACSszfGYKnNA7XEP81l-T0eLaUTs8OwxdR6vxCtIFg=s900-mo-c-c0xffffffff-rj-k-no
QUI IN ALCUNI MIEI FILM PORNO AMATORIALI, DI GRAN SUCCESSO IN TUTTO IL MONDO ( OVE SONO SEMPRE ED ASSOLUTAMENTE CON MASCHERINA PER NON RISCHIARE DI PERDERE IL PUR SEMPRE COMODO E FACILE STIPENDIO DI INSEGNANTE DEL MINISTERO DI ISTRUZIONE)
https://4.bp.blogspot.com/-qkTlyigYRQM/WQsbwxkPZzI/AAAAAAAAALo/MGN1QnRh4GcwjoiFO96u3-1bFXqWqegDQCK4B/s113/1443711887.76214.jpg
https://cdn1.images.lesbianpornvideos.com/videos/0566/13400/main.jpg
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRQbZWcnN5tKpb_ra-np8v8mAfAGLrNU-7CkH7hUy8HCoWuhR6KFA
SONO SPECIALMENTE NOTA IN TUTTO IL GLOBO TERRESTRE PER ESSER STATA L' EX AMANTE LESBICA DI MARINA BERLUSCONI E PER BEN 12 ANNI ( FRA MONTAGNE DI CASH MAFIOSO, QUINTALI DI COCAINA, ORDINI DI OMICIDI E STRAGI: I BERLUSCONI SONO PIU' MALAVITOSI ASSASSINI DI AL CAPONE E TOTO RIINA MESSI INSIEME, VE LO STRA ASSICURO)
https://groups.google.com/forum/#!search/maria$20grazia$20crupi/it.sport.calcio.napoli/0K7zC5-GrmA/npiVnL36DQAJ
https://groups.google.com/forum/#!search/maria$20grazia$20crupi/it.politica/KP-ArJynkDY/Og-93NXDBQAJ
https://www.youtube.com/channel/UC-jR78tPoXDaRXHYGteQPUw
ED ORA FATEMI URLARE CON TUTTE LE MIE FORZE, PLEASE, MI RIPETERO', MOLTO PROBABILMENTE, MA PER IL BENE DELLA UMANITA' TUTTA, LO FACCIO E LIETISSIMAMENTE!L'IMMENSO PRENDI CAZZI IN CULO LUIGI BERLUSCONI (FIDANZATA-WIKIPEDIA-PADRE SPAPPOLA MAGISTRATI E SBAUSCIA TROIE POCO PIU' CHE BAMBINE, SILVIO BERLUSCONI..... " PER SEMPRE FUORI DAI COGLIONI") STA IMBASTENDO IN GIRO PER IL MONDO, VERE E PROPRIE OVRA E GESTAPO ASSASSINE DEL WEB, COL PRIMA CITATO MERDONE BERLUSCONICCHIO MARCO CARRAI DI CGNAL E COL NAZI-ST-ALKER, ACCERTATO PEDERASTA INCULA BAMBINI, FREQUENTISSIMO MANDANTE DI OMICIDI, GIA' TRE VOLTE FINITO IN CARCERE: PAOLO BARRAI NATO A MILANO IL 28.6.1965 ( O FREQUENTISSIMO MANDANTE DI OMICIDI, GIA' TRE VOLTE FINITO IN CARCERE: PAOLO PIETRO BARRAI NATO A MILANO IL 28.6.1965 CHE SIA)!!! E SIA CHIARO, PLEASE: IO SONO MARIA GRAZIA CRUPI DI MILANO. SONO L'EX AMANTE LESBICA DI MARINA BERLUSCONI.
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ResponderEliminarLE HO LECCATO LA FIGA E LE HO MESSO AGGEGGI SESSUALI NEL CULO PER BEN 12 ANNI. E DI TIPO PERVERTITISSIMO (LO VOLEVA LEI, ME LO IMPONEVA, SEMPRE, LEI). SE VI E' UNA AMICA INTIMA DI LGBT QUELLA SONO PROPRIO IO. MA DEBBO URLARE UNA COSA, ADESSO: LUIGI BERLUSCONI PRENDE CAZZI DI 30 CM IN SU FINO ALLA PROSTATA, FA BOCCHINI SU BOCCHINI E BEVE LITRI SU LITRI DI SBORRA.
