«Um Partido Politico é a união
voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, organizada com
disciplina, visando a disputa do poder político».
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Não sabemos a razão porque nas últimas semanas nos tem
assaltado à mente esta frase dos anarquistas pinchada nas paredes um pouco por
todo o país nos anos que se seguiram após o 25 de abril de 1974: Putas ao Poder que os Filhos já lá Estão.
É evidente que nem todos os filhos e
filhas que se encontram no poder são filhos da puta, que essas trabalhadoras do
sexo, coitadas, fartam-se de trabalhar para educar a sua prole, além de que não
há notícia até ao momento, que entre esses descendentes existam pessoas sem
caráter, sem dignidade, corruptas, desonestas… Enfim, gente de mau porte e maus
costumes. Mas nunca se sabe…
Sem
dúvida que, os trambolhões que muitas criaturas deram para conquistarem lugares
nas autarquias no decorrer do último festival eleitoral, são de enaltecer. Os
esforços físicos que tiveram de fazer, sobretudo todos quantos têm problemas de
saúde óssea, como osteoporose, hérnias discais e outras maleitas de ossos, não
é de somenos importância, coitaditos… - É
que ter de vergar a cabeça e a coluna, dar cambalhotas e fazer piruetas para
alcançar o poder, agrava irremediavelmente patologias clínicas degenerativas.
No após ato eleiçoeiro autárquico
passado, os casamentos espúrios quase concubinatos, esgalhados entre os que timidamente
ficaram à frente e outros sem expressão eleitoral - exemplos: PS/PSD, PCP/PSD e
por aí fora – que se encontram em algumas localidades deste país desgraçado,
balançam entre a pornografia «política» e a obscenidade, num atentado contra as regras básicas da moral por que se
devem de reger as relações entre os seres humanos. Alianças contra natura à revelia dos eleitores, pois se os quisessem casados não teriam votado em partidos diferentes.
Trambiqueiros em quem
a maioria dos eleitores votaram, da mesma forma que apoiam os ídolos dos
clubes de futebol.
Políticos de pacotilha que se comportam ao serviço dos partidos, tal como os
jogadores da bola, ou seja, mudam de partido (clube) e de camisola como quem
muda de cuecas, enquanto os adeptos clubísticos continuam agarrados às cores
futebolísticas da sua paixão.
Analisados os números de votos
relativamente aos eleitores, um pouco por todo o território nacional, constata-se
que quem exerce o poder – na maior parte dos casos - se representa só a eles e
mais as corporações de negociatas e os lobies
de interesses económicos que os sustentam – leia-se: os salteadores - estribados em percentagens de
votos perfeitamente ridículas relativamente ao número total de votantes.
Atente-se, sobretudo, ao elevado índice de abstencionistas.
Entre a lei – que lhes permite lá estar
– e a ética ou a decência, separa-as um fosso abismal.
A promiscuidade, a sabujice, a
selvajaria dos pimpolhos - e das pimpolhas – que se dizem «políticos»,
ultrapassa – em muito – os limites da imaginação da espécie homo erectus em geral e das pessoas
honestas e decentes em particular.
Falamos
de canalhas que não cuidam de ideologias, que as consideram «curiosidades do
passado» e até perseguem quem as defenda. Dominados os aparelhos partidários dos
partidos «políticos» por esta gentalha, os mesmos transformam-se em antros de
negociatas sórdidas ao seu serviço e dos seus financiadores, dos seus
familiares e das clientelas a quem têm de pagar o favor de votar internamente
neles para treparem para os lugares que lhes permitam governarem-se e alimentar
os sabujos que os acolitam, com algumas migalhas que vão deixando cair por
descuido da mesa do repasto.
São estes os contorcionistas que no
quotidiano tentam despistar a população dos graves problemas que a afligem,
transformando realizações obrigatórias em feitos heroicos, ao mesmo tempo que
procuram por todos as formas criar mecanismos de perpetuação no poder
acobertados na conspurcada e vilipendiada palavra «democracia», elegendo como
seus principais inimigos - mesmo dentro dos seus «partidos» - todos quantos
critiquem as suas prepotências e os seus desacatos e desmandos.
Esquecem-se que um partido político sem ideologia que o sustente é como uma retrete sem
sanita, ou seja, uma cagadeira cujo cheiro nauseabundo aumenta em cada dia
que passa.
Porém, como o instinto de
sobrevivência dos trambiqueiros «políticos» fala mais alto, à medida que as patifarias que exercem sobre tudo e todos se vão tornando
escandalosamente evidentes, as defecções redundam no emagrecimento do seu
sustentáculo «político» também conhecido por, «bases políticas».
Os malabarismos e a sucessão de
truques politiqueiros e económicos estão a chegar ao fim por via da conjuntura
económica, pois como diz o ditado: «Não há dinheiro, não há palhaços». Ora o
que temos vindo aqui a falar é de «palhaços» que não sabem atuar sem dinheiro.
