quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES {IN}OPORTUNAS

Por Pedro M. Pereira 1. Aqui há uns anos atrás, porque não sabia nadar, o senhor engenheiro Guterres, no pleno gozo das suas faculdades governativas {que outras não sei se as teria...}, tomou conta dos microfones e holofotes das câmaras a fim de botar faladura em tom lamuriento bufando que ia dar de frosques porque afinal não vivia num país mas «num pântano». Palavras do senhor. Dito isto, «por aqui me vou e ala que se faz tarde». Pegou na valise de papelon e deixou os seus acólitos bufarinheiros desempregados e o Zé pagode a coçar a tola de binóculos em riste à procura do tal de pântano. Seguiram-se os governos dos dois estarolas. 2. O primeiro, o carapau de corrida, perdão, o cherne, foi até aos Açores lambuzar as botas do analfabeto funcional que é o rapazola Busch e daí a poucos meses foi nomeado presidente da Comissão Europeia. Mas caganda coincidência! Porra!!! E não é inginheiro!!!... Como é muito inteligente {não fazer confusão com o das toiradas}, este ano foi reconduzido no cargo depois de ouvidas as populações dos países que compõem a C.E. . - O quê? Estão-me aqui a soprar ao ouvido que a populaça não foi ouvida! Não quero crer! Mas então que raio de democracia existe lá por Bruxelas em que o presidente, o todo-o-poderoso não foi eleito?... Mas camerda é esta, em que quem decide os destinos dos europeus comunitários - em que eu me incluo - não são eleitos? Caporra de democracia é esta? Devem andar a gozar com a minha cara, quer-me parecer... 3. Como o cherne foi navegar para águas turvas, ascendeu ao pódio o Santana, moçoilo virtuoso, de fino trato, dedicado aos lavores femininos e langeries rústicas da linha de Cascais. Mais por amor ao engenho que por mor das artes. Por cavalgar débeis alimárias e por empatia com estas, encetou a caír frequentemente nos quartos traseiros, lançando a confusão nas suas hostes bafientas - salvo os que usavam naftalina - e irritando o olfato e a vista do povoléu. Atento ao descontentamento da plebe, o venerando chefe do estado pouco mais arrastou os seus pés chatos entre o jardim e as restantes dependências do palácio, até tomar a decisão de demitir o primeiro-ministro, que diga-se em abono da verdade, era um esbelto mocetão que povoava os sonhos húmidos das balzaquianas deste país e... do outro. 4. Feitas eleições, eis que começou a cavalgar - salvo seja! - no poder, outro senhor inginheiro. Rapaz de nariz rubicundo, muito dado às artes mágicas. E governou... governou... governou... O quê? - Ah pois! Estão aqui a dizer-me que governar tem que se lhe diga. Pois.... compreendo. Tem mesmo que se lhe diga, senão éramos todos governantes! Pois... é muito inteligente {não confundir com o das toiradas} o senhor!... Durante o seu mandato o país deu um grande salto em frente. Tão grande que ficámos todos mesmo à beirinha do mar. E o pior é que a maior parte da populaça não sabe nadar. O quê? Chiça! Estão outra vez aqui a soprar-me ao ouvido que quem não souber nadar que se lixe. No meu modesto entender, não é bem assim! Então que se lixe? É?... Era o que faltava! Coitadinhas das pessoas... 5. Quando o senhor inginheiro acabou o seu mandato, teve de se fazer novas eleições para um novo governo. Mas que chatice! Porque é que tem de haver eleições de quatro em quatro anos? Não seria melhor que fosse de dez em dez anos? Ou de vinte em vinte anos? Ou até de quarenta e oito em quarenta e oito anos?... Mas cagaita! Estranhamente o povoléu quis dar votos a todos os partidos políticos para que os senhores da pu-litica ficassem felizes e contentes. E não é que ficaram!... Só o senhor inginheiro é que ficou triste e com razão. A arraia miúda é muito ingrata!... - O quê??? Estão aqui a bufar-me à orelha que já não vivemos no pântano, mas em areias movediças. - Mas que exagero! Se estivéssemos a viver em areias movediças estávamos-nos a afundar. - O quê? Estamos-nos a afundar?... Pois é... já não consigo ver os meus pés!...

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