E' UN OMOSESSUALE PERSO, PRESTO, MOLTO PROBABILMENTE, SI FARA' ANCHE LA OPERAZIONE E DIVERRA' TRANS, MA NESSUNO E STRA NESSUNO HA IL CORAGGIO DI SCRIVERNE: STRACCERO' IO IL LERCIO DRAPPO DI OMERTA' BERLUSCONAZISTA E BERLUSCOMAFIOSA, ALLORA!
IL CIUCCIA E PRENDI MEGA CAZZI A GO GO LUIGI BERLUSCONI (BACIO RICCHIONESCHISSIMO QUI
https://www.tuttouomini.it/images/2017/7/luigi-berlusconi-bacio-gay-estate-amico.jpg ) NATO IN FIGHETTINA ARLESHEIM (CH) IL 27.9.1988.
SI, PROPRIO LUI: L'OMOSESSUALE ^OCCULTO^ LUIGI BERLUSCONI DI BASTARDAMENTE CRIMINALE ELIGOTECH AMSTERDAM, BASTARDAMENTE CRIMINALE SOLDO LTD LONDON E BASTARDAMENTE CRIMINALE BANCA MEDIOLANUM (CHE RICICLANO MONTAGNE DI € MAFIOSI, ESATTAMENTE COME FACEVA LA CRIMINALISSIMA BANCA RASINI DI SUO NONNO, TOPO DI FOGNA LUIGI BERLUSCONI ....O COME FACEVA E FA ORA PIU' CHE MAI, LA FININVEST DEL PEDOFILO DILANIANTE FALCONE E BORSELLINO: SILVIO BERLUSCONI
http://www.vnews24.it/2014/05/29/borsellino-sentenza-choc-stragi-commissionate-berlusconi/
E DELLA CRIMINALISSIMA, HITLERIANA, ^OCCULTA" LESBICA MARINA BERLUSCONI
https://profile.theguardian.com/user/id/12251903?page=1
https://twitter.com/premolisimona?lang=en
https://twitter.com/premolisimona/status/876055837420158976
https://twitter.com/PremoliSimona/status/946915645756715009
https://twitter.com/PremoliSimona/status/946923968245784576
https://it.linkedin.com/in/simona-lara-premoli-mejia-examante-marina-berlusconi-77a4b1139 )
INSIEME AL BERLUS-CO-RROTTO VERME MARCO CARRAI DI CGNAL, CREA NAZITECNOLOGICHE NUOVE OVRA E GHESTAPO! COL NOTO ANTI SEMITA, GIA' 3 VOLTE FINITO IN CARCERE, PAOLO BARRAI, NATO A MILANO IL 28.6.1965 ( FINITO IN CARCERE PURE IN BRASILE, ED ANCHE PER PEDOFILIA OMOSESSUALE: INCULAVA LI I BAMBINI, NE SCRIVEREMO PRESTO
https://twitter.com/megliomortiche1
http://4.bp.blogspot.com/-aqbT4KlYsmw/TcLbvUUpkeI/AAAAAAAAAe4/TiDPLR0LH_U/s1600/barrai+ind-pag01.jpg )!
ResponderEliminar6
COL TUTTO, PER FINIRE, UNITISSIMO ALL'ECONOMISTA NOTORIAMENTE MOLTO PEDOFILO, NAZISTA ED ASSASSINO PAOLO CARDENÀ DI CRIMINALISSIMO BLOG VINCITORI E VINTI
http://www.py.cz/pipermail/python/2017-September/013036.html
https://a.mytrend.it/authors/1385.jpg
NATO A MACERATA IL 2.19.1971 E RESIDENTE A PENNA SAN GIOVANNI (MACERATA), VIA UMBERTO I, NUMERO 41. COME ANCHE IN VIA POZZO 105, 63837 FALERONE (FM) https://www.commoditiestrading.it/public/autori/635338392358575000_Cardena.jpg
STO MERDAIO MEGA OMICIDA ERA DIETRO LO STUPRO DI GRUPPO EFFETTUATO A PAMELA MASTROPIETRO.
http://nomassoneriamacerata.blogspot.com/2018/02/lomicidio-di-pamela-mastropietro.html
A CUI HA FATTO SEGUITO UN RITUALE MASSONICO NAZIFASCISTA, EFFETTUATO PROPRIO DAL SATANISTA ASSASSINO E PEDOFILO PAOLO CARDENA', PORTANTE ALLA DIVISIONE DEL CORPO DI PAMELA ( EFFETTUATA DA MEDICI LEGALI MASSONI SANGUINARI, COME AI TEMPI DEL MOSTRO DI FIRENZE: FRATELLI CRIMINALISSIMI DEI PAZZI OMICIDA PAOLO CARDENA' E STEFANO CARDENA' DI CRIMINALISSIME CARDENA' AND PARTNERS E CARDENA' CONSULTING).