Por tal facto, os casos de corrupção
e de enriquecimento ilícito de correligionários no poder – de todas as cores -
vai-se tornando uma miragem em cada dia que passa. O desalento apodera-se dos
artistas do circo sinistro, na justa medida em que o dinheiro rareia...
A mediocridade é regra de ouro para estes «circenses» porque eles em si mesmo são medíocres. Uns - e umas -, galinhas e galos velhos trauliteiros como botas da tropa encardidos, outros oriundos das «jotas», fedelhos imberbes, acéfalos, sem habilitações profissionais ou académicas, nem qualquer currículo profissional ou experiência de vida, odiando até quem os tenha…
A mediocridade é regra de ouro para estes «circenses» porque eles em si mesmo são medíocres. Uns - e umas -, galinhas e galos velhos trauliteiros como botas da tropa encardidos, outros oriundos das «jotas», fedelhos imberbes, acéfalos, sem habilitações profissionais ou académicas, nem qualquer currículo profissional ou experiência de vida, odiando até quem os tenha…
Porém,
chegaram ao poder ou pendurados às fraldas dele estão, porque o sistema –
miserável - criado pelas décadas de «democracia» em Portugal, foi construído de molde
ao afastamento do mérito, premiando a incompetência, a sabujice, a imbecilidade
e a acefalia. Como se isto não bastasse, torna possível a criação de «políticos
invertebrados», de amibas, destituídos de ética ou moral, sem sentido de responsabilidade.
Trata-se de canalha que vive da «política» e não para a política.
Enquanto não houver uma reformulação
profunda no seio dos partidos políticos, os portugueses deixarem de os
sustentar com o dinheiro dos seus impostos e uma reforma honesta do sistema de
representatividade político/partidário, não
poderemos viver ou falar de democracia em Portugal, porque este é um país onde
se vive num regime tutelado por um sistema partidocrático a raiar uma ditadura.
No contexto do quadro constitucional,
a forma como os partidos estão
organizados e estruturados (?) não são mais a solução para os males de que o país enferma, mas
antes, a fonte dos seus problemas.
Os dirigentes «políticos» abominam os referendos, fogem deles como o
diabo da cruz. Entram em pânico quando a voz pública fala na necessária redução
de deputados e na criação dos círculos uninominais. A urgente e vital reforma
do sistema político é, para essa gentalha, assunto tabu.
Não
é por acaso que os «políticos» nunca se referem ao sistema eleitoral; precisam
dele como está, como pão para a boca, pela mesma razão que os portugueses o abominam.
Desde o restabelecimento da «democracia» e a partir das primeiras eleições livres, que a qualidade dos partidos em Portugal tem caído quase na vertical, encontrando-se hoje ao nível do lixo tóxico.
Desde o restabelecimento da «democracia» e a partir das primeiras eleições livres, que a qualidade dos partidos em Portugal tem caído quase na vertical, encontrando-se hoje ao nível do lixo tóxico.
Constata-se ainda e é uma verdade insofismável, que os portugueses não exercem
controlo sobre os representantes políticos. O Parlamento, a dita «casa da
democracia» é na realidade o cói da partidocracia e das negociatas mais infames.
O
enganador «julgamento nas urnas» é um genuíno logro, uma vez que os candidatos
das listas perdedoras têm à partida a garantia da continuação da sua «vida
artística» no parlamento, sem que haja uma relação com a vontade dos eleitores
uma vez que os mesmos quando votam não sabem que
criaturas vão eleger para o Parlamento.
A pedra de toque fundamental desta gangrena é a não existência do voto uninominal no sistema eleitoral.
A pedra de toque fundamental desta gangrena é a não existência do voto uninominal no sistema eleitoral.
Livres de um genuíno escrutínio
democrático, os partidos ditos «políticos» ao longo dos anos foram assaltados
por oligarquias que detém o monopólio do poder «político». Com o decorrer dos
anos essas famiglias partidárias
tornaram de si refém não só o sistema político como o próprio regime e as
instituições do Estado.
Não
é possível desmantelar a partidocracia sem uma reforma do sistema eleitoral.
As
consequências do atual sistema propiciam a que os «donos» dos principais
partidos vivam na impunidade, com a certeza que não irão nunca ser desalojados
do Parlamento pela via dos votos. Não obstante as baixas intenções de eleitores,
mantêm em carteira «lugares elegíveis» onde se refugiarem em caso de
necessidade. No âmbito da corrupção, os lóbis contornam o eleitorado e atuam
diretamente sobre os oligarcas do parlamento de forma a fazer valer os seus
interesses, os seus desejos. Em boa verdade, são os lóbis que têm representação
no parlamento e não os eleitores.
Este cenário é gerador de um «fosso»
crescente entre cidadãos e políticos e de um sentimento de asco e de desprezo
por banda dos portugueses para com a classe «política».
É este o atual retrato que viceja –
com raras exceções – no seio das secções e direções nacionais dos partidos –
ditos - «políticos» portugueses. Infelizmente
para a democracia, dramático para a nação.
Pedro Manuel Pereira