quinta-feira, 19 de abril de 2012
OS BACORINHOS LUSTROSOS
(CRÓNICA DO PAIS QUE NÃO EXISTE III)
A hipocrisia anda de mãos dadas com a ganância, a selvajaria, a mentira, numa cavalgada desenfreada, que não conhece nada nem ninguém, salvo a quem lhes seja útil para montar, para servir os seus sórdidos e sabujos objetivos.
É evidente que os seus protagonistas têm rosto, são conhecidos de todos. Servem-se do aparelho do Estado, desde o governo às autarquias e às juntas de freguesia, passando pelas sinistras empresas públicas, mais as famigeradas empresas municipais, como se propriedades suas fossem, usando-as e servindo-se do património, dos dinheiros públicos e dos trabalhadores destas, sem respeito nem pudor, como bestas que são.
A comissão liquidatária da nação, essa, ao contrário do que gente de boa-fé crê, não desconhece esta realidade, porque ao invés de ser a solução, é parte constituinte do problema, tanto mais, que numa espetacular dança de cadeiras, tem vindo a substituir anteriores clientelas políticas enquistadas nos organismos públicos, por gentalha famélica - onde os lugares não são elegíveis – da sua família de interesses, composta por harpias, vampiros, sevandijas que se vão cevando nos bolsos dos cidadãos, nos cofres dos dinheiros públicos, até que ambos fiquem de todo exauridos, enquanto eles, terão engordado e quedado lustrosos e redondinhos, como bacorinhos - eles e elas – com o dinheiro surripiado a bom recato, em contas offshore e quejandos paraísos que fariam corar de vergonha – caso fossem vivos – os mais famosos corsários das estórias da História.
Pergunta-se: - Até quando os donos dos bacorinhos os vão deixar andar à solta?
Pedro Manuel Pereira
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