QUESTO LINK QUADRA OGNI COSA, A PROPOSITO
http://m.dagospia.com/clamoroso-a-macerata-sospetti-su-un-giro-di-baby-squillo-dietro-l-omicidio-di-pamela-mastropietro-171763
HAN POI TROVATO 4 LORO SCUGNIZZI MASSONICO-MALAVITOSI NIGERIANI PER GIRARE A LORO OGNI COLPA ( I QUALI, ORA, IN CARCERE, DALTRONDE, AVRANNO VITTO E ALLOGGIO PER UN TOT DI TEMPO, PIU' TANTI SOLDI QUA E LA, RICEVUTI DA QUESTI NEO PIDUISTI ASSASSINI, PER STARE ZITTI.. COSI' CHE FRA QUALCHE ANNO USCIRANNO DALLE CELLE E SARANNO PURE BENESTANTI). DI QUESTO NE SCRIVONO E DICONO NOTI MASSONI DI ESTREMA DESTRA STESSA, CHE DI OMICIDI MASSONICI NE HAN VISTI TANTI. QUALI FABIO FRABETTI, PAOLO FRANCESCHETTI E SPECIALMENTE GIANFRANCO CARPEORO, IN REALTA', A LIVELLO DI VERO NOME E COGNOME, GIANFRANCO PECORARO, ( CHE, COME DETTO, VIA MARI DI LOGGE MASSONICHE, SON ADDENTRO DA UNA VITA A QUESTO TIPO DI OMICIDI, QUINDI, SANNO ALLA PERFEZIONE OGNI COSA A PROPOSITO)
http://petalidiloto.com/2018/02/due-parole-sullomicidio-pamela-mastropietro.html
http://petalidiloto.com/2012/12/intervista-carpeoro-su-massoneria-e.html
QUESTO E' SONO UN ANTIPASTINO. I PIATTI FORTI ARRIVERANNO AL PIU' PRESTO POSSIBILE.
O IL PEDOFILO SPAPPOLA MAGISTRATI...
O IL NAZIMAFIOSO ASSASSINO SILVIO BERLUSCONI..
O IL DITTATORE COCAINOMANE DISTRUGGI VITE ALTRUI SILVIO BERLUSCONI..
.. AMMETTE IL MALE INGIUSTIFICATISSIMO FATTO,
.. AMMETTE IL MALE DAVVERO INGIUSTISSIMO ED OMICIDA, FATTO ( SA' BENISSIMO A CHE E CHI MI RIFERISCO). E RISARCISCE. O LA GIUSTIZIA LA FARO' IO. NEI SUOI CONFRONTI E NEI CONFRONTI DI TUTTI I PORCI E VERMI CHE RADONO AL SUOLO VITE DI INNOCENTI, PER LUI! PER SUA BORIA, SATANAZIFASCISMO, COCAINA, SOLDI MAFIOSI, ARROGANZA, ORGE PEDOFILESCHE, SCORCIATOIE SOCIALI, PREPOTENZA, EGOCENTRISMO, ANTIDEMOCRAZIA, PERVERSIONE, CORRUZIONE, COSA NOSTRA, CAMORRA, NDRANGHETA, SACRA CORONA UNITA, VANITA', BRAMA DI CAMMINARE A MORTE SULLE ESISTENZE ALTRUI. O FATTI O CAZZI AMARI, DA ORA E PER SEMPRE, PER GLI ASSASSINI, STRAGISTI, NAZIMAFIOSI, EFFERATISSIMI CRIMINALI IN FIGHETTINA E MOLTO, MA MOLTO MALAVITOSA CRAVATTA: BERLUSCONI!
http://the8club-pasar-komoditi.blogspot.com/2018/06/sborrato-dentro-al-culo-luigi.html